A queda do consumo de gás natural no país, em grande parte refletindo a ausência das usinas térmicas na geração elétrica, fez a Petrobras entrar no mercado à vista (spot) de venda de gás natural, com o primeiro leilão eletrônico previsto para 15 de abril. Segundo o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, a expectativa é de que o preço do combustível no mercado spot seja melhor do que o praticado nos contratos de longo prazo. "Esperamos que as diversas distribuidoras compitam entre si", disse ele a jornalistas após palestra para executivos de finanças. Ele não soube informar o volume que será negociado, mas de acordo com números recentes da companhia, cerca de 15 milhões de metros cúbicos estariam disponíveis. Gabrielli explicou que mesmo com a queda da demanda por alguns setores, as distribuidoras vão participar se tiverem interesse na venda de curto prazo. "As distribuidoras que farão isso são as que têm alternativa de venda de curto prazo, no máximo dois meses", disse o presidente da Petrobras. Ele lembrou que apesar das usinas térmicas não estarem utilizando o gás natural, devido ao preço do produto em relação ao óleo diesel e ao grande volume de energia hidrelétrica no país, a empresa tem que manter a infraestrutura para quando for necessário e por isso precisa manter a rentabilidade da área. A Petrobras produziu cerca de 48 milhões diários de metros cúbicos de gás natural em fevereiro e desde o agravamento da crise tem importado cerca de 19 milhões de metros cúbicos diários da Bolívia, de um contrato que prevê a compra de até 30 milhões diários. A empresa construiu dois terminais de Gás Natural Liquefeito para atender as térmicas em caso de necessidade e estuda a construção de mais dois, ainda sem local definido. (Por Denise Luna)
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