Polícia prende 'cérebro' do tráfico de drogas na Rocinha


Alberto Ribeiro Sant’anna, o Cachorrão, é apontado como líder do crime na região ao lado de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157

Por Fabio Grellet e Roberta Pennafort

RIO - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira, 10, o traficante Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, de 35 anos. Segundo policiais, ele dividia a chefia do tráfico na Favela da Rocinha com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. A comunidade da zona sul do Rio vivencia tiroteios frequentes há dois meses, desde que comparsas do ex-chefe do tráfico de drogas Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, invadiram o morro para tirar Rogério 157 e seus comparsas do controle do comércio de drogas.

+ Bandidos armados com fuzis são vistos no câmpus da UFRJ

Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Procurados/Polícia Civil
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Nem está preso em uma penitenciária federal em Rondônia, de onde ordenou a invasão, segundo a polícia. Os três integravam a mesma facção criminosa, Amigo dos Amigos (ADA), mas Nem discordou de condutas de Rogério 157 e decidiu atacá-lo. Desde então, Rogério 157, Cachorrão e seus comparsas romperam com a ADA e passaram a integrar uma facção rival, o Comando Vermelho (CV).

+ Novo tiroteio impede acesso de bombeiros à Rocinha

Cachorrão foi preso em um prédio no Morro do Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central do Rio, em uma operação de várias delegacias. Segundo o delegado William Pena Júnior, da 35ª DP (Campo Grande), um dos responsáveis pela prisão, o traficante estava em casa, deitado, e ao constatar a chegada dos policiais pegou a filha no colo e se entregou. 

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"Ele estava deitado, pegou a filha no colo e se rendeu. Estávamos com apoio aéreo, identificamos e reconhecemos o prédio. Sabíamos que ele bebia muito uísque, pela investigação da inteligência, e já no corredor encontramos muitas garrafas", contou.

Segundo a Polícia Civil, Cachorrão era o comandante intelectual do tráfico na Rocinha.

"Ele era o cérebro dessa organização criminosa, enquanto o Rogério é o braço armado, é quem aparece mais. Cachorrão era o articulador do evento que ocorreu na Rocinha. O Rogério, apesar de ser apontado como líder, dividia as funções", contou o delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD). "Cachorrão tinha visão mais estratégica de contabilidade e da parte financeira, era responsável pela aquisição de armas, drogas e munições na favela." 

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Vista da Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Foto: Silvia Izquierdo|AP

Cachorrão foi segurança de Rogério 157 e subiu na hierarquia da quadrilha até dividir o comando do comércio de drogas na favela. Ele já foi condenado por roubo e tráfico de drogas e possui anotações criminais por associação ao tráfico, lesão corporal e dano ao patrimônio público, entre outras. Chegou a ser preso em 2009 e ganhou liberdade provisória em 2013. Agora, será indiciado por tentativa de homicídio, dano, disparo de arma de fogo e associação para o crime, entre outras acusações.

Segundo a polícia, esta foi a quarta tentativa recente de prender esse traficante. Ele morava na Mangueira, na zona norte, onde ocorreram as primeiras três operações para prendê-lo.

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"A Mangueira é uma área mais difícil para entrar, mas conseguimos fazer com que ele fugisse de lá. No Fallet/Fogueteiro é mais tranquilo de entrar", contou Curi. Segundo ele, os policiais chegaram ao imóvel onde Cachorrão se escondia sem que eventuais informantes percebessem. 

Intensos tiroteios assustam moradores da Rocinha, uma das maiores favelas do País

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Foto: Marcelo Sayão/EFE
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Foto: Gabriel Paiva/Agência O Globo
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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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Foto: Dida Sampaio/Estadão

Histórico

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O lucrativo comércio de drogas da Rocinha é alvo de cobiça desde os anos 1980, quando começaram os embates sangrentos no morro. O último "dono" antes de Rogério 157 foi Nem, preso em 2011. Foi nessa época que Rogério ascendeu.

Quando houve a invasão da Rocinha por homens de Nem no dia 17 de setembro, o bando de Rogério fugiu, mas ainda manteve seu domínio, de acordo com moradores. Os bandidos vinham sendo procurados desde então em operações na própria Rocinha e em sua área de mata, e também em favelas de outras regiões do Rio.

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A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que policiais envolvidos na morte da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, na favela da Rocinha, foram presos em flagrante.

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O clima de tensão fez com que o governo do Rio pedisse ajuda às Forças Armadas. Equipes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica permaneceram uma semana na Rocinha e depois voltaram pontualmente. Também auxiliaram em buscas fora do morro.

