Prossegue o martírio de centenas de turistas brasileiros, europeus, norte-americanos, argentinos, chilenos e dos demais países latinos com o atraso de 14 vôos da Aerolíneas Argentinas e Austral no Aeroparque Metropolitano, em Buenos Aires, que opera os vôos nacionais e a ponte aérea Buenos Aires-Montevidéu, e no Aeroporto Internacional de Ezeiza. O caos começou no fim de semana e promete se prolongar durante essa primeira semana de férias de inverno na Argentina. Ontem, pelo menos cinco vôos com destino ao Brasil sofreram com atrasos. Algumas decolagens com destino ao Rio de Janeiro chegaram a partir com mais de 24 horas de atraso. Os destinos mais prejudicados são a Patagônia e o Norte da Argentina. A companhia, que passou das mãos do grupo espanhol Marsans para o governo argentino há duas semanas, alega que o problema se deve à venda excessiva de passagens para os 28 aviões em operação, conhecida como overbooking. O aeroporto está lotado de turistas que protestam. A assessoria de imprensa da companhia explica que "faltam aeronaves para atender a todos os vôos programados pela administração anterior e, por isso, alguns são reprogramados, provocando atrasos". Ontem, 18 vôos sofreram atrasos de até 24 horas. "A maioria das naves está fora de serviço por falta de manutenção e provoca o overbooking", argumentou o ministro do Planejamento e Obras, Julio De Vido, que acusou a Marsans de emitir passagens - em valor equivalente a US$ 140 milhões - sem ter uma frota com capacidade para atender aos passageiros. Segundo os sindicatos, a Marsans emitiu passagens como se todos os 67 aviões da empresa estivessem em pleno funcionamento. Mesmo com espera de até 24 horas, não são oferecidas por parte da companhia refeições e hospedagens em hotéis para os passageiros atingidos, como pressupõe a regulamentação do setor. No início deste ano, a Argentina sofreu um apagão aéreo provocado por uma seqüência de greves de pilotos e aeromoças, além da forte neblina e fumaça nos aeroportos de Buenos Aires. Entre março e abril, os aeroportos foram atingidos pela fumaça das queimadas na área rural perto da capital. Em maio, foi a vez das cinzas do Vulcão Chaitén, no Chile, que se espalharam até o sul do país, interrompendo o trânsito aéreo.
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