Terreiro de candomblé é incendiado na Baixada Fluminense


Em seis anos, é o sexto atentado contra a casa e sua dona, a mãe Conceição de Lissá, que vê perseguição religiosa nos ataques

Por Thaise Constancio

RIO - O segundo andar do barracão de candomblé de mãe Conceição de Lissá, de 53 anos, foi incendiado no bairro Jardim Vale do Sol, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite desta quinta-feira, 26. Nos últimos seis anos, esse já é o sexto atentado contra a casa e sua dona, que também foi vítima de uma tentativa de homicídio. Sem apontar suspeitos, ela afirma que há cunho religioso, já que sua vida "é pautada na questão religiosa".

De acordo com a mãe de santo, os invasores cortaram o arame farpado em cima do muro para entrar na casa, que funciona apenas para as sessões religiosas. Sem conseguirem entrar no primeiro andar, onde ficam a cozinha, os quartos e o salão dedicado aos santos, quebraram a corrente e o cadeado e entraram no segundo andar, onde ficam guardadas as roupas de santo e outros itens usados nas sessões. Os criminosos atearam fogo no nível superior, que estava em obras para ampliação do espaço, e ficou completamente destruído. O telhado veio abaixo.

"Não sobrou nada, foi uma perda inestimável. Estou me sentindo como se fosse uma mulher estuprada, me pergunto o que fiz de errado para isso acontecer", lamentou a mãe Conceição. "Estou vivendo aquela situação em que a vítima começa a achar que foi a causadora (do ataque). É uma sensação muito ruim."

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O incêndio será registrado nesta sexta-feira, 27, na 62ª Delegacia de Polícia (Imbariê, em Duque de Caxias) como intolerância religiosa, assim como os outros casos, exceto a tentativa de homicídio que ela afirma ter tentado acrescentar a motivação religiosa no boletim, mas não foi possível. Nenhum suspeito foi identificado até hoje.

A reportagem do Estado entrou em contato a Polícia Civil, mas não obteve resposta até as 14h30 desta sexta-feira. Em protesto contra a não resolução dos casos, a mãe de santo e o sacerdote Luis Eduardo Negrogun iniciaram uma greve de fome para que "o Estado intervenha nas investigações sobre a série de ataques" ao barracão.

"Queremos que o Estado se manifeste de maneira efetiva contra a intolerância religiosa e o racismo porque quando o caso acontece em um estádio de futebol todo mundo vê, mas quando é na nossa casa ninguém olha", declarou a mãe Conceição. "É inadmissível que em um Estado laico a gente ainda passe por essas privações", disse ela, que foi candidata a deputada federal pelo PC do B, em 2010.

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O barracão funciona há 13 anos no Jardim Vale do Sol. Há sete, ela e a família se mudaram para o bairro e, desde então, começaram as ameaças à mãe de santo e às pessoas com funções de santo e as depredações no terreiro. Há um mês, o carro de Leonardo Duran, filho de santo de Conceição, foi incendiado na porta do barracão. Na tentativa de homicídio, também atiraram na casa e no barracão, que fica na mesma rua.

Conceição diz que tem recebido ligações no barracão, no entanto, a pessoa permanece muda do outro lado da linha. "Tenho a impressão de que é para saber se tem gente na casa."

Ela diz que, pela primeira vez, pensa em pedir proteção policial. "Acho que o Estado está esperando que eu seja assassinada para tomar uma postura. Esperamos que eles nos vejam, nos ouçam e façam uma coisa."

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De acordo com a Defesa Civil, as paredes do segundo andar da casa terão que ser reforçadas caso o espaço seja reconstruído. "Estávamos expandido a casa, a obra estava inacabada. Não faço ideia de quanto tempo vai demorar para recuperar tudo."

RIO - O segundo andar do barracão de candomblé de mãe Conceição de Lissá, de 53 anos, foi incendiado no bairro Jardim Vale do Sol, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite desta quinta-feira, 26. Nos últimos seis anos, esse já é o sexto atentado contra a casa e sua dona, que também foi vítima de uma tentativa de homicídio. Sem apontar suspeitos, ela afirma que há cunho religioso, já que sua vida "é pautada na questão religiosa".

De acordo com a mãe de santo, os invasores cortaram o arame farpado em cima do muro para entrar na casa, que funciona apenas para as sessões religiosas. Sem conseguirem entrar no primeiro andar, onde ficam a cozinha, os quartos e o salão dedicado aos santos, quebraram a corrente e o cadeado e entraram no segundo andar, onde ficam guardadas as roupas de santo e outros itens usados nas sessões. Os criminosos atearam fogo no nível superior, que estava em obras para ampliação do espaço, e ficou completamente destruído. O telhado veio abaixo.

"Não sobrou nada, foi uma perda inestimável. Estou me sentindo como se fosse uma mulher estuprada, me pergunto o que fiz de errado para isso acontecer", lamentou a mãe Conceição. "Estou vivendo aquela situação em que a vítima começa a achar que foi a causadora (do ataque). É uma sensação muito ruim."

O incêndio será registrado nesta sexta-feira, 27, na 62ª Delegacia de Polícia (Imbariê, em Duque de Caxias) como intolerância religiosa, assim como os outros casos, exceto a tentativa de homicídio que ela afirma ter tentado acrescentar a motivação religiosa no boletim, mas não foi possível. Nenhum suspeito foi identificado até hoje.

