A grife italiana Prada negou a ocorrência de uma forte desaceleração nos gastos dos consumidores com artigos de luxo e divulgou um crescimento de 59,5 por cento em seu lucro líquido, afirmando que as vendas nos últimos dois meses vierem em linha com suas expectativas. "Eu acho que temos que manter a calma e ser menos histéricos. Eu não vejo um mercado tão dramático", disse o presidente-executivo da Prada, Patrizio Bertelli. A grife compete com marcas como Louis Vuitton e Gucci, entre outras. Os comentários de Bertelli durante uma teleconferência com analistas foram feitos após a britânica Burberry ter afirmado, no último dia 11, que o crescimento de suas vendas na China foi muito mais lento que o esperado, assustando investidores sobre o mercado de luxo e aumentando preocupações de que o setor estivesse em perigo de tropeçar. Mesmo assim, a Prada espera "um crescimento bom de dois dígitos" em 2012 nas lojas abertas a mais de um ano. Perguntado sobre a Burberry, Bertelli se recusou a comentar sobre o concorrente, mas disse que a Prada se beneficiou de uma oferta "flexível" que foi sensível às condições em seus diferentes mercados. O lucro líquido da Prada atingiu 286,4 milhões de euros (372 milhões de dólares) nos seis meses até julho, contra previsão média de 290,3 milhões de euros de seis analistas consultados pela Reuters. A geração de caixa medida pelo Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- cresceu 49 por cento no semestre, para 469,4 milhões de euros. A margem Ebitda foi de 30 por cento. (Por Farah Master e Antonella Ciancio)