Quais são as capitais do Brasil com melhor qualidade ambiental? Veja ranking


IPS Meio Ambiente coloca Curitiba e Brasília como os primeiros lugares; Porto Velho, na Amazônia, é a última. Vulnerabilidade climática, focos de calor e cobertura vegetal são critérios

Por Roberta Jansen
Atualização:

Curitiba é a capital brasileira com a melhor qualidade ambiental, segundo o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), pesquisa que determina a qualidade de vida nos municípios. O IPS Meio Ambiente se concentrou em cinco indicadores.

Entre os parâmetros, estão a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões de carbono por habitante ao ano, a perda de vegetação (por desmate ou supressão de vegetação secundária), focos de calor ou queimadas e a vulnerabilidade climática local.

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No último ano, o Brasil viu os efeitos graves dos eventos climáticos extremos, como a tempestade que destruiu quase todo o Rio Grande do Sul e a escalada de seca e queimadas pelo País nas últimas semanas. Especialistas apontam que os centros urbanos precisam se preparar para essas mudanças, de forma a evitar problemas de saúde, mortes e prejuízos com a piora do aquecimento global.

Jardim Botânico de Curitiba: capital do Paraná tem a melhor qualidade ambiental dentre as 27 do País Foto: Evandro - stock.adobe.com

O IPS Brasil é uma colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá - Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative.

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A metodologia foi desenvolvida por pesquisadores de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, e são usados ,principalmente, dados de bases oficiais.

Curitiba ficou no topo com nota de 78,31 (a escala varia de zero a cem), seguida de Brasília (74,91) e Cuiabá (74,5).

A cidade paranaense lidera por ter a menor presença de queimadas/focos de calor (zero por mil habitantes) dentre todas as capitais. Além disso, 12% da cidade é composta de áreas verdes (como parques e praças arborizadas). Curitiba também registrou um dos menores índices de vulnerabilidade climática: menor risco de evento extremo, como secas e inundações.

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“Curitiba não foi surpresa. É uma cidade com muitos parques, áreas verdes, que soube proteger bem seus mananciais, e onde há pouquíssimas queimadas e baixa emissão de carbono per capita. Brasília também tem muitas áreas verdes, parque nacional e floresta. Foi desenhada dessa forma”, diz Beto Veríssimo, autor do estudo.

Outro destaque é a baixa emissão de carbono (principal gás do efeito estufa) per capita. A emissão de CO2 por pessoa em Curitiba ao ano é de apenas 1,6 toneladas.

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Para se ter ideia, em Porto Velho, última colocada da lista, as emissões são 27 vezes maiores, chegando a 44 toneladas por ano por habitante. O índice de poluição da capital de Rondônia é alavancado pelas queimadas na região.

No 1º semestre deste ano, a Amazônia bateu recorde de focos de fogo, o que expôs as falhas do poder público na prevenção a incêndios. “Quando o fogo pega na Amazônia, já perdemos a luta. Governo focou no combate e pouco na prevenção”, disse ao Estadão a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O governo federal reconhece dificuldades de lidar com o problema, mas disse que aumentou o número de brigadistas e liberou crédito extra para as ações antifogo.

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Brasília ganhou destaque por ter quase 10% de sua mancha urbana coberta por áreas verdes. As emissões de carbono por pessoa por ano são de 2,3 toneladas. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente alta no índice de vulnerabilidade (a quinta melhor) em comparação a outras capitais.

Nos últimos dias, porém, a capital federal tem enfrentado um espalhamento de fogo e fumaça no Parque Nacional.

Grandes focos de incêndio atingiram áreas do Parque Nacional de Brasília nesta semana Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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São Paulo aparece em 18º. A cidade tem apenas 6,3% de áreas verdes, conforme o parâmetro adotado, pelo estudo, e o índice de vulnerabilidade climática muito alto, por se tratar de uma cidade propensa a enchentes e extremos climáticos.