A reportagem do Estado entrou em contato a Polícia Civil, mas não obteve resposta até as 14h30 desta sexta-feira. Em protesto contra a não resolução dos casos, a mãe de santo e o sacerdote Luis Eduardo Negrogun iniciaram uma greve de fome para que "o Estado intervenha nas investigações sobre a série de ataques" ao barracão.

"Queremos que o Estado se manifeste de maneira efetiva contra a intolerância religiosa e o racismo porque quando o caso acontece em um estádio de futebol todo mundo vê, mas quando é na nossa casa ninguém olha", declarou a mãe Conceição. "É inadmissível que em um Estado laico a gente ainda passe por essas privações", disse ela, que foi candidata a deputada federal pelo PC do B, em 2010.

O barracão funciona há 13 anos no Jardim Vale do Sol. Há sete, ela e a família se mudaram para o bairro e, desde então, começaram as ameaças à mãe de santo e às pessoas com funções de santo e as depredações no terreiro. Há um mês, o carro de Leonardo Duran, filho de santo de Conceição, foi incendiado na porta do barracão. Na tentativa de homicídio, também atiraram na casa e no barracão, que fica na mesma rua.

Conceição diz que tem recebido ligações no barracão, no entanto, a pessoa permanece muda do outro lado da linha. "Tenho a impressão de que é para saber se tem gente na casa."

Ela diz que, pela primeira vez, pensa em pedir proteção policial. "Acho que o Estado está esperando que eu seja assassinada para tomar uma postura. Esperamos que eles nos vejam, nos ouçam e façam uma coisa."

De acordo com a Defesa Civil, as paredes do segundo andar da casa terão que ser reforçadas caso o espaço seja reconstruído. "Estávamos expandido a casa, a obra estava inacabada. Não faço ideia de quanto tempo vai demorar para recuperar tudo."

RIO - O segundo andar do barracão de candomblé de mãe Conceição de Lissá, de 53 anos, foi incendiado no bairro Jardim Vale do Sol, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite desta quinta-feira, 26. Nos últimos seis anos, esse já é o sexto atentado contra a casa e sua dona, que também foi vítima de uma tentativa de homicídio. Sem apontar suspeitos, ela afirma que há cunho religioso, já que sua vida "é pautada na questão religiosa".

De acordo com a mãe de santo, os invasores cortaram o arame farpado em cima do muro para entrar na casa, que funciona apenas para as sessões religiosas. Sem conseguirem entrar no primeiro andar, onde ficam a cozinha, os quartos e o salão dedicado aos santos, quebraram a corrente e o cadeado e entraram no segundo andar, onde ficam guardadas as roupas de santo e outros itens usados nas sessões. Os criminosos atearam fogo no nível superior, que estava em obras para ampliação do espaço, e ficou completamente destruído. O telhado veio abaixo.

"Não sobrou nada, foi uma perda inestimável. Estou me sentindo como se fosse uma mulher estuprada, me pergunto o que fiz de errado para isso acontecer", lamentou a mãe Conceição. "Estou vivendo aquela situação em que a vítima começa a achar que foi a causadora (do ataque). É uma sensação muito ruim."

O incêndio será registrado nesta sexta-feira, 27, na 62ª Delegacia de Polícia (Imbariê, em Duque de Caxias) como intolerância religiosa, assim como os outros casos, exceto a tentativa de homicídio que ela afirma ter tentado acrescentar a motivação religiosa no boletim, mas não foi possível. Nenhum suspeito foi identificado até hoje.

A reportagem do Estado entrou em contato a Polícia Civil, mas não obteve resposta até as 14h30 desta sexta-feira. Em protesto contra a não resolução dos casos, a mãe de santo e o sacerdote Luis Eduardo Negrogun iniciaram uma greve de fome para que "o Estado intervenha nas investigações sobre a série de ataques" ao barracão.

"Queremos que o Estado se manifeste de maneira efetiva contra a intolerância religiosa e o racismo porque quando o caso acontece em um estádio de futebol todo mundo vê, mas quando é na nossa casa ninguém olha", declarou a mãe Conceição. "É inadmissível que em um Estado laico a gente ainda passe por essas privações", disse ela, que foi candidata a deputada federal pelo PC do B, em 2010.

O barracão funciona há 13 anos no Jardim Vale do Sol. Há sete, ela e a família se mudaram para o bairro e, desde então, começaram as ameaças à mãe de santo e às pessoas com funções de santo e as depredações no terreiro. Há um mês, o carro de Leonardo Duran, filho de santo de Conceição, foi incendiado na porta do barracão. Na tentativa de homicídio, também atiraram na casa e no barracão, que fica na mesma rua.

Conceição diz que tem recebido ligações no barracão, no entanto, a pessoa permanece muda do outro lado da linha. "Tenho a impressão de que é para saber se tem gente na casa."

Ela diz que, pela primeira vez, pensa em pedir proteção policial. "Acho que o Estado está esperando que eu seja assassinada para tomar uma postura. Esperamos que eles nos vejam, nos ouçam e façam uma coisa."

De acordo com a Defesa Civil, as paredes do segundo andar da casa terão que ser reforçadas caso o espaço seja reconstruído. "Estávamos expandido a casa, a obra estava inacabada. Não faço ideia de quanto tempo vai demorar para recuperar tudo."

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