Os céus chineses escureceram ao longo dos últimos 50 anos, possivelmente por conta da névoa criada pelo aumento, de nove vezes, na emissão de poluentes gerados pela queima de combustíveis fósseis, dizem pesquisadores do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Os cientistas, que publicam suas descobertas na edição deste mês de Geophysical Research Letters, dizem que a quantidade de radiação solar medida em mais de 500 estações do território chinês, entre 1954 e 2001, caiu, a despeito da diminuição na cobertura de nuvens. Normalmente, os dias sem nuvens deveriam ser ensolarados e brilhantes, mas isso não acontece, de acordo com nosso estudo", disse Yun Quain, do laboratório Nacional Nordeste-Pacífico, no Estado de Washington. "A poluição resultante da atividade humana pode ter criado a névoa que absorve ou desvia os raios de sol". disse Qian, principal autor do estudo, numa entrevista por e-mail para a Associated Press. A poluição do ar está disseminada na China. Fábricas antiquadas cospem fumaça, muitos moradores usam carvão para aquecer suas casas e o país registra um aumento no uso de automóveis. Usando dados de mais de 500 estações na China, os pesquisadores descobriram que o total de energia do sol a atingir o solo no país caiu em 3,1 watts por metro quadrado em cada uma das últimas cinco décadas.