Real em baixa atrai argentinos para Florianópolis e Balneário Camboriú: ‘Tudo mais acessível’


Capital de Santa Catarina prevê 15% mais turistas do país vizinho nesta temporada; visitantes dizem que preços são melhores aqui do que lá. Fluxo turístico histórico para o Brasil havia perdido força por causa da pandemia e da crise econômica

Por William Canan

O castelhano já é um dos idiomas mais ouvidos nas praias de Santa Catarina neste verão. Argentinos têm “invadido” cidades como Florianópolis e Balneário Camboriú para curtir as férias, impulsionados pela desvalorização do Real e a redução dos custos de estadia no Brasil.

A prefeitura da capital catarinense estima que o fluxo de argentinos na cidade entre novembro e março seja 15% maior do que no mesmo período anterior. Com isso, quase 260 mil visitantes “hermanos” devem passar por lá até o fim da temporada de verão.

Canasvieiras, em Florianópolis, é uma das praias frequentadas pelos argentinos Foto: João Soares/Estadão
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É a retomada de um movimento histórico - as praias catarinenses sempre estiveram entre as preferidas dos argentinos, mas a crise socioeconômica que se agravou sob governos peronistas e a pandemia mudaram esse comportamento do veraneio. Os ambulantes comemoram - dizem que os estrangeiros gastam mais do que os turistas locais.

A professora Eva Sanches aproveitou a cotação favorável para voltar a Floripa após sete anos. “Agora que as coisas estão mais estabilizadas (na Argentina), e os filhos terminaram a escola, decidimos vir”, conta. Foram 2.026 quilômetros de estrada e dois dias dentro do carro até o destino, mas ela diz que o esforço vale a pena. “Passar as férias em Córdoba (cidade do norte argentino), e nós somos de lá, custaria mais ou menos o mesmo que vir até aqui.”

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Em um grupo de nove pessoas, Eva e a família não hesitaram, por exemplo, em fazer o passeio que sai da praia do Campeche para a ilha de mesmo nome - R$ 300 por pessoa.

“Aqui é tudo mais acessível. É mais barato, por exemplo, passear, comer, comprar roupas. Tudo isso custa cerca de 25% a menos do que lá”, estima a professora Jessica Bagnasco. Ela viajou junto da amiga Nancy Dias, diretora de escola, desde a região de Santa Fé, no sul da Argentina.

Eva, professora argentina, voltou a Florianópolis depois de nove anos Foto: William Canan/Estadão
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O site TurismoCity, um dos principais sites buscadores de passagens passagens áreas e promoções na Argentina, registrou alta de 500% nas buscas por destinos brasileiros nesta temporada. E de 2023 para 2024, o Aeroporto Internacional de Navegantes, o mais próximo de Balneário Camboriú, passou a ter voos diretos vindos do país.

Brenda Pereira, vendedora de drinques da Praia do Campeche, está satisfeita com o movimento. “Os argentinos compram cerca de 75% mais do que os brasileiros”, afirma ela, que trabalha há cinco anos como ambulante na praia.

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Professora Jessica Bagnasco aproveitou desvalorização do Real para visitar Florianópolis

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Conforme a Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, a expectativa é de que metade da ocupação hoteleira da cidade seja estrangeira. Desses, 70% são da Argentina, mas há também uruguaios, paraguaios e chilenos.

“Neste ano, a alta temporada será a melhor desde 2018″, projeta Margot Rosenbrock Libório, vice-presidente de Promoção de Destino da entidade.

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Segundo Lauro Mattei, professor e pesquisador de Economia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “Desde a década de 1990, o dólar tem forte circulação na economia argentina, de tal forma que grande parte das transações econômicas tem a moeda americana como referência, o que facilita as transações em todas as esferas”. Para ele, isso facilita a vinda de turistas, principalmente os da classe média e alta. / COLABOROU FABIO TARNAPOLSKY

O castelhano já é um dos idiomas mais ouvidos nas praias de Santa Catarina neste verão. Argentinos têm “invadido” cidades como Florianópolis e Balneário Camboriú para curtir as férias, impulsionados pela desvalorização do Real e a redução dos custos de estadia no Brasil.

A prefeitura da capital catarinense estima que o fluxo de argentinos na cidade entre novembro e março seja 15% maior do que no mesmo período anterior. Com isso, quase 260 mil visitantes “hermanos” devem passar por lá até o fim da temporada de verão.

Canasvieiras, em Florianópolis, é uma das praias frequentadas pelos argentinos Foto: João Soares/Estadão

É a retomada de um movimento histórico - as praias catarinenses sempre estiveram entre as preferidas dos argentinos, mas a crise socioeconômica que se agravou sob governos peronistas e a pandemia mudaram esse comportamento do veraneio. Os ambulantes comemoram - dizem que os estrangeiros gastam mais do que os turistas locais.

A professora Eva Sanches aproveitou a cotação favorável para voltar a Floripa após sete anos. “Agora que as coisas estão mais estabilizadas (na Argentina), e os filhos terminaram a escola, decidimos vir”, conta. Foram 2.026 quilômetros de estrada e dois dias dentro do carro até o destino, mas ela diz que o esforço vale a pena. “Passar as férias em Córdoba (cidade do norte argentino), e nós somos de lá, custaria mais ou menos o mesmo que vir até aqui.”

