Traficante Marcelo Piloto é expulso do Paraguai e chega ao Brasil


Integrante do Comando Vermelho que estava preso em Assunção foi entregue nesta segunda à PF na Ponte da Amizade, fronteira entre os dois países; ele será transferido para a penitenciária federal em Catanduvas

Por Juliana Diógenes, José Maria Tomazela e Breno Pires
O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no Paraguai Foto: Polícia/Divulgação

O narcotraficante brasileiro e integrante do Comando Vermelho (CV) Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que estava preso em Assunção, no Paraguai, foi expulso do País nesta segunda-feira, 19, por decisão do presidente, Mario Abdo Benítez. 

Acusado de assassinar uma jovem durante visita, neste sábado, 17, no grupamento especializado da Polícia Nacional, onde está preso, Piloto foi mandado de volta para o Brasil. Ele foi entregue às 7 horas à Polícia Federal brasileira, na Ponte da Amizade, que liga a cidade paraguaia de Ciudad del Este, a Foz do Iguaçu, no Paraná.

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Benítez deu a notícia da expulsão do traficante em um post no Twitter. "Decidi expulsar Marcelo Pinheiro, vulgo "Piloto" do Paraguai. O nosso país não é uma terra de impunidade para ninguém", escreveu o presidente.

Piloto foi expulso do Paraguai, não extraditado. As duas medidas são juridicamente diferentes. Um pedido de extradição feito por autoridades brasileiras havia sido autorizado pela Justiça do Paraguai, em 26 de outubro. Os advogados, porém, entraram com recurso porque Piloto respondia a processos no país vizinho. Com o assassinato da jovem, o presidente decidiu pela expulsão imediata. Segundo o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Piloto pode responder aqui no Brasil pelo crime que cometeu no Paraguai. O caso agora passa para a Polícia Federal.

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O líder do Comando Vermelho, que vestia tênis e um conjunto esportivo, foi entregue aos agentes brasileiros no posto migratório da Ponte da Amizade e levado para a sede da Polícia Federal em Foz. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública confirmou que o destino do traficante será a penitenciária federal em Catanduvas. A transferência será feita ainda nesta segunda-feira, 19, e tem caráter provisório. A definição se ele continuará em Catanduvas ou mudará de presídio dependerá da avaliação do Departamento Penitenciário (Depen), de acordo com critérios que envolvem inteligência e obedecem a conveniências estratégicas.

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Imagens mostram o momento em que o narcotraficante Piloto é transportado para o Brasil

De acordo com o jornal ABC Color, do Paraguai, o narcotraficante brasileiro foi levado de Assunção a Ciudad del Este em um helicóptero da polícia brasileira. Durante o transporte até a fronteira,  Piloto teve o rosto coberto e usou um colete à prova de balas da Polícia Nacional. O documento de entrega do traficante foi assinado pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

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Documento de expulsão do narcotraficante brasileiro Marcelo Piloto Foto: Reprodução

No domingo, 18, o presidente havia anunciado a troca do comando da Polícia Nacional após o narcotraficante  ter matado a mulher dentro da prisão. A decisão foi anunciada depois de uma reunião do Conselho de Segurança convocada por Benítez.

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A Justiça do Rio condenou Piloto a uma pena de 26 anos de prisão. No Paraguai, ele estava preso por homicídio e falsificação de documentos. Chegou a ser aberto ainda um processo para sua extradição, atendendo a pedido da justiça brasileira.

Como foi o crime

Conforme a imprensa paraguaia, o brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado. A vítima era da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro. O assassinato da mulher foi confirmado pelo chefe do grupamento, Germán Real Medina.

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Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

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O assassinato de uma mulher dentro de uma prisão do Paraguai pelo traficante brasileiro Marcelo Piloto causou mudanças no comando da polícia no país.

De acordo com a imprensa paraguaia, o assassinato seria uma “estratégia macabra e desesperada” do narcotraficante para barrar sua transferência para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem sucesso.

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Nesta sexta-feira, 16, a Justiça havia negado pedido da noiva de Piloto, Marisa de Souza Penna, também reclusa em estabelecimento penal, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma paraguaia poderia dificultar a extradição.

