O rebelde Pablo Montoya, codinome Rojas, suposto assassino do líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Manuel Jesús Muñoz, codinome Iván Ríos, disse esperar o pagamento de uma grande recompensa oferecida pelo Estado colombiano. Ele pede o benefício em troca de informações sobre comandantes insurgentes, enquanto advogados e juristas debatem se ele deve ou não levar o montante. Rojas, então chefe da segurança de Ríos, se entregou ao Exército na quinta-feira e, para provar que havia matado seu chefe e que realmente se tratava do comandante insurgente, cortou e entregou aos militares a mão direita de Ríos. Segundo o Ministério da Defesa da Colômbia, o rebelde disse que tomou a decisão de matar o chefe porque queria aliviar a pressão a que estavam sendo submetidos pelas tropas, supostamente atrás de uma pista de Ríos e seu comando rebelde desde meados de fevereiro no departamento (Estado) de Caldas, 180 quilômetros a noroeste de Bogotá. Com o comandante morto, o Exército deteria sua operação na região, segundo essa versão. "Creio que sim, porque é uma política de Estado", disse Rojas em uma entrevista exclusiva publicada hoje pelo jornal El Tiempo, que perguntou se ele acreditava que deviam lhe pagar a recompensa. Rojas se recusou a dar detalhes sobre como matou seu chefe - cujo cadáver exibido pelas autoridades no fim da semana mostra ao menos um tiro na face -, e o que ocorreu dentro das fileiras do grupo que comandava Ríos até sua morte. Advogados e juristas consultados indicaram que o Estado enfrenta um dilema em relação ao pagamento da recompensa, equivalente a US$ 2,6 milhões (R$ 4,38 milhões) - oferecida pela polícia e pelo Ministério da Defesa por informação, sem mencionar a palavra morte, em troca dos chefes rebeldes - a Rojas porque, se paga, "sai do âmbito do Estado de Direito, e se não a pagar cai o prestígio da recompensa", avaliou León Valencia, analista político e ex-rebelde do já pacificado grupo Movimento 19 de Abril (M-19).
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