A Prefeitura, porém, contesta a metodologia do estudo. Pelos cálculos do Município, a cidade tem 54% de áreas verdes. O dado, afirma, é do último levantamento consolidado pela Prefeitura a partir de análise de imagens de satélite da Constelação Planet, por meio do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI), disponíveis no Google Earth Engine (GEE).

Veríssimo aponta que a Prefeitura leva em conta as áreas rurais do município e o estudo IPS considera apenas a área urbana. Os dados usados pela equipe do IPS são do MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas.

Embora seja impactada pela fumaça das queimadas do interior do Estado, o que deixou o ar poluído nas primeiras semanas deste mês, a capital paulista registra poucos focos de calor. A perda de vegetação é baixa e as emissões de gases do efeito estufa per capita chegam a 1,4 tonelada.

“É que o desmatamento tem peso muito grande. Há pequenos municípios na Amazônia que emitem mais que São Paulo”, acrescenta Veríssimo, um dos fundadores do Imazon.

Capital amazônica fica em último

Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro: volume emissões de CO2, número de focos de calor, índice de vulnerabilidade e retirada da vegetação. A performance da capital em todos os indicadores foi muito pior do que a de outros municípios na mesma faixa de Produto Interno Bruto (PIB0.

A prefeitura da capital de Rondônia informou que “tem intensificado as fiscalizações ambientais, com o objetivo de autuar os responsáveis por práticas ilegais que contribuem para o agravamento das queimadas”. Além disso, disse reforçar as campanhas de conscientização.

A gestão municipal informou ainda que “opera um viveiro municipal com o objetivo de promover a arborização na cidade. As mudas são distribuídas aos cidadãos mediante solicitação ou durante ações específicas. Mais de 30 mil mudas foram plantadas em diversas áreas por meio da iniciativa.

São Paulo é a 18ª capital da lista: a cidade tem apenas 6% de áreas verdes e alta vulnerabilidade a extremos climáticos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As capitais com a situação mais crítica em relação à vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, que teve boa parte da área urbana submersa após as enchentes históricas do início de maio, Rio de Janeiro, Belém e Porto Velho.

A capital paraense será a sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas no ano que vem.

No ranking geral, cidade do interior de SP ficou no topo

No IPS geral, o melhor desempenho entre os 5.570 municípios do País ficou com Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A pior cidade é Uiramutã, em Roraima. A melhor cidade entre as capitais é Brasília, seguida de Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba.

O Estado campeão do Brasil na média de pontuação dos municípios é São Paulo. O objetivo da pesquisa é traçar um quadro completo da qualidade de vida nos municípios avaliando um conjunto de 53 indicadores agrupados em três dimensões (necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades).

Curitiba é a capital brasileira com a melhor qualidade ambiental, segundo o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), pesquisa que determina a qualidade de vida nos municípios. O IPS Meio Ambiente se concentrou em cinco indicadores.

Entre os parâmetros, estão a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões de carbono por habitante ao ano, a perda de vegetação (por desmate ou supressão de vegetação secundária), focos de calor ou queimadas e a vulnerabilidade climática local.

No último ano, o Brasil viu os efeitos graves dos eventos climáticos extremos, como a tempestade que destruiu quase todo o Rio Grande do Sul e a escalada de seca e queimadas pelo País nas últimas semanas. Especialistas apontam que os centros urbanos precisam se preparar para essas mudanças, de forma a evitar problemas de saúde, mortes e prejuízos com a piora do aquecimento global.

Jardim Botânico de Curitiba: capital do Paraná tem a melhor qualidade ambiental dentre as 27 do País Foto: Evandro - stock.adobe.com

O IPS Brasil é uma colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá - Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative.

A metodologia foi desenvolvida por pesquisadores de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, e são usados ,principalmente, dados de bases oficiais.

Curitiba ficou no topo com nota de 78,31 (a escala varia de zero a cem), seguida de Brasília (74,91) e Cuiabá (74,5).