Antes, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros, na segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

As autoridades paraguaias também divulgaram neste mês um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto. Se confirmada a autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito, dificultando a extradição.

Para especialistas em facções criminosas, o homicídio foi uma “manobra” de Piloto para não ser transferido. “Ele sabe que no Brasil as circunstâncias no presídio seriam mais severas”, disse o procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino.

Para a advogada criminalista Roselle Soglio, a expulsão de Piloto pode abrir “precedente perigoso”. Segundo ela, o Paraguai violou acordos bilaterais de extradição. “Ele não tem o direito de passar por cima de legislação supranacional.”

Cronologia

- Fuga Em 2007, Marcelo Piloto escapou da cadeia, onde estava há 9 anos. Liderou quadrilhas de roubo de carga e de carros. Homem de confiança de Fernandinho Beira-Mar, virou chefe do tráfico em Manguinhos, zona norte carioca.

- Para fora Com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em Manguinhos, fugiu para o Paraguai e passou a vender armas, droga e munição para abastecer favelas sob domínio do Comando Vermelho (CV).

- Nova prisão Na lista de mais buscados do País, foi preso em 2017 no Paraguai, por autoridades locais.

- Plano Dois foram presos em fevereiro deste ano por elaborar plano de fuga para Piloto. Em outubro, plano semelhante foi frustrado. 

- Ameaças Em novembro, foi divulgado vídeo do CV com ameaças à procuradora-geral paraguaia. Dias depois, a advogada de Piloto foi morta. 

- Crime na cadeia Piloto é suspeito de matar uma jovem que havia ido à prisão para uma visita íntima com o traficante. Paraguai expulsa o criminoso.

O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no Paraguai Foto: Polícia/Divulgação

O narcotraficante brasileiro e integrante do Comando Vermelho (CV) Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que estava preso em Assunção, no Paraguai, foi expulso do País nesta segunda-feira, 19, por decisão do presidente, Mario Abdo Benítez. 

Acusado de assassinar uma jovem durante visita, neste sábado, 17, no grupamento especializado da Polícia Nacional, onde está preso, Piloto foi mandado de volta para o Brasil. Ele foi entregue às 7 horas à Polícia Federal brasileira, na Ponte da Amizade, que liga a cidade paraguaia de Ciudad del Este, a Foz do Iguaçu, no Paraná.

Benítez deu a notícia da expulsão do traficante em um post no Twitter. "Decidi expulsar Marcelo Pinheiro, vulgo "Piloto" do Paraguai. O nosso país não é uma terra de impunidade para ninguém", escreveu o presidente.

Piloto foi expulso do Paraguai, não extraditado. As duas medidas são juridicamente diferentes. Um pedido de extradição feito por autoridades brasileiras havia sido autorizado pela Justiça do Paraguai, em 26 de outubro. Os advogados, porém, entraram com recurso porque Piloto respondia a processos no país vizinho. Com o assassinato da jovem, o presidente decidiu pela expulsão imediata. Segundo o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Piloto pode responder aqui no Brasil pelo crime que cometeu no Paraguai. O caso agora passa para a Polícia Federal.

O líder do Comando Vermelho, que vestia tênis e um conjunto esportivo, foi entregue aos agentes brasileiros no posto migratório da Ponte da Amizade e levado para a sede da Polícia Federal em Foz. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública confirmou que o destino do traficante será a penitenciária federal em Catanduvas. A transferência será feita ainda nesta segunda-feira, 19, e tem caráter provisório. A definição se ele continuará em Catanduvas ou mudará de presídio dependerá da avaliação do Departamento Penitenciário (Depen), de acordo com critérios que envolvem inteligência e obedecem a conveniências estratégicas.

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De acordo com o jornal ABC Color, do Paraguai, o narcotraficante brasileiro foi levado de Assunção a Ciudad del Este em um helicóptero da polícia brasileira. Durante o transporte até a fronteira,  Piloto teve o rosto coberto e usou um colete à prova de balas da Polícia Nacional. O documento de entrega do traficante foi assinado pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

Documento de expulsão do narcotraficante brasileiro Marcelo Piloto Foto: Reprodução

No domingo, 18, o presidente havia anunciado a troca do comando da Polícia Nacional após o narcotraficante  ter matado a mulher dentro da prisão. A decisão foi anunciada depois de uma reunião do Conselho de Segurança convocada por Benítez.

