O ministro da saúde, José Gomes Temporão, disse ser completamente favorável às pesquisas com células-tronco. Para o ministro, a decisão do uso ou não das células-tronco dirá se o País continuará numa era de "obscuranismo e atraso ou seguir no fortalecimento da capacidade científica brasileira." Veja também: Cientista defende no STF pesquisas com células-tronco Na próxima quarta-feira, 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a ação movida pela Procuradoria-Geral da República que discute se é constitucional ou não o artigo da lei de biossegurança, que permite as pesquisas com células-tronco no Brasil. "Estamos apreensivos com o julgamento no dia 5. Somos completamente favoráveis às pesquisas com células-tronco, principalmente porque é um assunto científico em que o Brasil está em pé de igualdade com os países desenvolvidos", disse Temporão, após visitar o Hospital da Lagoa, na zona sul do Rio. Temporão disse não temer entrar novamente em conflito com a igreja católica, que vem fazendo lobby junto aos ministros do STF a favor da proibição. "Essa não é uma questão religiosa. Tem a ver com conhecimento, ciência e o senvolvimento do Brasil nesse ponto", afirmou o ministro. Segundo Temporão, o Ministério da Saúde investiu recentemente R$ 15 milhões em terapia com células-tronco adultas para o tratamento de doenças cardiovasculares. O estudo, que vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo, do Instituto Nacional de Cardiologia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está em estágio intermediário e deve apresentar os primeiros resultados em um ou dois anos. Se essas pesquisas forem promissoras, pode-se dar início a um caminho promissor para a descoberta de novos tratamentos para doenças como o mal de Alzheimer, Parkinson, diabetes e esclerose múltipla. Dengue Em relação ao surto de dengue em alguns bairros da capital do Rio, Temporão apontou algumas explicações para o aumento do número de casos, já que na média nacional houve uma queda de 40%. Segundo o ministro, a geografia montanhosa, as chuvas de janeiro e o número inferior ao necessário de agentes de saúde prejudicou o trabalho de prevenção da doença. "Vamos manter a mobilização o ano inteiro para que, em janeiro que vem, possamos estar comemorando uma redução significativa (dos casos) do Rio de Janeiro também." Sobre a febre amarela, o ministro voltou a enfatizar que a situação está controlada e que não há risco de epidemia.