Termina sem acordo audiência sobre indenização de R$ 40 mi a vítimas de Brumadinho


Ação é movida pela família Taliberti, que perdeu parentes em pousada atingida pela lama

Por Leonardo Augusto
Atualização:
Rompimento da barragem em Brumadinho, no interior de Minas, ocorreu no dia 25 de janeiro Foto: Douglas Magno/AFP

BELO HORIZONTE - Audiência de ação que pede R$ 40 milhões pela morte de vítimas da barragem da Vale que estavam hospedadas em pousada perto da represa em Brumadinho terminou sem acordo nesta terça-feira, 25, no fórum da cidade. A ação é movida pela família Taliberti e envolve as mortes dos irmãos Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, de 31 anos, e Camila Taliberti, de 33, a mulher de Luiz, Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, que estava grávida, de cinco meses, de Lorenzo. O casal morava na Austrália e passava férias no Brasil. Nesta terça, completou-se cinco meses da tragédia, ocorrida em 25 de janeiro.

Com enteado e enteada mortos no rompimento, Vagner Diniz, que é marido de Helena Quirino Taliberti, mãe de Luiz e de Camila, esteve nesta terça no fórum em Brumadinho. A família mora em São Paulo. "Como pais obviamente estamos muito sem rumo. Não sabemos muito bem o que fazer da vida, por conta de perda tão dolorida", afirma. Diniz afirma que o mais importante, no momento, é punir os responsáveis pela tragédia. "É preciso uma condenação do ponto de vista penal", diz.

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Uma semana após tragédia, número oficial de mortos é de 110; centenas continuam desaparecidos

A ação, além da indenização, pleiteia ainda a criação de um memorial nas sedes da Vale e pedido de desculpas por parte da mineradora. "E que nas assembleias ordinárias e extraordinárias da empresa pelos próximos 20 anos seja feito um minuto de silêncio para relembrar os mortos. A Vale não pode esquecer o que fez", afirma Diniz. 

"A empresa tem um descaso gigantesco com familiares das vítimas. O que fazem é a oferta de migalhas. Com migalhas estão acalmando os familiares das vítimas para que não ocorra revolta contra a empresa. É isto que estão fazendo", acrescenta.

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Também morreram na pousada o pai de Luiz e Camila, Adriano Ribeiro da Silva, de 61 anos, e a mulher dele, Maria de Lourdes da Silva, de 59 anos. Ambos não integram o quadro de vítimas da ação cuja audiência foi realizada nesta terça. A viagem tinha como objetivo visita ao museu Inhotim, que fica em Brumadinho.

Os advogados da família Taliberti, Paulo Korte e Roberto Delmanto Júnior, afirmaram que, além da aplicação de pena criminal a responsáveis pela tragédia, é preciso que a empresa, como reparação por danos morais, pague pelo ocorrido. "Aumentaram o lucro e reduziram a segurança", diz Delmanto.

Segundo o advogado, os representantes da empresa na audiência afirmaram que não tinham como tratar da questão do memorial, nem do minuto de silêncio nas assembleias. "Sobre os recursos, disseram que certamente seria inferior à metade do que está sendo pedido", disse Delmanto. Sem acordo, conforme o advogado, a expectativa é que a sentença saia em 90 dias. 

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Em nota, a Vale informou que apresentará uma proposta "assim que forem disponibilizadas as informações que não constam nos autos".

Rompimento da barragem em Brumadinho, no interior de Minas, ocorreu no dia 25 de janeiro Foto: Douglas Magno/AFP

BELO HORIZONTE - Audiência de ação que pede R$ 40 milhões pela morte de vítimas da barragem da Vale que estavam hospedadas em pousada perto da represa em Brumadinho terminou sem acordo nesta terça-feira, 25, no fórum da cidade. A ação é movida pela família Taliberti e envolve as mortes dos irmãos Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, de 31 anos, e Camila Taliberti, de 33, a mulher de Luiz, Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, que estava grávida, de cinco meses, de Lorenzo. O casal morava na Austrália e passava férias no Brasil. Nesta terça, completou-se cinco meses da tragédia, ocorrida em 25 de janeiro.

Com enteado e enteada mortos no rompimento, Vagner Diniz, que é marido de Helena Quirino Taliberti, mãe de Luiz e de Camila, esteve nesta terça no fórum em Brumadinho. A família mora em São Paulo. "Como pais obviamente estamos muito sem rumo. Não sabemos muito bem o que fazer da vida, por conta de perda tão dolorida", afirma. Diniz afirma que o mais importante, no momento, é punir os responsáveis pela tragédia. "É preciso uma condenação do ponto de vista penal", diz.