A cidade paranaense lidera por ter a menor presença de queimadas/focos de calor (zero por mil habitantes) dentre todas as capitais. Além disso, 12% da cidade é composta de áreas verdes (como parques e praças arborizadas). Curitiba também registrou um dos menores índices de vulnerabilidade climática: menor risco de evento extremo, como secas e inundações.

“Curitiba não foi surpresa. É uma cidade com muitos parques, áreas verdes, que soube proteger bem seus mananciais, e onde há pouquíssimas queimadas e baixa emissão de carbono per capita. Brasília também tem muitas áreas verdes, parque nacional e floresta. Foi desenhada dessa forma”, diz Beto Veríssimo, autor do estudo.

Outro destaque é a baixa emissão de carbono (principal gás do efeito estufa) per capita. A emissão de CO2 por pessoa em Curitiba ao ano é de apenas 1,6 toneladas.

Para se ter ideia, em Porto Velho, última colocada da lista, as emissões são 27 vezes maiores, chegando a 44 toneladas por ano por habitante. O índice de poluição da capital de Rondônia é alavancado pelas queimadas na região.

No 1º semestre deste ano, a Amazônia bateu recorde de focos de fogo, o que expôs as falhas do poder público na prevenção a incêndios. “Quando o fogo pega na Amazônia, já perdemos a luta. Governo focou no combate e pouco na prevenção”, disse ao Estadão a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O governo federal reconhece dificuldades de lidar com o problema, mas disse que aumentou o número de brigadistas e liberou crédito extra para as ações antifogo.

Brasília ganhou destaque por ter quase 10% de sua mancha urbana coberta por áreas verdes. As emissões de carbono por pessoa por ano são de 2,3 toneladas. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente alta no índice de vulnerabilidade (a quinta melhor) em comparação a outras capitais.

Nos últimos dias, porém, a capital federal tem enfrentado um espalhamento de fogo e fumaça no Parque Nacional.

Grandes focos de incêndio atingiram áreas do Parque Nacional de Brasília nesta semana Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo aparece em 18º. A cidade tem apenas 6,3% de áreas verdes, conforme o parâmetro adotado, pelo estudo, e o índice de vulnerabilidade climática muito alto, por se tratar de uma cidade propensa a enchentes e extremos climáticos.

A Prefeitura, porém, contesta a metodologia do estudo. Pelos cálculos do Município, a cidade tem 54% de áreas verdes. O dado, afirma, é do último levantamento consolidado pela Prefeitura a partir de análise de imagens de satélite da Constelação Planet, por meio do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI), disponíveis no Google Earth Engine (GEE).

Veríssimo aponta que a Prefeitura leva em conta as áreas rurais do município e o estudo IPS considera apenas a área urbana. Os dados usados pela equipe do IPS são do MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas.

Embora seja impactada pela fumaça das queimadas do interior do Estado, o que deixou o ar poluído nas primeiras semanas deste mês, a capital paulista registra poucos focos de calor. A perda de vegetação é baixa e as emissões de gases do efeito estufa per capita chegam a 1,4 tonelada.

“É que o desmatamento tem peso muito grande. Há pequenos municípios na Amazônia que emitem mais que São Paulo”, acrescenta Veríssimo, um dos fundadores do Imazon.

Capital amazônica fica em último

Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro: volume emissões de CO2, número de focos de calor, índice de vulnerabilidade e retirada da vegetação. A performance da capital em todos os indicadores foi muito pior do que a de outros municípios na mesma faixa de Produto Interno Bruto (PIB0.

A prefeitura da capital de Rondônia informou que “tem intensificado as fiscalizações ambientais, com o objetivo de autuar os responsáveis por práticas ilegais que contribuem para o agravamento das queimadas”. Além disso, disse reforçar as campanhas de conscientização.

A gestão municipal informou ainda que “opera um viveiro municipal com o objetivo de promover a arborização na cidade. As mudas são distribuídas aos cidadãos mediante solicitação ou durante ações específicas. Mais de 30 mil mudas foram plantadas em diversas áreas por meio da iniciativa.

