Único brasileiro a participar do seqüestro do empresário Abílio Diniz, em dezembro de 1989, o cearense Raimundo Rosélio Costa Freire está de volta à prisão. Desta vez, ele é acusado por tráfico e associação para o tráfico de drogas (pena de três a dez anos). Ele e o professor José Helton Cunha Sales foram presos em flagrante, na quarta-feira, com quase dez quilos de cocaína e 13 gramas de maconha em um sítio na Praia de Barro Preto, no litoral leste do Ceará. Os dois estão recolhidos na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal. Parte da droga, embalada em pacotes, estava no carro do professor. O restante foi encontrada no esgoto dentro da cozinha do sítio onde Rosélio estava hospedado. Além da cocaína, foram encontradas na propriedade uma arma com munição e uma balança. Rosélio Freire foi condenado a 28 anos pelo seqüestro do empresário Abílio Diniz e passou dez anos na prisão. Ele teve a pena reduzida para 17 anos depois de fazer greve de fome. Desde abril de 1999, estava em liberdade condicional, morando em Fortaleza. O seqüestro de Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar, teve repercussão mundial. Dele participaram, além de Rosélio, nove estrangeiros: dois canadenses, dois argentinos e cinco chilenos. Os seqüestradores alegaram, na época, que a ação tinha fins políticos e que queriam dinheiro para financiar a guerrilha em El Salvador.