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Uma semana após tragédia, número oficial de mortos é de 110; centenas continuam desaparecidos

A ação, além da indenização, pleiteia ainda a criação de um memorial nas sedes da Vale e pedido de desculpas por parte da mineradora. "E que nas assembleias ordinárias e extraordinárias da empresa pelos próximos 20 anos seja feito um minuto de silêncio para relembrar os mortos. A Vale não pode esquecer o que fez", afirma Diniz. 

"A empresa tem um descaso gigantesco com familiares das vítimas. O que fazem é a oferta de migalhas. Com migalhas estão acalmando os familiares das vítimas para que não ocorra revolta contra a empresa. É isto que estão fazendo", acrescenta.

Também morreram na pousada o pai de Luiz e Camila, Adriano Ribeiro da Silva, de 61 anos, e a mulher dele, Maria de Lourdes da Silva, de 59 anos. Ambos não integram o quadro de vítimas da ação cuja audiência foi realizada nesta terça. A viagem tinha como objetivo visita ao museu Inhotim, que fica em Brumadinho.

Os advogados da família Taliberti, Paulo Korte e Roberto Delmanto Júnior, afirmaram que, além da aplicação de pena criminal a responsáveis pela tragédia, é preciso que a empresa, como reparação por danos morais, pague pelo ocorrido. "Aumentaram o lucro e reduziram a segurança", diz Delmanto.

Segundo o advogado, os representantes da empresa na audiência afirmaram que não tinham como tratar da questão do memorial, nem do minuto de silêncio nas assembleias. "Sobre os recursos, disseram que certamente seria inferior à metade do que está sendo pedido", disse Delmanto. Sem acordo, conforme o advogado, a expectativa é que a sentença saia em 90 dias. 

Em nota, a Vale informou que apresentará uma proposta "assim que forem disponibilizadas as informações que não constam nos autos".

Rompimento da barragem em Brumadinho, no interior de Minas, ocorreu no dia 25 de janeiro Foto: Douglas Magno/AFP

BELO HORIZONTE - Audiência de ação que pede R$ 40 milhões pela morte de vítimas da barragem da Vale que estavam hospedadas em pousada perto da represa em Brumadinho terminou sem acordo nesta terça-feira, 25, no fórum da cidade. A ação é movida pela família Taliberti e envolve as mortes dos irmãos Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, de 31 anos, e Camila Taliberti, de 33, a mulher de Luiz, Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, que estava grávida, de cinco meses, de Lorenzo. O casal morava na Austrália e passava férias no Brasil. Nesta terça, completou-se cinco meses da tragédia, ocorrida em 25 de janeiro.

Com enteado e enteada mortos no rompimento, Vagner Diniz, que é marido de Helena Quirino Taliberti, mãe de Luiz e de Camila, esteve nesta terça no fórum em Brumadinho. A família mora em São Paulo. "Como pais obviamente estamos muito sem rumo. Não sabemos muito bem o que fazer da vida, por conta de perda tão dolorida", afirma. Diniz afirma que o mais importante, no momento, é punir os responsáveis pela tragédia. "É preciso uma condenação do ponto de vista penal", diz.

Seu navegador não suporta esse video.

Uma semana após tragédia, número oficial de mortos é de 110; centenas continuam desaparecidos

A ação, além da indenização, pleiteia ainda a criação de um memorial nas sedes da Vale e pedido de desculpas por parte da mineradora. "E que nas assembleias ordinárias e extraordinárias da empresa pelos próximos 20 anos seja feito um minuto de silêncio para relembrar os mortos. A Vale não pode esquecer o que fez", afirma Diniz. 

"A empresa tem um descaso gigantesco com familiares das vítimas. O que fazem é a oferta de migalhas. Com migalhas estão acalmando os familiares das vítimas para que não ocorra revolta contra a empresa. É isto que estão fazendo", acrescenta.

Também morreram na pousada o pai de Luiz e Camila, Adriano Ribeiro da Silva, de 61 anos, e a mulher dele, Maria de Lourdes da Silva, de 59 anos. Ambos não integram o quadro de vítimas da ação cuja audiência foi realizada nesta terça. A viagem tinha como objetivo visita ao museu Inhotim, que fica em Brumadinho.

Os advogados da família Taliberti, Paulo Korte e Roberto Delmanto Júnior, afirmaram que, além da aplicação de pena criminal a responsáveis pela tragédia, é preciso que a empresa, como reparação por danos morais, pague pelo ocorrido. "Aumentaram o lucro e reduziram a segurança", diz Delmanto.

Segundo o advogado, os representantes da empresa na audiência afirmaram que não tinham como tratar da questão do memorial, nem do minuto de silêncio nas assembleias. "Sobre os recursos, disseram que certamente seria inferior à metade do que está sendo pedido", disse Delmanto. Sem acordo, conforme o advogado, a expectativa é que a sentença saia em 90 dias. 

Em nota, a Vale informou que apresentará uma proposta "assim que forem disponibilizadas as informações que não constam nos autos".

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