São Paulo é a 18ª capital da lista: a cidade tem apenas 6% de áreas verdes e alta vulnerabilidade a extremos climáticos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As capitais com a situação mais crítica em relação à vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, que teve boa parte da área urbana submersa após as enchentes históricas do início de maio, Rio de Janeiro, Belém e Porto Velho.

A capital paraense será a sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas no ano que vem.

No ranking geral, cidade do interior de SP ficou no topo

No IPS geral, o melhor desempenho entre os 5.570 municípios do País ficou com Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A pior cidade é Uiramutã, em Roraima. A melhor cidade entre as capitais é Brasília, seguida de Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba.

O Estado campeão do Brasil na média de pontuação dos municípios é São Paulo. O objetivo da pesquisa é traçar um quadro completo da qualidade de vida nos municípios avaliando um conjunto de 53 indicadores agrupados em três dimensões (necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades).

Curitiba é a capital brasileira com a melhor qualidade ambiental, segundo o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), pesquisa que determina a qualidade de vida nos municípios. O IPS Meio Ambiente se concentrou em cinco indicadores.

Entre os parâmetros, estão a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões de carbono por habitante ao ano, a perda de vegetação (por desmate ou supressão de vegetação secundária), focos de calor ou queimadas e a vulnerabilidade climática local.

No último ano, o Brasil viu os efeitos graves dos eventos climáticos extremos, como a tempestade que destruiu quase todo o Rio Grande do Sul e a escalada de seca e queimadas pelo País nas últimas semanas. Especialistas apontam que os centros urbanos precisam se preparar para essas mudanças, de forma a evitar problemas de saúde, mortes e prejuízos com a piora do aquecimento global.

Jardim Botânico de Curitiba: capital do Paraná tem a melhor qualidade ambiental dentre as 27 do País Foto: Evandro - stock.adobe.com

O IPS Brasil é uma colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá - Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative.

A metodologia foi desenvolvida por pesquisadores de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, e são usados ,principalmente, dados de bases oficiais.

Curitiba ficou no topo com nota de 78,31 (a escala varia de zero a cem), seguida de Brasília (74,91) e Cuiabá (74,5).

A cidade paranaense lidera por ter a menor presença de queimadas/focos de calor (zero por mil habitantes) dentre todas as capitais. Além disso, 12% da cidade é composta de áreas verdes (como parques e praças arborizadas). Curitiba também registrou um dos menores índices de vulnerabilidade climática: menor risco de evento extremo, como secas e inundações.

“Curitiba não foi surpresa. É uma cidade com muitos parques, áreas verdes, que soube proteger bem seus mananciais, e onde há pouquíssimas queimadas e baixa emissão de carbono per capita. Brasília também tem muitas áreas verdes, parque nacional e floresta. Foi desenhada dessa forma”, diz Beto Veríssimo, autor do estudo.

Outro destaque é a baixa emissão de carbono (principal gás do efeito estufa) per capita. A emissão de CO2 por pessoa em Curitiba ao ano é de apenas 1,6 toneladas.

Para se ter ideia, em Porto Velho, última colocada da lista, as emissões são 27 vezes maiores, chegando a 44 toneladas por ano por habitante. O índice de poluição da capital de Rondônia é alavancado pelas queimadas na região.

No 1º semestre deste ano, a Amazônia bateu recorde de focos de fogo, o que expôs as falhas do poder público na prevenção a incêndios. “Quando o fogo pega na Amazônia, já perdemos a luta. Governo focou no combate e pouco na prevenção”, disse ao Estadão a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O governo federal reconhece dificuldades de lidar com o problema, mas disse que aumentou o número de brigadistas e liberou crédito extra para as ações antifogo.

Brasília ganhou destaque por ter quase 10% de sua mancha urbana coberta por áreas verdes. As emissões de carbono por pessoa por ano são de 2,3 toneladas. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente alta no índice de vulnerabilidade (a quinta melhor) em comparação a outras capitais.