Na manhã do dia 23 de outubro, com a favela ainda tensa, a turista espanhola Maria Esperanza Jimenez foi morta a tiros ao passar de carro, na saída de um passeio turístico, por um grupo de policiais militares que patrulhavam a Rocinha. O autor do disparo foi um oficial da PM, que pensou tratar-se de um automóvel com criminosos.

RIO - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira, 10, o traficante Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, de 35 anos. Segundo policiais, ele dividia a chefia do tráfico na Favela da Rocinha com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. A comunidade da zona sul do Rio vivencia tiroteios frequentes há dois meses, desde que comparsas do ex-chefe do tráfico de drogas Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, invadiram o morro para tirar Rogério 157 e seus comparsas do controle do comércio de drogas.

+ Bandidos armados com fuzis são vistos no câmpus da UFRJ

Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Procurados/Polícia Civil

Nem está preso em uma penitenciária federal em Rondônia, de onde ordenou a invasão, segundo a polícia. Os três integravam a mesma facção criminosa, Amigo dos Amigos (ADA), mas Nem discordou de condutas de Rogério 157 e decidiu atacá-lo. Desde então, Rogério 157, Cachorrão e seus comparsas romperam com a ADA e passaram a integrar uma facção rival, o Comando Vermelho (CV).

+ Novo tiroteio impede acesso de bombeiros à Rocinha

Cachorrão foi preso em um prédio no Morro do Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central do Rio, em uma operação de várias delegacias. Segundo o delegado William Pena Júnior, da 35ª DP (Campo Grande), um dos responsáveis pela prisão, o traficante estava em casa, deitado, e ao constatar a chegada dos policiais pegou a filha no colo e se entregou. 

"Ele estava deitado, pegou a filha no colo e se rendeu. Estávamos com apoio aéreo, identificamos e reconhecemos o prédio. Sabíamos que ele bebia muito uísque, pela investigação da inteligência, e já no corredor encontramos muitas garrafas", contou.

Segundo a Polícia Civil, Cachorrão era o comandante intelectual do tráfico na Rocinha.

"Ele era o cérebro dessa organização criminosa, enquanto o Rogério é o braço armado, é quem aparece mais. Cachorrão era o articulador do evento que ocorreu na Rocinha. O Rogério, apesar de ser apontado como líder, dividia as funções", contou o delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD). "Cachorrão tinha visão mais estratégica de contabilidade e da parte financeira, era responsável pela aquisição de armas, drogas e munições na favela." 

Vista da Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Foto: Silvia Izquierdo|AP

Cachorrão foi segurança de Rogério 157 e subiu na hierarquia da quadrilha até dividir o comando do comércio de drogas na favela. Ele já foi condenado por roubo e tráfico de drogas e possui anotações criminais por associação ao tráfico, lesão corporal e dano ao patrimônio público, entre outras. Chegou a ser preso em 2009 e ganhou liberdade provisória em 2013. Agora, será indiciado por tentativa de homicídio, dano, disparo de arma de fogo e associação para o crime, entre outras acusações.

Segundo a polícia, esta foi a quarta tentativa recente de prender esse traficante. Ele morava na Mangueira, na zona norte, onde ocorreram as primeiras três operações para prendê-lo.

"A Mangueira é uma área mais difícil para entrar, mas conseguimos fazer com que ele fugisse de lá. No Fallet/Fogueteiro é mais tranquilo de entrar", contou Curi. Segundo ele, os policiais chegaram ao imóvel onde Cachorrão se escondia sem que eventuais informantes percebessem. 

Intensos tiroteios assustam moradores da Rocinha, uma das maiores favelas do País

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Histórico

O lucrativo comércio de drogas da Rocinha é alvo de cobiça desde os anos 1980, quando começaram os embates sangrentos no morro. O último "dono" antes de Rogério 157 foi Nem, preso em 2011. Foi nessa época que Rogério ascendeu.

Quando houve a invasão da Rocinha por homens de Nem no dia 17 de setembro, o bando de Rogério fugiu, mas ainda manteve seu domínio, de acordo com moradores. Os bandidos vinham sendo procurados desde então em operações na própria Rocinha e em sua área de mata, e também em favelas de outras regiões do Rio.

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A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que policiais envolvidos na morte da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, na favela da Rocinha, foram presos em flagrante.

O clima de tensão fez com que o governo do Rio pedisse ajuda às Forças Armadas. Equipes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica permaneceram uma semana na Rocinha e depois voltaram pontualmente. Também auxiliaram em buscas fora do morro.

Na manhã do dia 23 de outubro, com a favela ainda tensa, a turista espanhola Maria Esperanza Jimenez foi morta a tiros ao passar de carro, na saída de um passeio turístico, por um grupo de policiais militares que patrulhavam a Rocinha. O autor do disparo foi um oficial da PM, que pensou tratar-se de um automóvel com criminosos.

