FLORIANÓPOLIS - O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina e o governador Carlos Moisés (PSL) assinaram na tarde desta sexta-feira, 18, a liberação da Licença Ambiental de Instalação (LAI) para o alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú. O projeto, que na primeira fase custará R$ 68 milhões, prevê um aumento de mais de 40 metros da área de praia, que passará dos atuais 25 metros para 70.
A praia é conhecida pelos arranha-céus e também pela sombra que eles projetam em toda a extensão do balneário logo depois do meio dia. Segundo o prefeito Fabrício de Oliveira (Podemos), com a ampliação da faixa de areia, o município também vai "fabricar" algumas horas a mais de sol para os turistas.
“O objetivo final é a revitalização de toda a orla. Balneário Camboriú é um cartão postal internacional e com esse projeto buscamos dar mais dignidade para quem usa a praia”, disse o prefeito. “O sol será uma consequência, claro que vamos aumentar a praia que terá uma extensão de 70 metros e claro vai ter mais sol”, emendou Oliveira.
As obras iniciam em janeiro, mas a draga, que será trazida da Argentina, só vai começar o trabalho em março. A partir daí, serão quatro meses de trabalhos até a conclusão da primeira etapa, que vai retirar mais de 2 milhões de metros cúbicos do fundo do mar. Em Florianópolis, capital do Estado, o alargamento da faixa de areia de Canasvieiras, que também foi ampliado em 40 metros, foram 350 mil metros cúbicos de areia utilizada e a obra custou R$ 10,5 milhões.
A obra em Balneário Camboriú também terá impacto direto nos empreendimento imobiliários da cidade que já tem o terceiro metro quadrado mais caro do país, com coberturas que podem chegar a R$ 15 milhões, segundo informou Altevir Baron, diretor de mercado e marketing da FG, que lidera o número de lançamentos no balneário.
“Neste ano, nós já tivemos crescimento bastante significativo, batendo nosso maior recorde com vendas e lançamento. Estamos nos preparando porque sabemos que será um sucesso em todos os níveis”, afirmou Baron.
Segundo ele, o mercado imobiliário de “alto e altíssimo padrão” está aquecido principalmente com a procura por público que vem do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo Baron, o ticket médio do setor imobiliário na Praia Central é de R$ 5 a R$ 6 milhões e que acabará sendo valorizado com a conclusão da obra.
A segunda etapa do projeto, que ainda não foi lançada e cujo orçamento também não foi divulgado, vai contemplar a revitalização da orla com construção de quiosques e ciclofaixa. Segundo o prefeito Fabrício Oliveiro, parte dos recursos da obra virão de com “da venda de outorgas da construção civil e índices de construção”.
Como a obra propriamente dita deve ser realizada entre abril e julho, mês da tradicional pesca da tainha, segundo consta no estudo ambiental aprovado pelo IMA, durante o período a sugestão é de que “os pescadores afetados sejam envolvidos em outras atividades, inclusive junto às obras de alimentação artificial da Praia Central”.
O projeto de alargamento da orla chegou a ser contratado em 2006, mas o acordo foi rompido por questões políticas. Em 2011, uma nova licitação foi autorizada pelo prefeito Edson Renato Dias e, em julho de 2012, foi homologado o Consórcio ACQUAPLAN-PROSUL como vencedor do certame. A obra será executada por empresa norueguesa que já fez dragagem em portos catarinenses.
Como base para o projeto, o município utilizou um plebiscito que foi realizado em 2001. Desde então, não foram realizadas novas consultas públicas ou audiências para debater o assunto.
Os relatórios de balneabilidade do mesmo IMA que liberou a licença para o alargamento da praia nesta sexta-feira mostram que no ponto que fica mais próximo da foz do Rio Camboriú, em praticamente 50% das análises, a qualidade da água estava imprópria para banho.
Atualmente, o IMA faz análise da qualidade da água em 10 pontos da praia que será alargada. Todos eles, em algum momento, apresentaram qualidade imprópria para banho.