Nos últimos dias, porém, a capital federal tem enfrentado um espalhamento de fogo e fumaça no Parque Nacional.

Grandes focos de incêndio atingiram áreas do Parque Nacional de Brasília nesta semana Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo aparece em 18º. A cidade tem apenas 6,3% de áreas verdes, conforme o parâmetro adotado, pelo estudo, e o índice de vulnerabilidade climática muito alto, por se tratar de uma cidade propensa a enchentes e extremos climáticos.

A Prefeitura, porém, contesta a metodologia do estudo. Pelos cálculos do Município, a cidade tem 54% de áreas verdes. O dado, afirma, é do último levantamento consolidado pela Prefeitura a partir de análise de imagens de satélite da Constelação Planet, por meio do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI), disponíveis no Google Earth Engine (GEE).

Veríssimo aponta que a Prefeitura leva em conta as áreas rurais do município e o estudo IPS considera apenas a área urbana. Os dados usados pela equipe do IPS são do MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas.

Embora seja impactada pela fumaça das queimadas do interior do Estado, o que deixou o ar poluído nas primeiras semanas deste mês, a capital paulista registra poucos focos de calor. A perda de vegetação é baixa e as emissões de gases do efeito estufa per capita chegam a 1,4 tonelada.

“É que o desmatamento tem peso muito grande. Há pequenos municípios na Amazônia que emitem mais que São Paulo”, acrescenta Veríssimo, um dos fundadores do Imazon.

Capital amazônica fica em último

Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro: volume emissões de CO2, número de focos de calor, índice de vulnerabilidade e retirada da vegetação. A performance da capital em todos os indicadores foi muito pior do que a de outros municípios na mesma faixa de Produto Interno Bruto (PIB0.

A prefeitura da capital de Rondônia informou que “tem intensificado as fiscalizações ambientais, com o objetivo de autuar os responsáveis por práticas ilegais que contribuem para o agravamento das queimadas”. Além disso, disse reforçar as campanhas de conscientização.

A gestão municipal informou ainda que “opera um viveiro municipal com o objetivo de promover a arborização na cidade. As mudas são distribuídas aos cidadãos mediante solicitação ou durante ações específicas. Mais de 30 mil mudas foram plantadas em diversas áreas por meio da iniciativa.

São Paulo é a 18ª capital da lista: a cidade tem apenas 6% de áreas verdes e alta vulnerabilidade a extremos climáticos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As capitais com a situação mais crítica em relação à vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, que teve boa parte da área urbana submersa após as enchentes históricas do início de maio, Rio de Janeiro, Belém e Porto Velho.

A capital paraense será a sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas no ano que vem.

No ranking geral, cidade do interior de SP ficou no topo

No IPS geral, o melhor desempenho entre os 5.570 municípios do País ficou com Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A pior cidade é Uiramutã, em Roraima. A melhor cidade entre as capitais é Brasília, seguida de Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba.

O Estado campeão do Brasil na média de pontuação dos municípios é São Paulo. O objetivo da pesquisa é traçar um quadro completo da qualidade de vida nos municípios avaliando um conjunto de 53 indicadores agrupados em três dimensões (necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades).

Curitiba é a capital brasileira com a melhor qualidade ambiental, segundo o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), pesquisa que determina a qualidade de vida nos municípios. O IPS Meio Ambiente se concentrou em cinco indicadores.

Entre os parâmetros, estão a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões de carbono por habitante ao ano, a perda de vegetação (por desmate ou supressão de vegetação secundária), focos de calor ou queimadas e a vulnerabilidade climática local.

No último ano, o Brasil viu os efeitos graves dos eventos climáticos extremos, como a tempestade que destruiu quase todo o Rio Grande do Sul e a escalada de seca e queimadas pelo País nas últimas semanas. Especialistas apontam que os centros urbanos precisam se preparar para essas mudanças, de forma a evitar problemas de saúde, mortes e prejuízos com a piora do aquecimento global.