A Justiça do Rio condenou Piloto a uma pena de 26 anos de prisão. No Paraguai, ele estava preso por homicídio e falsificação de documentos. Chegou a ser aberto ainda um processo para sua extradição, atendendo a pedido da justiça brasileira.

Como foi o crime

Conforme a imprensa paraguaia, o brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado. A vítima era da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro. O assassinato da mulher foi confirmado pelo chefe do grupamento, Germán Real Medina.

Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

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O assassinato de uma mulher dentro de uma prisão do Paraguai pelo traficante brasileiro Marcelo Piloto causou mudanças no comando da polícia no país.

De acordo com a imprensa paraguaia, o assassinato seria uma “estratégia macabra e desesperada” do narcotraficante para barrar sua transferência para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem sucesso.

Nesta sexta-feira, 16, a Justiça havia negado pedido da noiva de Piloto, Marisa de Souza Penna, também reclusa em estabelecimento penal, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma paraguaia poderia dificultar a extradição.

Antes, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros, na segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

As autoridades paraguaias também divulgaram neste mês um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto. Se confirmada a autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito, dificultando a extradição.

Para especialistas em facções criminosas, o homicídio foi uma “manobra” de Piloto para não ser transferido. “Ele sabe que no Brasil as circunstâncias no presídio seriam mais severas”, disse o procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino.

Para a advogada criminalista Roselle Soglio, a expulsão de Piloto pode abrir “precedente perigoso”. Segundo ela, o Paraguai violou acordos bilaterais de extradição. “Ele não tem o direito de passar por cima de legislação supranacional.”

Cronologia

- Fuga Em 2007, Marcelo Piloto escapou da cadeia, onde estava há 9 anos. Liderou quadrilhas de roubo de carga e de carros. Homem de confiança de Fernandinho Beira-Mar, virou chefe do tráfico em Manguinhos, zona norte carioca.

- Para fora Com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em Manguinhos, fugiu para o Paraguai e passou a vender armas, droga e munição para abastecer favelas sob domínio do Comando Vermelho (CV).

- Nova prisão Na lista de mais buscados do País, foi preso em 2017 no Paraguai, por autoridades locais.

- Plano Dois foram presos em fevereiro deste ano por elaborar plano de fuga para Piloto. Em outubro, plano semelhante foi frustrado. 

- Ameaças Em novembro, foi divulgado vídeo do CV com ameaças à procuradora-geral paraguaia. Dias depois, a advogada de Piloto foi morta. 

- Crime na cadeia Piloto é suspeito de matar uma jovem que havia ido à prisão para uma visita íntima com o traficante. Paraguai expulsa o criminoso.

O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no Paraguai Foto: Polícia/Divulgação

O narcotraficante brasileiro e integrante do Comando Vermelho (CV) Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que estava preso em Assunção, no Paraguai, foi expulso do País nesta segunda-feira, 19, por decisão do presidente, Mario Abdo Benítez. 

Acusado de assassinar uma jovem durante visita, neste sábado, 17, no grupamento especializado da Polícia Nacional, onde está preso, Piloto foi mandado de volta para o Brasil. Ele foi entregue às 7 horas à Polícia Federal brasileira, na Ponte da Amizade, que liga a cidade paraguaia de Ciudad del Este, a Foz do Iguaçu, no Paraná.

Benítez deu a notícia da expulsão do traficante em um post no Twitter. "Decidi expulsar Marcelo Pinheiro, vulgo "Piloto" do Paraguai. O nosso país não é uma terra de impunidade para ninguém", escreveu o presidente.

Piloto foi expulso do Paraguai, não extraditado. As duas medidas são juridicamente diferentes. Um pedido de extradição feito por autoridades brasileiras havia sido autorizado pela Justiça do Paraguai, em 26 de outubro. Os advogados, porém, entraram com recurso porque Piloto respondia a processos no país vizinho. Com o assassinato da jovem, o presidente decidiu pela expulsão imediata. Segundo o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Piloto pode responder aqui no Brasil pelo crime que cometeu no Paraguai. O caso agora passa para a Polícia Federal.

