BRASÍLIA - O Ciência sem Fronteiras, criado pela presidente Dilma Rousseff, prevê a distribuição de 101 mil bolsas, sendo 75 mil oferecidas pelo governo federal e 26 mil pela iniciativa privada. Coordenado pelos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, o programa estabelece o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação com estágios e de parcerias de pesquisas. O foco da iniciativa são as áreas de tecnologia e inovação. Balanço publicado no site do programa indica que até janeiro deste ano 1,2 mil brasileiros receberam bolsas pelo programa, sendo 724 na modalidade graduação sanduíche. A França é o país que mais recebeu estudantes brasileiros até agora (379), seguido pelos Estados Unidos (266) e Portugal (161). O programa foi citado em pelo menos 20 falas da presidente. Em10 de abril, durante palestra na Harvard Kennedy School of Government, a presidente destacou a iniciativa. "Estamos no bom caminho com o Ciência sem Fronteiras. Sabemos que as grandes empresas brasileiras são capazes de gerar tecnologia, por meio de suas universidades corporativas e dos seus contatos e das suas relações com instituições internacionais, e formar seus gerentes. No entanto, o que nos interessa com o programa é garantir e ampliar isso. É uma primeira etapa. Outras seguirão. Primeiro é garantir que estudantes tenham acesso a melhores instituições - estudantes de graduação. Mas, além dos estudantes de graduação, professores e doutores que possam utilizar as oportunidades dadas por uma bolsa bancada pelo País para estudar no exterior e trocar experiências, nós queremos trazer pesquisadores seniores e juniores para ter uma relação com o Brasil", discursou Dilma. Em 5 de março, durante a cerimônia da abertura da Feira Internacional das Tecnologias da Informação e das comunicações (Cebit 2012), em Hannover, na Alemanha, a presidente também comemorou a parceria com universidades alemãs. No Brasil, durante a 38.ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Dilma afirmou que o Ciência sem Fronteiras buscava solucionar um problema imediato no País. "Nós formamos mais pessoas para humanidades que para ciências exatas, principalmente engenharia. Nós tínhamos de enfatizar o mérito, porque queremos formar a base inicial, que vai ter acúmulo suficiente para garantir que o País possa continuar gerando todos os conhecimentos e os instrumentos e as técnicas."