A polícia deteve na selva da Bolívia o traficante de drogas brasileiro Lourival Máximo da Fonseca, conhecido como Tião, e anunciou sua imediata entrega às autoridades do Brasil, informou o governo boliviano na sexta-feira, 16.
“Conseguimos a apreensão do senhor Lourival Máximo Da Fonseca, de nacionalidade brasileira”, disse em coletiva de imprensa o ministro do Governo (Interior) boliviano, Eduardo Del Castillo.
A autoridade afirmou que o detido “tem mandados de prisão da República Federativa do Brasil” e é acusado “pelos crimes de tráfico ilícito de drogas e associação para o tráfico ilícito de drogas”. Segundo informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Tião é considerado um dos principais traficantes da Rota Caipira (Goiás, Minas Gerais e interior de São Paulo) e “opera nonarcotráfico desde a década de 1990, abastecendo essas regiões com cocaína e traficando armas”. A defesa dele não foi localizada.
A polícia boliviana realizou operações desde quarta-feira, após um trabalho de inteligência, na região da Chiquitanía da Bolívia, uma área selvática no departamento de Santa Cruz (leste).
Na manhã da sexta-feira, 16, durante a captura, houve uma troca de tiros entre o grupo de traficantes e os policiais, sem registro de feridos ou mortos.
Junto com Máximo da Fonseca, a polícia deteve mais seis pessoas: três bolivianos, dois brasileiros e um albanês.
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Del Castillo explicou que “desarticulou uma quadrilha de traficantes” ligada a envios de cocaína para a Europa. Ele afirmou que o grupo está vinculado a dois carregamentos de drogas apreendidos na Bolívia e no Peru, durante o mês de janeiro passado.
Na Bolívia, foram confiscadas 8,7 toneladas de cocaína, e no Peru, 7,2 toneladas de cocaína, escondidas de forma semelhante em placas de madeira.
A Bolívia é considerada o terceiro maior produtor mundial de cocaína, depois da Colômbia e do Peru, de acordo com a ONU.
O país compartilha com o Brasil uma fronteira de 3.423 quilômetros, e existem áreas onde ocorre o tráfico de substâncias controladas.
Segundo La Paz, máfias na Bolívia processam coca boliviana e peruana em cocaína para exportação por diferentes rotas através do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile./AFP