A nova Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, já tem data de inauguração: dia 29. A reforma vinha sendo feita desde outubro de 2010, a um custo de R$ 55 milhões. Desde então, polêmicas acompanharam o projeto, como a falta de sombra e a mudança da feira livre que funcionava ali. A inauguração ocorre um fim de semana antes das eleições municipais, em 7 de outubro. A partir da próxima semana, a equipe do cerimonial da Prefeitura se reunirá para definir como será o evento de abertura.A praça tem 25 mil metros quadrados, com floriculturas e uma base da Guarda Civil Metropolitana. Antes cinzento, o lugar ganhou cores e 137 luminárias de LED. A falta de sombra é um dos pontos fracos. E o problema deve permanecer ainda por alguns anos. Foram plantadas 200 mudas no local. "As pessoas precisam entender que uma copa demora anos para se formar. Daqui a algum tempo, esta será uma praça muito agradável", afirmou o arquiteto Rubens Reis, que projetou a praça. Segundo ele, houve o cuidado para que não fossem criados pontos escuros nem locais que servissem de esconderijo para criminosos.InvasãoMesmo antes de ser inaugurada, a praça já foi cenário de uma festa. No mês passado, mais de mil pessoas foram ao local para a festa Santo Forte de Rua. O evento funcionou como uma espécie de inauguração não oficial. Desde a década de 1980, a praça vinha passando por um período de decadência. Usuários de drogas tomaram conta do lugar. Isso em nada lembra o glamour dos anos seguintes à sua inauguração, em 1970. Em seus tempos áureos, a praça chegou a ter restaurante, mercado, correio e salão de exposições. Atualmente, os arredores da Roosevelt formam um reduto de boêmios e da classe teatral.O projeto da reforma foi idealizado em 2005, mas só começou a ser colocado em prática cinco anos depois. Na época, o projeto estava orçado em R$ 36 milhões.Proprietário do bar Papo, Pinga e Petisco, que fica na praça, Esdras Vassalo, de 79 anos, o Doca, afirma que a obra "custou muito por pouca coisa". "Já há calçadas trincadas aqui", diz. Uma preocupação dos comerciantes é se será permitido que skatistas voltem a usar o local, como costumava acontecer antes da reforma. "Com a praça bonita, eles podem querer abusar e ajudar a trincar um pouco mais", diz Vassalo.PolêmicaSobre a polêmica retirada da feira livre que funcionava na Rua Gravataí, do lado da Roosevelt, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou que os comerciantes atrapalhariam os usuários aos domingos. "As pessoas, em especial na Praça Roosevelt, vão ali aos domingos. E a feira bem ao lado é óbvio que atrapalha. Não corramos o risco de ser uma praça abandonada, não frequentada pelas pessoas", disse. Os feirantes fizeram protesto contra a mudança de local, mas não adiantou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.