Serra diz que BC não é Santa Sé e critica Estado 'obeso'


Por HUGO BACHEGA

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou nesta segunda-feira a condução da política de juros do Banco Central diante da crise financeira mundial, afirmou que a instituição "não é a Santa Sé" mas garantiu que não haverá "nenhuma virada de mesa" caso seja eleito. "A questão dos juros, a questão do câmbio, acho que ninguém em sã consciência pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros e o Banco Central não baixa, ele está certo", disse Serra em entrevista à rádio CBN. "O Banco Central não é a Santa Sé", declarou, ao defender que críticas à instituição não podem ser encaradas como interferência ou quebra de autonomia. Serra irritou-se ao ser perguntado sobre as críticas de que, se eleito, também agiria como presidente do BC. Defendeu, no entanto, que o "presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição" diante das decisões da instituição e afirmou que não forçará "nenhuma virada de mesa". O BC, que goza de autonomia operacional e não formal, iniciou ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009 e reduziu a Selic em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido neste patamar e, na última reunião do grupo, em abril, elevou a taxa para 9,50 por cento ao ano. "Entra governo e sai governo e o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo", disse. No Rio de Janeiro, sua principal rival na sucessão, Dilma Rousseff (PT), rebateu as declarações do tucano e defendeu a atuação do BC diante a crise. "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse ela em entrevista após participar de seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise." Questionada se manteria a autonomia operacional do BC, Dilma disse apenas que "em time que ganha não se mexe". Em outro evento, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as declarações de Serra sobre o BC. "Eu duvido que ele faria isso, mas acho que não vai ter como comprovar porque ele não vai ganhar a eleição. Candidato pode dizer tudo", afirmou Dutra. Mais tarde, ao participar de feira de supermercados em São Paulo, Serra amenizou o tom. "O BC trabalha direito mas tem que ter um acompanhamento. Em qualquer país do mundo isso acontece. Não há motivo para sobressalto. O presidente da República conversa com o presidente do BC o tempo todo." Apesar das críticas à política do BC, Serra disse que manterá, em um eventual governo, o tripé formado por superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação que, segundo ele, "está aí e veio para ficar". PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES Serra defendeu uma reforma da Previdência que "elimine privilégios e corrija injustiças" e declarou que respeitará qualquer decisão do governo sobre o reajuste para os aposentados. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou aumento de 7,7 por cento para aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Agora, o assunto será analisado pelo Senado e, se aprovado, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo defende aumento de 6,14 por cento. Sobre os comentários do tucano, o presidente do PT declarou que uma reforma no setor "não está no nosso programa (de governo)". Dutra, no entanto, não descartou alterações pontuais no sistema caso a petista seja eleita. Questionado sobre uma eventual política de privatizações de um governo seu, Serra classificou como "trololó de campanha" rumores de que privatizaria o Banco do Brasil ou a Petrobras e negou a existência de tais planos. "GOVERNO FORTE, NÃO OBESO" Serra, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, voltou a criticar o que considera aparelhamento político do governo federal pelo PT e afirmou que não irá inchar o Estado caso chegue ao Planalto. "Eu defendo um governo forte, não obeso, mas musculoso, para ter capacidade de ativar nosso desenvolvimento", disse. O tucano avaliou que a ocupação de cargos por integrantes do PT, que ele afirma ter ocorrido no governo do presidente Lula, "desvirtua as funções governamentais". Na semana passada, Serra avaliou haver muita "gordura" na administração federal e garantiu que, caso eleito, "vai cortar quem tiver que cortar". O Mercosul, outro alvo recorrente das críticas do ex-governador, também foi citado por ele. Segundo Serra, é importante "salvar" o bloco e fortalecer o livre comércio entre os seus países. "Eu acho que o Mercosul tem que ser reformado. Foram fixadas metas muito ambiciosas, queimando etapas", disse. A União Europeia já afirmou que reiniciaria conversas sobre comércio com o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. (Reportagem