Preso nesta terça-feira, 29, em sua residência na Barra da Tijuca, Rogério de Andrade é considerado o maior bicheiro do Rio. O contraventor é acusado de ser o mandante da morte de Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020, no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes. A defesa dele não foi localizada.
Iggnácio e Andrade são, respectivamente, genro e sobrinho do falecido Castor de Andrade, um dos mais famosos contraventores da história do Rio.
Seguindo a tradição familiar, Rogério de Andrade tem fortes ligações com o carnaval do Rio de Janeiro. Rogério é patrono da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, escola do Grupo Especial. A Mocidade foi seis vezes campeã do carnaval, a primeira em 1979 e a última em 2017. As primeiras cinco conquistas aconteceram quando o tio de Rogério, Castor de Andrade, era patrono da escola. Na mais recente, o sobrinho já havia sucedido o tio como padrinho da agremiação.
Rogério tem aparecido com mais frequência nas redes sociais desde que sua mulher, Fabíola Andrade, se tornou rainha de bateria da Mocidade. Ela já havia sido musa da escola no carnaval de 2016. A coroação como rainha aconteceu em 2024 e o reinado se estende até 2025.
“Bem-vinda, Fabíola de Andrade, aqui é sua casa e tenho certeza que seremos muito felizes, juntas nessa caminhada”, postou a escola em seu Instagram oficial.
No desfile deste ano, Rogério de Andrade não foi ao sambódromo porque, por ordem judicial, usava tornozeleira eletrônica e, assim, estava proibido de sair de casa à noite. Antes do desfile, Fabíola Andrade distribuiu kits de calcinhas e sutiãs para a plateia do setor 1 do sambódromo.
Tio ajudou a criar a Liga das Escolas de Samba
Castor de Andrade foi um dos mais destacados patronos e financiadores do Carnaval do Rio de Janeiro. Castor ajudou a escola a conquistar os títulos dos carnavais de 1979, 1985, 1990, 1991 e 1996. Depois que o bicheiro morreu, a escola só voltou a ser campeã em 2017, com seu sobrinho.
Ao contrário de outros bicheiros que não gostavam de aparecer em público, Castor de Andrade participava diretamente da organização da escola. A fundação em 1984 da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, principal liga carnavalesca do País, é creditada a Castor de Andrade.