Ao menos dois caminhões-tanque contendo defensivos agrícolas e ácido sulfúrico - produto químico corrosivo altamente perigoso - caíram no rio Tocantins após o desabamento de uma ponte de 533 metros que liga os Estados do Tocantins e Maranhão, nas regiões Norte e Nordeste do País, neste domingo, 22. As prefeituras de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que fazem margem com o rio na região do acidente e eram ligadas pela ponte, emitiram um alerta de risco de contaminação.
A recomendação é que a população evite qualquer contato com a água do rio Tocantins. “O contato com esses produtos pode desencadear reações químicas graves e oferecer sério riscos à saúde, como queimaduras, intoxicações e outros problemas”, diz o alerta.
No início da noite deste domingo, as buscas relacionadas ao acidente na ponte foram temporariamente suspensas após mergulhadores do Corpo de Bombeiros identificarem que caminhões que caíram no rio estavam carregados com ácido sulfúrico. “Considerando os riscos associados ao manuseio e à proximidade com esses materiais, a suspensão das buscas foi determinada até que equipes especializadas cheguem ao local”, comunicou os Bombeiros.
Neste momento, equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e outras autoridades monitoram a situação da água. A população deve aguardar novos comunicados oficiais antes de utilizar a água do rio para qualquer finalidade.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, pelo menos três caminhões que estavam sobre a estrutura caíram nas águas do Rio Tocantins. Já o comunicado de Aguiarnópolis e Estreito falam em “vários caminhões”. O desabamento foi repentino e a queda da estrutura causou uma grande onda no rio.
Ao menos duas pessoas morreram - uma mulher de 25 anos, moradora de Aguiarnópolis, e uma segunda mulher cuja identidade e idade não ainda não foram confirmadas, conforme a Polícia Militar do Tocantins. Um homem de 36 anos foi encontrado com vida e socorrido, mas não há informações sobre o estado de saúde, somente que ele sofreu uma fratura na perna. Doze adultos e duas crianças, de três e 11 anos, seguem desaparecidos.
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira foi construída com estrutura de concreto armado e inaugurada em 1960 para ligar os dois estados através das cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). A estrutura faz parte de um eixo rodoviário importante para a região Norte, por ser ponto de travessia das rodovias BR-226 (Belém-Brasília) e BR-230 (Transamazônica).
O Dnit informou em nota que as causas do colapso na ponte serão investigadas. Com a interdição da passagem, os motoristas que trafegam pela região terão de seguir por rotas alternativas, como a estrada de que vai de Darcinópolis a São Bento, em Tocantins. Dali é possível chegar a Imperatriz, no Maranhão. O motorista que segue do Maranhão deve acessar a BR-266 em Estreito, até Porto Franco, seguindo para Imperatriz.
As vias alternativas estão sendo sinalizadas, segundo o DNIT. Equipes da PRF orientam os motoristas, com apoio das polícias estaduais. Equipes dos Corpos de Bombeiros dos dois estados, com o apoio de mergulhadores, continuavam as buscas no rio.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, comentou a queda da estrutura em suas redes sociais. Segundo ele, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) alertou para a interdição total da BR-226/TO, na ponte sobre o Rio Tocantins, neste domingo.
“O vão central da ponte que liga as cidades de Estreito/MA e de Aguiarnópolis/TO, com 533 metros de extensão, cedeu nesta tarde. Equipes da autarquia estão se deslocando para o local visando avaliar a situação, apurar as possíveis causas e tomar as medidas necessárias”, disse o ministro, em sua conta no X (antigo Twitter).
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), também falou sobre o acidente no X: “Estamos em contato com os Ministérios dos Transportes e da Integração Nacional, também com o DNIT e com o governo do Tocantins”. Ele informou que equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e do Centro Tático Aéreo (CTA) foram mobilizadas para auxiliar nas buscas e no atendimento.