adicional de Carmen Munari e Vivian Pereira, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou nesta segunda-feira a condução da política de juros do Banco Central diante da crise financeira mundial, afirmou que a instituição "não é a Santa Sé" mas garantiu que não haverá "nenhuma virada de mesa" caso seja eleito. "A questão dos juros, a questão do câmbio, acho que ninguém em sã consciência pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros e o Banco Central não baixa, ele está certo", disse Serra em entrevista à rádio CBN. "O Banco Central não é a Santa Sé", declarou, ao defender que críticas à instituição não podem ser encaradas como interferência ou quebra de autonomia. Serra irritou-se ao ser perguntado sobre as críticas de que, se eleito, também agiria como presidente do BC. Defendeu, no entanto, que o "presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição" diante das decisões da instituição e afirmou que não forçará "nenhuma virada de mesa". O BC, que goza de autonomia operacional e não formal, iniciou ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009 e reduziu a Selic em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido neste patamar e, na última reunião do grupo, em abril, elevou a taxa para 9,50 por cento ao ano. "Entra governo e sai governo e o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo", disse. No Rio de Janeiro, sua principal rival na sucessão, Dilma Rousseff (PT), rebateu as declarações do tucano e defendeu a atuação do BC diante a crise. "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse ela em entrevista após participar de seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise." Questionada se manteria a autonomia operacional do BC, Dilma disse apenas que "em time que ganha não se mexe". Em outro evento, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as declarações de Serra sobre o BC. "Eu duvido que ele faria isso, mas acho que não vai ter como comprovar porque ele não vai ganhar a eleição. Candidato pode dizer tudo", afirmou Dutra. Mais tarde, ao participar de feira de supermercados em São Paulo, Serra amenizou o tom. "O BC trabalha direito mas tem que ter um acompanhamento. Em qualquer país do mundo isso acontece. Não há motivo para sobressalto. O presidente da República conversa com o presidente do BC o tempo todo." Apesar das críticas à política do BC, Serra disse que manterá, em um eventual governo, o tripé formado por superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação que, segundo ele, "está aí e veio para ficar". PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES Serra defendeu uma reforma da Previdência que "elimine privilégios e corrija injustiças" e declarou que respeitará qualquer decisão do governo sobre o reajuste para os aposentados. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou aumento de 7,7 por cento para aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Agora, o assunto será analisado pelo Senado e, se aprovado, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo defende aumento de 6,14 por cento. Sobre os comentários do tucano, o presidente do PT declarou que uma reforma no setor "não está no nosso programa (de governo)". Dutra, no entanto, não descartou alterações pontuais no sistema caso a petista seja eleita. Questionado sobre uma eventual política de privatizações de um governo seu, Serra classificou como "trololó de campanha" rumores de que privatizaria o Banco do Brasil ou a Petrobras e negou a existência de tais planos. "GOVERNO FORTE, NÃO OBESO" Serra, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, voltou a criticar o que considera aparelhamento político do governo federal pelo PT e afirmou que não irá inchar o Estado caso chegue ao Planalto. "Eu defendo um governo forte, não obeso, mas musculoso, para ter capacidade de ativar nosso desenvolvimento", disse. O tucano avaliou que a ocupação de cargos por integrantes do PT, que ele afirma ter ocorrido no governo do presidente Lula, "desvirtua as funções governamentais". Na semana passada, Serra avaliou haver muita "gordura" na administração federal e garantiu que, caso eleito, "vai cortar quem tiver que cortar". O Mercosul, outro alvo recorrente das críticas do ex-governador, também foi citado por ele. Segundo Serra, é importante "salvar" o bloco e fortalecer o livre comércio entre os seus países. "Eu acho que o Mercosul tem que ser reformado. Foram fixadas metas muito ambiciosas, queimando etapas", disse. A União Europeia já afirmou que reiniciaria conversas sobre comércio com o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. (Reportagem adicional de Carmen Munari e Vivian