Moradores de Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, usaram as redes sociais para contar o drama da cidade fluminense atingida por fortes chuvas nesta terça-feira, 15. As publicações e vídeos incluem deslizamentos, enxurradas com veículos e árvores e até relato de arrastão após os temporais. Ao menos 122 mortes já foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.
Em uma série de publicações no Twitter, a astrônoma Geisa Ponte explicou que o muro de sua casa desabou. "Estou com meu pai na escada do vizinho. Saímos [de casa] com a água no peito. Saímos porque já estávamos correndo risco de vida e perdemos tudo", escreveu.
Já a educadora Lana de Holanda repostou imagens de uma enxurrada de água arrastando árvores e um carro na região. "Cada ano tudo piora, as mudanças climáticas ficam mais fortes (e mais evidentes) e nada é feito. Nada", criticou.
Em um vídeo, o youtuber Peter Jordan compartilhou que um arrastão teria acontecido no centro do município diante da tragédia. "Gente se aproveitando do caos para roubar as pessoas e lojas".
Em nota enviada ao Estadão, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que em algumas regiões do comércio de Petrópolis foram registradas tentativas de arrombamentos e possíveis furtos a estabelecimentos já atingidos pelas chuvas. "Nossas equipes foram deslocadas para os pontos detectados e reforçam a segurança nesses locais".
Além do 26° Batalhão da Polícia Militar (Petrópolis), equipes do norte do Estado e da Baixada Fluminense se deslocam para o município para auxiliar na condução da operação. Equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) também partiram da capital para compor as mobilizações.
De acordo com a Defesa Civil, até o momento, 184 pessoas estão recebendo suporte da prefeitura nos pontos de apoio e foram contabilizados 207 ocorrências, dos quais 171 são por deslizamentos.
Temporal em Petrópolis, no Rio, deixa mortos; chuvas provocaram deslizamentos e alagamentos na terça-feira
O órgão informou ainda que vários pontos do centro estão bloqueados e as aulas da rede pública foram suspensas. A prefeitura orientou que os moradores evitassem sair de casa.
O governador do Rio, Claudio Castro, esteve no Morro da Oficina, em Petrópolis, o local onde houve mais deslizamentos e vítimas, onde estão concentrados os esforços de resgate. Ele descreveu o cenário como uma “situação quase que de guerra”. Ao todo, segundo a Defesa Civil do Estado, foram registrados 44 mortos. Pelo menos 21 pessoas foram resgatadas com vida.
“Toda a nossa equipe está mobilizada: Corpo de Bombeiros, secretarias e demais órgãos do Estado”, afirmou o governador. “Atuamos no resgate e salvamento de vítimas, desobstruindo estradas, atendendo pessoas que perderam seus bens, com medicamentos e remoções, entre outras ações.”
O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro, falou sobre o trabalho de resgate. “Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas”, disse Monteiro. “Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal. Montamos um hospital de campanha com 10 leitos onde as vítimas recebem o primeiro atendimento.”
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras está mobilizada com maquinário na cidade: são 20 caminhões, 20 retroescavadeiras, 10 escavadeiras hidráulicas, 5 caminhões vacoll e 10 carros pipas.
Em atualização do boletim meteorológico, a Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva fraca a moderada a qualquer momento no município. A Defesa Civil reforça que a cidade segue em Estágio Operacional de Crise e orienta que a população fique atenta aos informes e alertas que podem ser atualizados a qualquer momento. Em caso de emergência as pessoas devem ligar para o 199.