Operação da Polícia Civil e MP mira milicianos ligados à grilagem de terras


Investigação, que durou 6 meses, focou em grupo criminoso com atuação em Rio das Pedras. Relação com morte da vereadora Marielle é apurada

Por Roberta Jansen

RIO - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam nesta terça-feira, 22, cinco supostos integrantes de uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. Um dos detidos é acusado de integrar o Escritório do Crime, organização criminosa suspeita dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Um segundo acusado de envolvimento com o Escritório, que também teve a prisão decretada, está foragido.

Major Pereira, preso ontem, ocupa posição de liderança, dizem autoridades Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

“Todos esses presos serão ouvidos na expectativa de que possam colaborar com outras investigações. A gente não descarta a participação no crime de Marielle Franco, mas também não podemos afirmar isso neste momento”, afirmou a promotora Simone Sibílio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ). Ela também atua na investigação do assassinato da vereadora. “Algumas pessoas que foram presas hoje (terça) também integram o Escritório do Crime, mas a investigação teve como objetivo combater essa organização em Muzema e Rio das Pedras.”

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Outros sete supostos milicianos que agiam na favela têm mandados de prisão em aberto. Até o início da noite, não tinham sido presos.

A ação desta terça mobilizou 140 policiais. Entre os presos estão o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira e o tenente reformado da PM Maurício da Silva da Costa, o Maurição. Os dois ocupavam posições estratégicas de liderança do grupo miliciano, ao lado do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, que está foragido.

São Ronald e Nóbrega os suspeitos de integrar o Escritório do Crime. Trata-se de um grupo de extermínio acusado de assassinar pessoas que “atrapalham” os interesses dos milicianos. Os dois prestaram depoimento como testemunhas na Delegacia de Homicídio na investigação do assassinato da vereadora. A grilagem de terras na zona oeste, principal atividade dos milicianos, é apontada como pano de fundo para o assassinato de Marielle. 

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Os outros presos na operação desta terça são Manoel de Brito Batista, conhecido como Cabelo, Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Laerte Silva de Lima. Foram apreendidos R$ 50 mil em espécie, além de 200 folhas de cheques preenchidos com altos valores. De acordo com o MP, o grupo atuava na grilagem de terras; na compra, venda e aluguel irregular de imóveis; na cobrança irregular de taxas da população local; e na extorsão e na receptação de mercadoria roubada, entre outros crimes.

A operação é resultado de seis meses de investigações, durante os quais foram interceptadas conversas telefônicas que revelam as hierarquias da quadrilha, bem como a extensão do domínio exercido. As gravações mostram que cada integrante tinha uma função definida, como laranja, despachante, contador e braço armado. É a primeira vez que uma operação contra a milícia no Rio tem como alvo os chefes da organização, afirmaram autoridades.

Repercussão

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Em nota, a Anistia Internacional informou que “é muito importante ver que o Ministério Público está atuando contra o crime organizado no Rio. As informações divulgadas publicamente de que existiria no Estado um grupo de extermínio chamado Escritório do Crime’ eram muito preocupantes”. Sobre o caso Marielle, o grupo reiterou que “o único resultado aceitável como solução é aquele que seja baseado em evidências concretas”. / COLABORARAM RENATA BATISTA E MÁRCIO DOLZAN

RIO - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam nesta terça-feira, 22, cinco supostos integrantes de uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. Um dos detidos é acusado de integrar o Escritório do Crime, organização criminosa suspeita dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Um segundo acusado de envolvimento com o Escritório, que também teve a prisão decretada, está foragido.

Major Pereira, preso ontem, ocupa posição de liderança, dizem autoridades Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

“Todos esses presos serão ouvidos na expectativa de que possam colaborar com outras investigações. A gente não descarta a participação no crime de Marielle Franco, mas também não podemos afirmar isso neste momento”, afirmou a promotora Simone Sibílio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ). Ela também atua na investigação do assassinato da vereadora. “Algumas pessoas que foram presas hoje (terça) também integram o Escritório do Crime, mas a investigação teve como objetivo combater essa organização em Muzema e Rio das Pedras.”

Outros sete supostos milicianos que agiam na favela têm mandados de prisão em aberto. Até o início da noite, não tinham sido presos.

A ação desta terça mobilizou 140 policiais. Entre os presos estão o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira e o tenente reformado da PM Maurício da Silva da Costa, o Maurição. Os dois ocupavam posições estratégicas de liderança do grupo miliciano, ao lado do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, que está foragido.