Em um grupo de nove pessoas, Eva e a família não hesitaram, por exemplo, em fazer o passeio que sai da praia do Campeche para a ilha de mesmo nome - R$ 300 por pessoa.

“Aqui é tudo mais acessível. É mais barato, por exemplo, passear, comer, comprar roupas. Tudo isso custa cerca de 25% a menos do que lá”, estima a professora Jessica Bagnasco. Ela viajou junto da amiga Nancy Dias, diretora de escola, desde a região de Santa Fé, no sul da Argentina.

Eva, professora argentina, voltou a Florianópolis depois de nove anos Foto: William Canan/Estadão

O site TurismoCity, um dos principais sites buscadores de passagens passagens áreas e promoções na Argentina, registrou alta de 500% nas buscas por destinos brasileiros nesta temporada. E de 2023 para 2024, o Aeroporto Internacional de Navegantes, o mais próximo de Balneário Camboriú, passou a ter voos diretos vindos do país.

Brenda Pereira, vendedora de drinques da Praia do Campeche, está satisfeita com o movimento. “Os argentinos compram cerca de 75% mais do que os brasileiros”, afirma ela, que trabalha há cinco anos como ambulante na praia.

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Professora Jessica Bagnasco aproveitou desvalorização do Real para visitar Florianópolis

Conforme a Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, a expectativa é de que metade da ocupação hoteleira da cidade seja estrangeira. Desses, 70% são da Argentina, mas há também uruguaios, paraguaios e chilenos.

“Neste ano, a alta temporada será a melhor desde 2018″, projeta Margot Rosenbrock Libório, vice-presidente de Promoção de Destino da entidade.

Segundo Lauro Mattei, professor e pesquisador de Economia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “Desde a década de 1990, o dólar tem forte circulação na economia argentina, de tal forma que grande parte das transações econômicas tem a moeda americana como referência, o que facilita as transações em todas as esferas”. Para ele, isso facilita a vinda de turistas, principalmente os da classe média e alta. / COLABOROU FABIO TARNAPOLSKY

O castelhano já é um dos idiomas mais ouvidos nas praias de Santa Catarina neste verão. Argentinos têm “invadido” cidades como Florianópolis e Balneário Camboriú para curtir as férias, impulsionados pela desvalorização do Real e a redução dos custos de estadia no Brasil.

A prefeitura da capital catarinense estima que o fluxo de argentinos na cidade entre novembro e março seja 15% maior do que no mesmo período anterior. Com isso, quase 260 mil visitantes “hermanos” devem passar por lá até o fim da temporada de verão.

Canasvieiras, em Florianópolis, é uma das praias frequentadas pelos argentinos Foto: João Soares/Estadão

É a retomada de um movimento histórico - as praias catarinenses sempre estiveram entre as preferidas dos argentinos, mas a crise socioeconômica que se agravou sob governos peronistas e a pandemia mudaram esse comportamento do veraneio. Os ambulantes comemoram - dizem que os estrangeiros gastam mais do que os turistas locais.

A professora Eva Sanches aproveitou a cotação favorável para voltar a Floripa após sete anos. “Agora que as coisas estão mais estabilizadas (na Argentina), e os filhos terminaram a escola, decidimos vir”, conta. Foram 2.026 quilômetros de estrada e dois dias dentro do carro até o destino, mas ela diz que o esforço vale a pena. “Passar as férias em Córdoba (cidade do norte argentino), e nós somos de lá, custaria mais ou menos o mesmo que vir até aqui.”

Em um grupo de nove pessoas, Eva e a família não hesitaram, por exemplo, em fazer o passeio que sai da praia do Campeche para a ilha de mesmo nome - R$ 300 por pessoa.

“Aqui é tudo mais acessível. É mais barato, por exemplo, passear, comer, comprar roupas. Tudo isso custa cerca de 25% a menos do que lá”, estima a professora Jessica Bagnasco. Ela viajou junto da amiga Nancy Dias, diretora de escola, desde a região de Santa Fé, no sul da Argentina.

Eva, professora argentina, voltou a Florianópolis depois de nove anos Foto: William Canan/Estadão

O site TurismoCity, um dos principais sites buscadores de passagens passagens áreas e promoções na Argentina, registrou alta de 500% nas buscas por destinos brasileiros nesta temporada. E de 2023 para 2024, o Aeroporto Internacional de Navegantes, o mais próximo de Balneário Camboriú, passou a ter voos diretos vindos do país.

Brenda Pereira, vendedora de drinques da Praia do Campeche, está satisfeita com o movimento. “Os argentinos compram cerca de 75% mais do que os brasileiros”, afirma ela, que trabalha há cinco anos como ambulante na praia.

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Professora Jessica Bagnasco aproveitou desvalorização do Real para visitar Florianópolis

Conforme a Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, a expectativa é de que metade da ocupação hoteleira da cidade seja estrangeira. Desses, 70% são da Argentina, mas há também uruguaios, paraguaios e chilenos.

“Neste ano, a alta temporada será a melhor desde 2018″, projeta Margot Rosenbrock Libório, vice-presidente de Promoção de Destino da entidade.

Segundo Lauro Mattei, professor e pesquisador de Economia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “Desde a década de 1990, o dólar tem forte circulação na economia argentina, de tal forma que grande parte das transações econômicas tem a moeda americana como referência, o que facilita as transações em todas as esferas”. Para ele, isso facilita a vinda de turistas, principalmente os da classe média e alta. / COLABOROU FABIO TARNAPOLSKY

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