RIO - Um dos três homens que fugiram da Penitenciária Lemos Brito, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, no domingo, 28, é considerado um dos criminosos mais violentos do Rio e é chefe do tráfico no Morro do Dezoito, na zona norte da capital fluminense. Jean Carlos Nascimento dos Santos, conhecido como Jean do 18, estava preso havia seis anos.
Segundo investigações da Polícia Civil, Jean integra uma das facções mais perigosas do Rio desde 2006. Ele foi condenado ou responde a processos em mais de 20 casos, a maioria por tráfico de drogas ou assalto com emprego de violência. Uma das acusações é a de ter matado o advogado Roberto Rodrigues, que defendia o bando.
Em 2013, a Justiça do Rio condenou Jean do 18 por comandar um assalto à mão armada a uma fábrica de vidros em Magalhães Bastos, na zona oeste do Rio. Na ocasião, o grupo tinha intenção de roubar o cofre da empresa, mas acabou apenas levando pertences do gerente, de funcionários e de um cliente que estavam no local. Jean e seu bando estavam armados com pistolas, arrombaram portas e desferiram coronhadas.
Era o tráfico de drogas, contudo, o principal foco do criminoso. Na primeira condenação, ele foi considerado “gerente” do tráfico no Complexo da Lemos de Brito, que integra o Morro do Dezoito, no bairro de Água Santa. Depois, Jean Carlos teria subido na hierarquia da quadrilha até se tornar chefe do morro.
Além do tráfico, Jean é acusado de crimes como homicídio, assalto à mão armada e roubo de veículos. Em um dos processos, testemunhas relataram à Justiça que era comum o bando de Jean do 18 roubar veículos em bairros próximos ao morro e desfilar exibindo armas de grosso calibre, como fuzis. Os crimes ocorriam nos bairros de Piedade, Quintino, Engenho de Dentro, Água Santa e Cascadura.
Invasão a fórum
Jean do 18 também é suspeito de ter comandado uma invasão ao Fórum de Bangu, em 2013, para tentar resgatar comparsas que estavam em audiência . Na ocasião, um menino de oito anos e um policial militar foram mortos durante a troca de tiros. Outro policial e uma idosa ficaram feridos.
Três anos mais tarde, o traficante foi indiciado pela morte do advogado Roberto Rodrigues, ocorrida em 2015. Rodrigues havia sido pagado pelo grupo de Jean para defendê-los em um processo por tráfico de drogas, mas a Justiça manteve os criminosos presos. A quadrilha, então, decidiu executá-lo.