Jardim Botânico de Curitiba: capital do Paraná tem a melhor qualidade ambiental dentre as 27 do País Foto: Evandro - stock.adobe.com

O IPS Brasil é uma colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá - Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative.

A metodologia foi desenvolvida por pesquisadores de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, e são usados ,principalmente, dados de bases oficiais.

Curitiba ficou no topo com nota de 78,31 (a escala varia de zero a cem), seguida de Brasília (74,91) e Cuiabá (74,5).

A cidade paranaense lidera por ter a menor presença de queimadas/focos de calor (zero por mil habitantes) dentre todas as capitais. Além disso, 12% da cidade é composta de áreas verdes (como parques e praças arborizadas). Curitiba também registrou um dos menores índices de vulnerabilidade climática: menor risco de evento extremo, como secas e inundações.

“Curitiba não foi surpresa. É uma cidade com muitos parques, áreas verdes, que soube proteger bem seus mananciais, e onde há pouquíssimas queimadas e baixa emissão de carbono per capita. Brasília também tem muitas áreas verdes, parque nacional e floresta. Foi desenhada dessa forma”, diz Beto Veríssimo, autor do estudo.

Outro destaque é a baixa emissão de carbono (principal gás do efeito estufa) per capita. A emissão de CO2 por pessoa em Curitiba ao ano é de apenas 1,6 toneladas.

Para se ter ideia, em Porto Velho, última colocada da lista, as emissões são 27 vezes maiores, chegando a 44 toneladas por ano por habitante. O índice de poluição da capital de Rondônia é alavancado pelas queimadas na região.

No 1º semestre deste ano, a Amazônia bateu recorde de focos de fogo, o que expôs as falhas do poder público na prevenção a incêndios. “Quando o fogo pega na Amazônia, já perdemos a luta. Governo focou no combate e pouco na prevenção”, disse ao Estadão a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O governo federal reconhece dificuldades de lidar com o problema, mas disse que aumentou o número de brigadistas e liberou crédito extra para as ações antifogo.

Brasília ganhou destaque por ter quase 10% de sua mancha urbana coberta por áreas verdes. As emissões de carbono por pessoa por ano são de 2,3 toneladas. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente alta no índice de vulnerabilidade (a quinta melhor) em comparação a outras capitais.

Nos últimos dias, porém, a capital federal tem enfrentado um espalhamento de fogo e fumaça no Parque Nacional.

Grandes focos de incêndio atingiram áreas do Parque Nacional de Brasília nesta semana Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo aparece em 18º. A cidade tem apenas 6,3% de áreas verdes, conforme o parâmetro adotado, pelo estudo, e o índice de vulnerabilidade climática muito alto, por se tratar de uma cidade propensa a enchentes e extremos climáticos.

A Prefeitura, porém, contesta a metodologia do estudo. Pelos cálculos do Município, a cidade tem 54% de áreas verdes. O dado, afirma, é do último levantamento consolidado pela Prefeitura a partir de análise de imagens de satélite da Constelação Planet, por meio do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI), disponíveis no Google Earth Engine (GEE).

Veríssimo aponta que a Prefeitura leva em conta as áreas rurais do município e o estudo IPS considera apenas a área urbana. Os dados usados pela equipe do IPS são do MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas.

Embora seja impactada pela fumaça das queimadas do interior do Estado, o que deixou o ar poluído nas primeiras semanas deste mês, a capital paulista registra poucos focos de calor. A perda de vegetação é baixa e as emissões de gases do efeito estufa per capita chegam a 1,4 tonelada.

“É que o desmatamento tem peso muito grande. Há pequenos municípios na Amazônia que emitem mais que São Paulo”, acrescenta Veríssimo, um dos fundadores do Imazon.