RIO - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira, 10, o traficante Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, de 35 anos. Segundo policiais, ele dividia a chefia do tráfico na Favela da Rocinha com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. A comunidade da zona sul do Rio vivencia tiroteios frequentes há dois meses, desde que comparsas do ex-chefe do tráfico de drogas Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, invadiram o morro para tirar Rogério 157 e seus comparsas do controle do comércio de drogas.

+ Bandidos armados com fuzis são vistos no câmpus da UFRJ

Alberto Ribeiro Sant'anna, conhecido como Cachorrão, é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Procurados/Polícia Civil

Nem está preso em uma penitenciária federal em Rondônia, de onde ordenou a invasão, segundo a polícia. Os três integravam a mesma facção criminosa, Amigo dos Amigos (ADA), mas Nem discordou de condutas de Rogério 157 e decidiu atacá-lo. Desde então, Rogério 157, Cachorrão e seus comparsas romperam com a ADA e passaram a integrar uma facção rival, o Comando Vermelho (CV).

+ Novo tiroteio impede acesso de bombeiros à Rocinha

Cachorrão foi preso em um prédio no Morro do Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central do Rio, em uma operação de várias delegacias. Segundo o delegado William Pena Júnior, da 35ª DP (Campo Grande), um dos responsáveis pela prisão, o traficante estava em casa, deitado, e ao constatar a chegada dos policiais pegou a filha no colo e se entregou. 

"Ele estava deitado, pegou a filha no colo e se rendeu. Estávamos com apoio aéreo, identificamos e reconhecemos o prédio. Sabíamos que ele bebia muito uísque, pela investigação da inteligência, e já no corredor encontramos muitas garrafas", contou.

Segundo a Polícia Civil, Cachorrão era o comandante intelectual do tráfico na Rocinha.

"Ele era o cérebro dessa organização criminosa, enquanto o Rogério é o braço armado, é quem aparece mais. Cachorrão era o articulador do evento que ocorreu na Rocinha. O Rogério, apesar de ser apontado como líder, dividia as funções", contou o delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD). "Cachorrão tinha visão mais estratégica de contabilidade e da parte financeira, era responsável pela aquisição de armas, drogas e munições na favela." 

Vista da Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Foto: Silvia Izquierdo|AP

Cachorrão foi segurança de Rogério 157 e subiu na hierarquia da quadrilha até dividir o comando do comércio de drogas na favela. Ele já foi condenado por roubo e tráfico de drogas e possui anotações criminais por associação ao tráfico, lesão corporal e dano ao patrimônio público, entre outras. Chegou a ser preso em 2009 e ganhou liberdade provisória em 2013. Agora, será indiciado por tentativa de homicídio, dano, disparo de arma de fogo e associação para o crime, entre outras acusações.

Segundo a polícia, esta foi a quarta tentativa recente de prender esse traficante. Ele morava na Mangueira, na zona norte, onde ocorreram as primeiras três operações para prendê-lo.

"A Mangueira é uma área mais difícil para entrar, mas conseguimos fazer com que ele fugisse de lá. No Fallet/Fogueteiro é mais tranquilo de entrar", contou Curi. Segundo ele, os policiais chegaram ao imóvel onde Cachorrão se escondia sem que eventuais informantes percebessem. 

Intensos tiroteios assustam moradores da Rocinha, uma das maiores favelas do País

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Histórico

O lucrativo comércio de drogas da Rocinha é alvo de cobiça desde os anos 1980, quando começaram os embates sangrentos no morro. O último "dono" antes de Rogério 157 foi Nem, preso em 2011. Foi nessa época que Rogério ascendeu.

Quando houve a invasão da Rocinha por homens de Nem no dia 17 de setembro, o bando de Rogério fugiu, mas ainda manteve seu domínio, de acordo com moradores. Os bandidos vinham sendo procurados desde então em operações na própria Rocinha e em sua área de mata, e também em favelas de outras regiões do Rio.

Seu navegador não suporta esse video.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que policiais envolvidos na morte da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, na favela da Rocinha, foram presos em flagrante.

O clima de tensão fez com que o governo do Rio pedisse ajuda às Forças Armadas. Equipes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica permaneceram uma semana na Rocinha e depois voltaram pontualmente. Também auxiliaram em buscas fora do morro.

Na manhã do dia 23 de outubro, com a favela ainda tensa, a turista espanhola Maria Esperanza Jimenez foi morta a tiros ao passar de carro, na saída de um passeio turístico, por um grupo de policiais militares que patrulhavam a Rocinha. O autor do disparo foi um oficial da PM, que pensou tratar-se de um automóvel com criminosos.

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