A operação da PM na Favela Alba começou com a prisão do líder do tráfico de drogas na área e um dos principais distribuidores de entorpecentes na zona sul de São Paulo: Wallace da Silva. Desde então, 40 homens da corporação estão 24 horas na favela com dois postos de policiamento comunitário. Esses homens já distribuíram 3.600 remédios aos moradores, após 1.200 consultas feitas pelos médicos da PM e mil atendimentos odontológicos. Comandante e idealizador da operação, o tenente-coronel Plabo Moreira Campos passeia pelas vielas da favela, que ele aprendeu a conhecer nesses 40 dias de operação. Ele aponta para uma laje e diz: "Ali era o barraco de onde os traficantes observavam a chegada da polícia." Em vez de alojar empregados do tráfico, o lugar foi transformado em posto de observação para os policiais que vigiam a favela. Mais adiante, o oficial aponta para o barraco onde vivia Wallace. "Ele estava com uma pistola calibre 9 milímetros quando foi preso, mas não reagiu." Além dele, os policiais detiveram o gerente do tráfico de Wallace. Era o dia 9 de abril, e a operação era uma resposta à ação dos bandidos, que haviam expulsado policiais da favela, incentivado a queima de ônibus e o fechamento do tráfego na Rua Alba, além de intimidar jornalistas. Tudo isso ocorreu após a morte da menina Larissa Alves de Souza, de 5 anos, atingida em 12 de março por uma bala perdida em um tiroteio entre os traficantes e policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. Desde a chegada da PM, já foram apreendidos 17,5 quilos de maconha, 611 papelotes de cocaína, 704 pedras de crack e quatro armas. Foram feitas mais de 3 mil revistas e 12 prisões em flagrante. "Hoje é possível andar por toda a favela e não sentir mais o cheiro dos cigarros de maconha", afirmou o coronel.
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