Capital amazônica fica em último

Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro: volume emissões de CO2, número de focos de calor, índice de vulnerabilidade e retirada da vegetação. A performance da capital em todos os indicadores foi muito pior do que a de outros municípios na mesma faixa de Produto Interno Bruto (PIB0.

A prefeitura da capital de Rondônia informou que “tem intensificado as fiscalizações ambientais, com o objetivo de autuar os responsáveis por práticas ilegais que contribuem para o agravamento das queimadas”. Além disso, disse reforçar as campanhas de conscientização.

A gestão municipal informou ainda que “opera um viveiro municipal com o objetivo de promover a arborização na cidade. As mudas são distribuídas aos cidadãos mediante solicitação ou durante ações específicas. Mais de 30 mil mudas foram plantadas em diversas áreas por meio da iniciativa.

São Paulo é a 18ª capital da lista: a cidade tem apenas 6% de áreas verdes e alta vulnerabilidade a extremos climáticos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As capitais com a situação mais crítica em relação à vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, que teve boa parte da área urbana submersa após as enchentes históricas do início de maio, Rio de Janeiro, Belém e Porto Velho.

A capital paraense será a sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas no ano que vem.

No ranking geral, cidade do interior de SP ficou no topo

No IPS geral, o melhor desempenho entre os 5.570 municípios do País ficou com Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A pior cidade é Uiramutã, em Roraima. A melhor cidade entre as capitais é Brasília, seguida de Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba.

O Estado campeão do Brasil na média de pontuação dos municípios é São Paulo. O objetivo da pesquisa é traçar um quadro completo da qualidade de vida nos municípios avaliando um conjunto de 53 indicadores agrupados em três dimensões (necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades).

Curitiba é a capital brasileira com a melhor qualidade ambiental, segundo o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), pesquisa que determina a qualidade de vida nos municípios. O IPS Meio Ambiente se concentrou em cinco indicadores.

Entre os parâmetros, estão a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões de carbono por habitante ao ano, a perda de vegetação (por desmate ou supressão de vegetação secundária), focos de calor ou queimadas e a vulnerabilidade climática local.

No último ano, o Brasil viu os efeitos graves dos eventos climáticos extremos, como a tempestade que destruiu quase todo o Rio Grande do Sul e a escalada de seca e queimadas pelo País nas últimas semanas. Especialistas apontam que os centros urbanos precisam se preparar para essas mudanças, de forma a evitar problemas de saúde, mortes e prejuízos com a piora do aquecimento global.

Jardim Botânico de Curitiba: capital do Paraná tem a melhor qualidade ambiental dentre as 27 do País Foto: Evandro - stock.adobe.com

O IPS Brasil é uma colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, iniciativa Amazônia 2030, Anattá - Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative.

A metodologia foi desenvolvida por pesquisadores de Harvard e MIT, nos Estados Unidos, e são usados ,principalmente, dados de bases oficiais.

Curitiba ficou no topo com nota de 78,31 (a escala varia de zero a cem), seguida de Brasília (74,91) e Cuiabá (74,5).

A cidade paranaense lidera por ter a menor presença de queimadas/focos de calor (zero por mil habitantes) dentre todas as capitais. Além disso, 12% da cidade é composta de áreas verdes (como parques e praças arborizadas). Curitiba também registrou um dos menores índices de vulnerabilidade climática: menor risco de evento extremo, como secas e inundações.

“Curitiba não foi surpresa. É uma cidade com muitos parques, áreas verdes, que soube proteger bem seus mananciais, e onde há pouquíssimas queimadas e baixa emissão de carbono per capita. Brasília também tem muitas áreas verdes, parque nacional e floresta. Foi desenhada dessa forma”, diz Beto Veríssimo, autor do estudo.

Outro destaque é a baixa emissão de carbono (principal gás do efeito estufa) per capita. A emissão de CO2 por pessoa em Curitiba ao ano é de apenas 1,6 toneladas.

Para se ter ideia, em Porto Velho, última colocada da lista, as emissões são 27 vezes maiores, chegando a 44 toneladas por ano por habitante. O índice de poluição da capital de Rondônia é alavancado pelas queimadas na região.

