A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta segunda-feira, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol. A substância comercializada pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda. pode estar ligada à morte de pelo menos 40 cachorros nas últimas semanas e, segundo o órgão, há a possibilidade de distribuição também em fábricas de alimentos de uso humano.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fez análises e constatou que os petiscos caninos foram produzidos com propilenoglicol e contaminados por etilenoglicol, “substância extremamente tóxica quando ingerida”. A pasta então acionou a Anvisa ao indicar a possibilidade de distribuição do produto contaminado para fábricas de alimentos para humanos.
“Considerando que o propilenoglicol é um aditivo alimentar permitido para alimentos de consumo humano, a Anvisa decidiu publicar uma medida preventiva, proibindo a utilização e determinando o recolhimento dos dois lotes do produto contaminado com etilenoglicol, para evitar que os produtos sejam utilizados na fabricação de alimentos”, informou a agência nesta segunda.
Além da suspensão do produto, a Anvisa ainda determinou o recolhimento dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 da substância. A agência frisa que o etilenoglicol encontrado é “um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática, podendo inclusive levar à morte, quando ingerido”.
Identificada pelo Ministério da Agricultura como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar Pet Food, fabricante de petiscos para cães, a Tecnoclean informou na semana passada que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. “A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota.
Na última sexta-feira, a Bassar Pet Food iniciou o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir do dia 7 de fevereiro.