A divulgação de quatro trabalhos paleontológicos, na manhã de ontem, dá a dimensão da diversidade da fauna brasileira no Cretáceo - entre 65 milhões e 145 milhões de anos atrás. Pesquisadores apresentaram desde o gigante Oxalaia quilombensis - o maior dinossauro carnívoro já encontrado no País, na Ilha de Cajual (MA) - ao pequeno lagarto Brasiliguana prudentis, descoberto em Presidente Prudente (SP) a partir de uma maxila de 7 milímetros. Os artigos foram publicados nos Anais da Academia Brasileira de Ciência, que reúne também estudos da Austrália, Bolívia, Angola e Japão. "É a primeira vez que pesquisas sobre fósseis estrangeiros são publicados numa revista brasileira de repercussão internacional", ressalta o paleontólogo Alexander Kellner, editor da publicação. O Oxalaia quilombensis foi a estrela da apresentação. Ele media de 12 a 14 metros de comprimento, pesava entre 5 e 7 toneladas e viveu há cerca de 95 milhões de anos. Os pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro encontraram vestígios do pré-maxilar, com sete dentes, e da narina. Comparado a dinossauros da mesma espécie encontrados na África, o fóssil brasileiro é maior. Também foram apresentados o crocodilomorfo Pepesuchus deiseae, também achado em Presidente Prudente, e três penas - os fósseis mais antigos, com 115 milhões de anos - localizadas na Bacia do Araripe. As apresentações foram feitas por paleontólogos na faixa dos 30 anos, ao lado de veteranos como William Nava e de Diógenes de Almeida Campos, diretor do Museu de Ciências da Terra. "Nossa intenção é buscar uma nova geração de paleontólogos", afirmou Kellner.