Seis pessoas de uma só família foram assassinadas dentro de casa, em Jequié, no sudoeste da Bahia, na manhã de quinta-feira, 5. Segundo a Polícia Militar do Estado, criminosos invadiram a residência e dispararam contra dois homens, três mulheres - uma delas grávida de nove meses - e uma criança.
Jequié é considerada a cidade mais violenta do País. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que o município tem uma taxa de 88,8 homicídios por 100 mil habitantes.
As vítimas são ciganas, como a maioria dos vizinhos do bairro de Amaralina, que acionaram a PM. Quando os policiais chegaram ao local, no entanto, as seis pessoas já estavam mortas e os criminosos longe da cena da chacina.
As motivações do crime são desconhecidas. Uma das pistas para chegar até os assassinos são imagens de câmeras de segurança existentes nos arredores da residência.
Segundo a Polícia Civil, os mortos são Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos, grávida de nove meses; Laiane Andrade Barreto, 5 anos; Elismar Cabral Barreto, 23; Sulivan Cabral Barreto, 35; Maiane Cabral Gomes, 45 e Lindivoval de Almeida Cabral, 66.
A Secretaria de Educação de Jequié emitiu nota sobre o crime, já que Laiane, a menina de 5 anos morta, estudava em uma escola municipal da cidade. “[Foi] vítima de uma violência absurda e inexplicável que, também, atingiu toda a sua família”, escreveu a pasta.
Escalada de mortes
Três dias antes do crime, dois homens foram mortos em confronto com policiais militares, na cidade. Conforme a PM, os homens estavam armados e reagiram à tentativa de abordagem dos agentes.
Nesse momento, ainda segundo a PM, eles iniciaram uma troca de tiros contra os policiais, que reagiram. No revide, dois dos suspeitos morreram. A Bahia vive uma escalada de mortes em operações policiais – em setembro, foram mais de 70.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou na segunda-feira, 2, portaria que cria o programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), que inclue a liberação de R$ 20 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para o governo da Bahia adquirir viaturas, armamentos, equipamentos de proteção individual e custear despesas de órgãos de segurança pública e defesa.
A Bahia tem a segunda maior taxa de assassinatos por 100 mil habitantes do País, com 47,1 mortes, ainda que tenha apresentado redução entre 2021 e 2022, segundo dados reunidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.