São Ronald e Nóbrega os suspeitos de integrar o Escritório do Crime. Trata-se de um grupo de extermínio acusado de assassinar pessoas que “atrapalham” os interesses dos milicianos. Os dois prestaram depoimento como testemunhas na Delegacia de Homicídio na investigação do assassinato da vereadora. A grilagem de terras na zona oeste, principal atividade dos milicianos, é apontada como pano de fundo para o assassinato de Marielle. 

Os outros presos na operação desta terça são Manoel de Brito Batista, conhecido como Cabelo, Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Laerte Silva de Lima. Foram apreendidos R$ 50 mil em espécie, além de 200 folhas de cheques preenchidos com altos valores. De acordo com o MP, o grupo atuava na grilagem de terras; na compra, venda e aluguel irregular de imóveis; na cobrança irregular de taxas da população local; e na extorsão e na receptação de mercadoria roubada, entre outros crimes.

A operação é resultado de seis meses de investigações, durante os quais foram interceptadas conversas telefônicas que revelam as hierarquias da quadrilha, bem como a extensão do domínio exercido. As gravações mostram que cada integrante tinha uma função definida, como laranja, despachante, contador e braço armado. É a primeira vez que uma operação contra a milícia no Rio tem como alvo os chefes da organização, afirmaram autoridades.

Repercussão

Em nota, a Anistia Internacional informou que “é muito importante ver que o Ministério Público está atuando contra o crime organizado no Rio. As informações divulgadas publicamente de que existiria no Estado um grupo de extermínio chamado Escritório do Crime’ eram muito preocupantes”. Sobre o caso Marielle, o grupo reiterou que “o único resultado aceitável como solução é aquele que seja baseado em evidências concretas”. / COLABORARAM RENATA BATISTA E MÁRCIO DOLZAN

RIO - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam nesta terça-feira, 22, cinco supostos integrantes de uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. Um dos detidos é acusado de integrar o Escritório do Crime, organização criminosa suspeita dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Um segundo acusado de envolvimento com o Escritório, que também teve a prisão decretada, está foragido.

Major Pereira, preso ontem, ocupa posição de liderança, dizem autoridades Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

“Todos esses presos serão ouvidos na expectativa de que possam colaborar com outras investigações. A gente não descarta a participação no crime de Marielle Franco, mas também não podemos afirmar isso neste momento”, afirmou a promotora Simone Sibílio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ). Ela também atua na investigação do assassinato da vereadora. “Algumas pessoas que foram presas hoje (terça) também integram o Escritório do Crime, mas a investigação teve como objetivo combater essa organização em Muzema e Rio das Pedras.”

Outros sete supostos milicianos que agiam na favela têm mandados de prisão em aberto. Até o início da noite, não tinham sido presos.

A ação desta terça mobilizou 140 policiais. Entre os presos estão o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira e o tenente reformado da PM Maurício da Silva da Costa, o Maurição. Os dois ocupavam posições estratégicas de liderança do grupo miliciano, ao lado do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, que está foragido.

São Ronald e Nóbrega os suspeitos de integrar o Escritório do Crime. Trata-se de um grupo de extermínio acusado de assassinar pessoas que “atrapalham” os interesses dos milicianos. Os dois prestaram depoimento como testemunhas na Delegacia de Homicídio na investigação do assassinato da vereadora. A grilagem de terras na zona oeste, principal atividade dos milicianos, é apontada como pano de fundo para o assassinato de Marielle. 

Os outros presos na operação desta terça são Manoel de Brito Batista, conhecido como Cabelo, Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Laerte Silva de Lima. Foram apreendidos R$ 50 mil em espécie, além de 200 folhas de cheques preenchidos com altos valores. De acordo com o MP, o grupo atuava na grilagem de terras; na compra, venda e aluguel irregular de imóveis; na cobrança irregular de taxas da população local; e na extorsão e na receptação de mercadoria roubada, entre outros crimes.

A operação é resultado de seis meses de investigações, durante os quais foram interceptadas conversas telefônicas que revelam as hierarquias da quadrilha, bem como a extensão do domínio exercido. As gravações mostram que cada integrante tinha uma função definida, como laranja, despachante, contador e braço armado. É a primeira vez que uma operação contra a milícia no Rio tem como alvo os chefes da organização, afirmaram autoridades.

Repercussão

Em nota, a Anistia Internacional informou que “é muito importante ver que o Ministério Público está atuando contra o crime organizado no Rio. As informações divulgadas publicamente de que existiria no Estado um grupo de extermínio chamado Escritório do Crime’ eram muito preocupantes”. Sobre o caso Marielle, o grupo reiterou que “o único resultado aceitável como solução é aquele que seja baseado em evidências concretas”. / COLABORARAM RENATA BATISTA E MÁRCIO DOLZAN

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