Pereira, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou nesta segunda-feira a condução da política de juros do Banco Central diante da crise financeira mundial, afirmou que a instituição "não é a Santa Sé" mas garantiu que não haverá "nenhuma virada de mesa" caso seja eleito. "A questão dos juros, a questão do câmbio, acho que ninguém em sã consciência pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros e o Banco Central não baixa, ele está certo", disse Serra em entrevista à rádio CBN. "O Banco Central não é a Santa Sé", declarou, ao defender que críticas à instituição não podem ser encaradas como interferência ou quebra de autonomia. Serra irritou-se ao ser perguntado sobre as críticas de que, se eleito, também agiria como presidente do BC. Defendeu, no entanto, que o "presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição" diante das decisões da instituição e afirmou que não forçará "nenhuma virada de mesa". O BC, que goza de autonomia operacional e não formal, iniciou ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009 e reduziu a Selic em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido neste patamar e, na última reunião do grupo, em abril, elevou a taxa para 9,50 por cento ao ano. "Entra governo e sai governo e o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo", disse. No Rio de Janeiro, sua principal rival na sucessão, Dilma Rousseff (PT), rebateu as declarações do tucano e defendeu a atuação do BC diante a crise. "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse ela em entrevista após participar de seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise." Questionada se manteria a autonomia operacional do BC, Dilma disse apenas que "em time que ganha não se mexe". Em outro evento, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as declarações de Serra sobre o BC. "Eu duvido que ele faria isso, mas acho que não vai ter como comprovar porque ele não vai ganhar a eleição. Candidato pode dizer tudo", afirmou Dutra. Mais tarde, ao participar de feira de supermercados em São Paulo, Serra amenizou o tom. "O BC trabalha direito mas tem que ter um acompanhamento. Em qualquer país do mundo isso acontece. Não há motivo para sobressalto. O presidente da República conversa com o presidente do BC o tempo todo." Apesar das críticas à política do BC, Serra disse que manterá, em um eventual governo, o tripé formado por superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação que, segundo ele, "está aí e veio para ficar". PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES Serra defendeu uma reforma da Previdência que "elimine privilégios e corrija injustiças" e declarou que respeitará qualquer decisão do governo sobre o reajuste para os aposentados. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou aumento de 7,7 por cento para aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Agora, o assunto será analisado pelo Senado e, se aprovado, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo defende aumento de 6,14 por cento. Sobre os comentários do tucano, o presidente do PT declarou que uma reforma no setor "não está no nosso programa (de governo)". Dutra, no entanto, não descartou alterações pontuais no sistema caso a petista seja eleita. Questionado sobre uma eventual política de privatizações de um governo seu, Serra classificou como "trololó de campanha" rumores de que privatizaria o Banco do Brasil ou a Petrobras e negou a existência de tais planos. "GOVERNO FORTE, NÃO OBESO" Serra, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, voltou a criticar o que considera aparelhamento político do governo federal pelo PT e afirmou que não irá inchar o Estado caso chegue ao Planalto. "Eu defendo um governo forte, não obeso, mas musculoso, para ter capacidade de ativar nosso desenvolvimento", disse. O tucano avaliou que a ocupação de cargos por integrantes do PT, que ele afirma ter ocorrido no governo do presidente Lula, "desvirtua as funções governamentais". Na semana passada, Serra avaliou haver muita "gordura" na administração federal e garantiu que, caso eleito, "vai cortar quem tiver que cortar". O Mercosul, outro alvo recorrente das críticas do ex-governador, também foi citado por ele. Segundo Serra, é importante "salvar" o bloco e fortalecer o livre comércio entre os seus países. "Eu acho que o Mercosul tem que ser reformado. Foram fixadas metas muito ambiciosas, queimando etapas", disse. A União Europeia já afirmou que reiniciaria conversas sobre comércio com o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. (Reportagem adicional de Carmen Munari e Vivian Pereira, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou nesta segunda-feira a condução da política de juros do Banco Central diante da crise financeira mundial, afirmou que a instituição "não é a Santa Sé" mas garantiu que não haverá "nenhuma virada de mesa" caso seja eleito. "A questão dos juros, a questão do câmbio, acho que ninguém em sã consciência pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros e o Banco Central não baixa, ele está certo", disse Serra em entrevista à rádio CBN. "O Banco Central não é a Santa Sé", declarou, ao defender que críticas à instituição não podem ser encaradas como interferência ou quebra de autonomia. Serra irritou-se ao ser perguntado sobre as críticas de que, se eleito, também agiria como presidente do BC. Defendeu, no entanto, que o "presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição" diante das decisões da instituição e afirmou que não forçará "nenhuma virada de mesa". O BC, que goza de autonomia operacional e não formal, iniciou ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009 e reduziu a Selic em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido neste patamar e, na última reunião do grupo, em abril, elevou a taxa para 9,50 por cento ao ano. "Entra governo e sai governo e o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo", disse. No Rio de Janeiro, sua principal rival na sucessão, Dilma Rousseff (PT), rebateu as declarações do tucano e defendeu a atuação do BC diante a crise. "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse ela em entrevista após participar de seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise." Questionada se manteria a autonomia operacional do BC, Dilma disse apenas que "em time que ganha não se mexe". Em outro evento, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as declarações de Serra sobre o BC. "Eu duvido que ele faria isso, mas acho que não vai ter como comprovar porque ele não vai ganhar a eleição. Candidato pode dizer tudo", afirmou Dutra. Mais tarde, ao participar de feira de supermercados em São Paulo, Serra amenizou o tom. "O BC trabalha direito mas tem que ter um acompanhamento. Em qualquer país do mundo isso acontece. Não há motivo para sobressalto. O presidente da República conversa com o presidente do BC o tempo todo." Apesar das críticas à política do BC, Serra disse que manterá, em um eventual governo, o tripé formado por superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação que, segundo ele, "está aí e veio para ficar". PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES Serra defendeu uma reforma da Previdência que "elimine privilégios e corrija injustiças" e declarou que respeitará qualquer decisão do governo sobre o reajuste para os aposentados. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou aumento de 7,7 por cento para aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Agora, o assunto será analisado pelo Senado e, se aprovado, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo defende aumento de 6,14 por cento. Sobre os comentários do tucano, o presidente do PT declarou que uma reforma no setor "não está no nosso programa (de governo)". Dutra, no entanto, não descartou alterações pontuais no sistema caso a petista seja eleita. Questionado sobre uma eventual política de privatizações de um governo seu, Serra classificou como "trololó de campanha" rumores de que privatizaria o Banco do Brasil ou a Petrobras e negou a existência de tais planos. "GOVERNO FORTE, NÃO OBESO" Serra, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, voltou a criticar o que considera aparelhamento político do governo federal pelo PT e afirmou que não irá inchar o Estado caso chegue ao Planalto. "Eu defendo um governo forte, não obeso, mas musculoso, para ter capacidade de ativar nosso desenvolvimento", disse. O tucano avaliou que a ocupação de cargos por integrantes do PT, que ele afirma ter ocorrido no governo do presidente Lula, "desvirtua as funções governamentais". Na semana passada, Serra avaliou haver muita "gordura" na administração federal e garantiu que, caso eleito, "vai cortar quem tiver que cortar". O Mercosul, outro alvo recorrente das críticas do ex-governador, também foi citado por ele. Segundo Serra, é importante "salvar" o bloco e fortalecer o livre comércio entre os seus países. "Eu acho que o Mercosul tem que ser reformado. Foram fixadas metas muito ambiciosas, queimando etapas", disse. A União Europeia já afirmou que reiniciaria conversas sobre comércio com o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. (Reportagem adicional de Carmen Munari e Vivian Pereira, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou nesta segunda-feira