No 1º semestre deste ano, a Amazônia bateu recorde de focos de fogo, o que expôs as falhas do poder público na prevenção a incêndios. “Quando o fogo pega na Amazônia, já perdemos a luta. Governo focou no combate e pouco na prevenção”, disse ao Estadão a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O governo federal reconhece dificuldades de lidar com o problema, mas disse que aumentou o número de brigadistas e liberou crédito extra para as ações antifogo.

Brasília ganhou destaque por ter quase 10% de sua mancha urbana coberta por áreas verdes. As emissões de carbono por pessoa por ano são de 2,3 toneladas. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente alta no índice de vulnerabilidade (a quinta melhor) em comparação a outras capitais.

Nos últimos dias, porém, a capital federal tem enfrentado um espalhamento de fogo e fumaça no Parque Nacional.

Grandes focos de incêndio atingiram áreas do Parque Nacional de Brasília nesta semana Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo aparece em 18º. A cidade tem apenas 6,3% de áreas verdes, conforme o parâmetro adotado, pelo estudo, e o índice de vulnerabilidade climática muito alto, por se tratar de uma cidade propensa a enchentes e extremos climáticos.

A Prefeitura, porém, contesta a metodologia do estudo. Pelos cálculos do Município, a cidade tem 54% de áreas verdes. O dado, afirma, é do último levantamento consolidado pela Prefeitura a partir de análise de imagens de satélite da Constelação Planet, por meio do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI), disponíveis no Google Earth Engine (GEE).

Veríssimo aponta que a Prefeitura leva em conta as áreas rurais do município e o estudo IPS considera apenas a área urbana. Os dados usados pela equipe do IPS são do MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas.

Embora seja impactada pela fumaça das queimadas do interior do Estado, o que deixou o ar poluído nas primeiras semanas deste mês, a capital paulista registra poucos focos de calor. A perda de vegetação é baixa e as emissões de gases do efeito estufa per capita chegam a 1,4 tonelada.

“É que o desmatamento tem peso muito grande. Há pequenos municípios na Amazônia que emitem mais que São Paulo”, acrescenta Veríssimo, um dos fundadores do Imazon.

Capital amazônica fica em último

Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro: volume emissões de CO2, número de focos de calor, índice de vulnerabilidade e retirada da vegetação. A performance da capital em todos os indicadores foi muito pior do que a de outros municípios na mesma faixa de Produto Interno Bruto (PIB0.

A prefeitura da capital de Rondônia informou que “tem intensificado as fiscalizações ambientais, com o objetivo de autuar os responsáveis por práticas ilegais que contribuem para o agravamento das queimadas”. Além disso, disse reforçar as campanhas de conscientização.

A gestão municipal informou ainda que “opera um viveiro municipal com o objetivo de promover a arborização na cidade. As mudas são distribuídas aos cidadãos mediante solicitação ou durante ações específicas. Mais de 30 mil mudas foram plantadas em diversas áreas por meio da iniciativa.

São Paulo é a 18ª capital da lista: a cidade tem apenas 6% de áreas verdes e alta vulnerabilidade a extremos climáticos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As capitais com a situação mais crítica em relação à vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, que teve boa parte da área urbana submersa após as enchentes históricas do início de maio, Rio de Janeiro, Belém e Porto Velho.

A capital paraense será a sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas no ano que vem.

No ranking geral, cidade do interior de SP ficou no topo

No IPS geral, o melhor desempenho entre os 5.570 municípios do País ficou com Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A pior cidade é Uiramutã, em Roraima. A melhor cidade entre as capitais é Brasília, seguida de Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba.

O Estado campeão do Brasil na média de pontuação dos municípios é São Paulo. O objetivo da pesquisa é traçar um quadro completo da qualidade de vida nos municípios avaliando um conjunto de 53 indicadores agrupados em três dimensões (necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades).

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