RIO - Dois homens foram condenados a 28 anos de prisão pelo assassinato do estudante de biologia Alex Schomaker Bastos, de 23 anos, em janeiro do ano passado, em 2015. Alex estava sozinho em um ponto de ônibus na Rua General Severiano, em Botafogo, quando dois homens numa motocicleta anunciaram o assalto.
O estudante entregou o celular e a mochila, e depois foi morto por sete tiros. De acordo com a sentença do juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 17.ª Vara Criminal, Anderson Leandro Bernardes, acusado de ser o autor dos disparos, e Willian Augusto Nogueira terão de pagar as custas processuais e 50 dias-multa pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
Na decisão, o juiz ressaltou a crueldade dos criminosos e disse que houve “verdadeira escalada criminosa”.“A prática criminosa tinha inicialmente o único propósito de proceder a subtração patrimonial de um aparelho celular e uma mochila. Em seguida, verificou-se verdadeira escalada criminosa que culminou com a morte da vítima de maneira completamente desnecessária e cruel, num ato de incomum crueldade mesmo se comparado com crimes similares verificados no cotidiano deste grande centro urbano. Para tanto a dupla criminosa aproveitou-se do fato de a vítima encontrar-se já subjugada para ceifar sua vida sem nenhum motivo aparente”, escreveu.
De acordo com uma testemunha do crime, Alex deu o celular aos criminosos, mas relutou a entregar a mochila. Nogueira, então, disse ao comparsa. “Mata logo esse filho da p...”. Após o primeiro disparo, ele ordenou que Bernardes desse mais tiros. “A execução da vítima teve origem em ato de extrema covardia, decorrente do simples prazer de matar”, escreveu o juiz.
Pelo menos nove pessoas assaltadas pela dupla prestaram depoimento ao longo do processo. Eles contaram que Bernardes e Nogueira costumavam agir naquele trecho, abordando pessoas nos pontos de ônibus. Os registros desses assaltos foram feitos em 2014 e 2015. Ainda segundo os autos do processo, o celular de Alex foi encontrado com Antônio Vandey Vieira Nobre, que disse ter adquirido o telefone numa feira de “produtos usados”. O pai de Alex, o diagramador Andrei Bastos, compartilhou a notícia sobre a condenação com a hashtag #eusoualex. Em agosto passado, uma praça em Botafogo foi batizada com o nome do estudante, como forma de homenageá-lo.