BRASÍLIA - O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, corrigiu informação fornecida à imprensa na sexta-feira, 16, sobre a munição encontrada no local do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes. Jungmann havia dito que a munição do lote UZZ-18, comprado pela Polícia Federal,em 2006, da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), teria sido roubada de uma agência dos Correios na Paraíba.
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Em nota divulgada nesta segunda-feira, 19, a assessoria de comunicação do ministério corrigiu a informação e disse que cápsulas do mesmo lote foram encontrados na agência do município de Serra Branca, na Paraíba, após um arrombamento seguido de explosão ocorrido em 24 de julho de 2017. Nessa nova versão, o ministério explica que o material não foi furtado, mas, sim, utilizado pelo grupo criminoso que realizou o roubo à agência.
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Além do caso na Paraíba, o ministro também havia citado na sexta-feira um caso no Rio de Janeiro onde um escrivão teria sido preso e exonerado após ter furtado munições do lote UZZ-18.
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Milhares de pessoas fizeram neste domingo na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, um protesto contra o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Participantes do ato consideraram sua morte uma tentativa de silenciar as críticas às forças de segurança.
"A munição foi roubada nos Correios da Paraíba e desviada por um escrivão da Superintendência da Polícia Federal no Rio, exonerado e preso", disse o ministro na ocasião, citando os dois casos.
O Estado também revelou que munição do mesmo lote comprado pela PF teria sido encontrada pela polícia de São Paulo na cena da maior chacina do Estado, nas cidades de Osasco e Barueri, em agosto de 2015, quando 17 pessoas foram mortas. Segundo Jungmann, todos os casos citados são alvo de investigação da PF.
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Manifestantes em São Paulo fizeram um ato nesta quinta-feira em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. O Alto Comissariado das Nações Unidas no Brasil e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenaram o crime e exigiram uma rápida e rigorosa investigação.
Sem ligação direta
Ainda na nota divulgada pela sua assessoria de comunicação, Jungmann disse que não associoudiretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no Rio de Janeiro, na cena do assassinato da vereadora e de seu motorista. Segundo o texto, o ministro apenas explicou que "presença dessas cápsulas da PF no local pode ter origem em munição extraviada ou desviada" e informou "que há outros registros de munição da PF encontradas em outras cenas de crimes sob investigação".
"A Polícia Federal prossegue no rastreamento de possíveis outros extravios", diz a nota.