a condução da política de juros do Banco Central diante da crise financeira mundial, afirmou que a instituição "não é a Santa Sé" mas garantiu que não haverá "nenhuma virada de mesa" caso seja eleito. "A questão dos juros, a questão do câmbio, acho que ninguém em sã consciência pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros e o Banco Central não baixa, ele está certo", disse Serra em entrevista à rádio CBN. "O Banco Central não é a Santa Sé", declarou, ao defender que críticas à instituição não podem ser encaradas como interferência ou quebra de autonomia. Serra irritou-se ao ser perguntado sobre as críticas de que, se eleito, também agiria como presidente do BC. Defendeu, no entanto, que o "presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição" diante das decisões da instituição e afirmou que não forçará "nenhuma virada de mesa". O BC, que goza de autonomia operacional e não formal, iniciou ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009 e reduziu a Selic em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido neste patamar e, na última reunião do grupo, em abril, elevou a taxa para 9,50 por cento ao ano. "Entra governo e sai governo e o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo", disse. No Rio de Janeiro, sua principal rival na sucessão, Dilma Rousseff (PT), rebateu as declarações do tucano e defendeu a atuação do BC diante a crise. "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse ela em entrevista após participar de seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise." Questionada se manteria a autonomia operacional do BC, Dilma disse apenas que "em time que ganha não se mexe". Em outro evento, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as declarações de Serra sobre o BC. "Eu duvido que ele faria isso, mas acho que não vai ter como comprovar porque ele não vai ganhar a eleição. Candidato pode dizer tudo", afirmou Dutra. Mais tarde, ao participar de feira de supermercados em São Paulo, Serra amenizou o tom. "O BC trabalha direito mas tem que ter um acompanhamento. Em qualquer país do mundo isso acontece. Não há motivo para sobressalto. O presidente da República conversa com o presidente do BC o tempo todo." Apesar das críticas à política do BC, Serra disse que manterá, em um eventual governo, o tripé formado por superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação que, segundo ele, "está aí e veio para ficar". PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES Serra defendeu uma reforma da Previdência que "elimine privilégios e corrija injustiças" e declarou que respeitará qualquer decisão do governo sobre o reajuste para os aposentados. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou aumento de 7,7 por cento para aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Agora, o assunto será analisado pelo Senado e, se aprovado, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo defende aumento de 6,14 por cento. Sobre os comentários do tucano, o presidente do PT declarou que uma reforma no setor "não está no nosso programa (de governo)". Dutra, no entanto, não descartou alterações pontuais no sistema caso a petista seja eleita. Questionado sobre uma eventual política de privatizações de um governo seu, Serra classificou como "trololó de campanha" rumores de que privatizaria o Banco do Brasil ou a Petrobras e negou a existência de tais planos. "GOVERNO FORTE, NÃO OBESO" Serra, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, voltou a criticar o que considera aparelhamento político do governo federal pelo PT e afirmou que não irá inchar o Estado caso chegue ao Planalto. "Eu defendo um governo forte, não obeso, mas musculoso, para ter capacidade de ativar nosso desenvolvimento", disse. O tucano avaliou que a ocupação de cargos por integrantes do PT, que ele afirma ter ocorrido no governo do presidente Lula, "desvirtua as funções governamentais". Na semana passada, Serra avaliou haver muita "gordura" na administração federal e garantiu que, caso eleito, "vai cortar quem tiver que cortar". O Mercosul, outro alvo recorrente das críticas do ex-governador, também foi citado por ele. Segundo Serra, é importante "salvar" o bloco e fortalecer o livre comércio entre os seus países. "Eu acho que o Mercosul tem que ser reformado. Foram fixadas metas muito ambiciosas, queimando etapas", disse. A União Europeia já afirmou que reiniciaria conversas sobre comércio com o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. (Reportagem adicional de Carmen Munari e Vivian Pereira, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

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