O líder do Comando Vermelho, que vestia tênis e um conjunto esportivo, foi entregue aos agentes brasileiros no posto migratório da Ponte da Amizade e levado para a sede da Polícia Federal em Foz. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública confirmou que o destino do traficante será a penitenciária federal em Catanduvas. A transferência será feita ainda nesta segunda-feira, 19, e tem caráter provisório. A definição se ele continuará em Catanduvas ou mudará de presídio dependerá da avaliação do Departamento Penitenciário (Depen), de acordo com critérios que envolvem inteligência e obedecem a conveniências estratégicas.

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Imagens mostram o momento em que o narcotraficante Piloto é transportado para o Brasil

De acordo com o jornal ABC Color, do Paraguai, o narcotraficante brasileiro foi levado de Assunção a Ciudad del Este em um helicóptero da polícia brasileira. Durante o transporte até a fronteira,  Piloto teve o rosto coberto e usou um colete à prova de balas da Polícia Nacional. O documento de entrega do traficante foi assinado pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

Documento de expulsão do narcotraficante brasileiro Marcelo Piloto Foto: Reprodução

No domingo, 18, o presidente havia anunciado a troca do comando da Polícia Nacional após o narcotraficante  ter matado a mulher dentro da prisão. A decisão foi anunciada depois de uma reunião do Conselho de Segurança convocada por Benítez.

A Justiça do Rio condenou Piloto a uma pena de 26 anos de prisão. No Paraguai, ele estava preso por homicídio e falsificação de documentos. Chegou a ser aberto ainda um processo para sua extradição, atendendo a pedido da justiça brasileira.

Como foi o crime

Conforme a imprensa paraguaia, o brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado. A vítima era da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro. O assassinato da mulher foi confirmado pelo chefe do grupamento, Germán Real Medina.

Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

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O assassinato de uma mulher dentro de uma prisão do Paraguai pelo traficante brasileiro Marcelo Piloto causou mudanças no comando da polícia no país.

De acordo com a imprensa paraguaia, o assassinato seria uma “estratégia macabra e desesperada” do narcotraficante para barrar sua transferência para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem sucesso.

Nesta sexta-feira, 16, a Justiça havia negado pedido da noiva de Piloto, Marisa de Souza Penna, também reclusa em estabelecimento penal, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma paraguaia poderia dificultar a extradição.

Antes, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros, na segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

As autoridades paraguaias também divulgaram neste mês um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto. Se confirmada a autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito, dificultando a extradição.

Para especialistas em facções criminosas, o homicídio foi uma “manobra” de Piloto para não ser transferido. “Ele sabe que no Brasil as circunstâncias no presídio seriam mais severas”, disse o procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino.

Para a advogada criminalista Roselle Soglio, a expulsão de Piloto pode abrir “precedente perigoso”. Segundo ela, o Paraguai violou acordos bilaterais de extradição. “Ele não tem o direito de passar por cima de legislação supranacional.”

Cronologia

- Fuga Em 2007, Marcelo Piloto escapou da cadeia, onde estava há 9 anos. Liderou quadrilhas de roubo de carga e de carros. Homem de confiança de Fernandinho Beira-Mar, virou chefe do tráfico em Manguinhos, zona norte carioca.

- Para fora Com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em Manguinhos, fugiu para o Paraguai e passou a vender armas, droga e munição para abastecer favelas sob domínio do Comando Vermelho (CV).

- Nova prisão Na lista de mais buscados do País, foi preso em 2017 no Paraguai, por autoridades locais.

- Plano Dois foram presos em fevereiro deste ano por elaborar plano de fuga para Piloto. Em outubro, plano semelhante foi frustrado. 

- Ameaças Em novembro, foi divulgado vídeo do CV com ameaças à procuradora-geral paraguaia. Dias depois, a advogada de Piloto foi morta. 

- Crime na cadeia Piloto é suspeito de matar uma jovem que havia ido à prisão para uma visita íntima com o traficante. Paraguai expulsa o criminoso.

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