SÃO PAULO - Três homens armados incendiaram um ônibus da linha municipal de Belo Horizonte no início da noite desta sexta-feira, 20, no Anel Rodoviário, principal via da capital mineira. O crime teria sido motivado por supostos casos de maus-tratos a detentos instalados em presídios de Minas Gerais, dizem testemunhas. Na madrugada deste sábado, 21, cerca de oito linhas foram suspensas até o início da manhã como medida de precaução. Desde o início de junho, o Estado tem sido alvo de série de ataques semelhantes em diversos municípios.
Segundo a Polícia Militar, o trio rendeu o motorista e os passageiros da linha 8350 (Estação São Gabriel/Estação Barreiro) na altura do Viaduto São Francisco, na região da Pampulha. O grupo estaria armado e, segundo testemunhas, relatou que iria incendiar o ônibus por causa de supostos casos de maus-tratos a detentos de presídios mineiros. Após o ataque, os homens fugiram pelo Anel Rodoviário no sentido Antônio Carlos e até o momento não foram localizados.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e efetuou o controle das chamas. Ninguém se feriu no ataque. Uma das marginais do Anel Rodoviário chegou a ser temporariamente bloqueada para os trabalhos de rescaldo no início da noite.
O ataque levou à suspensão de cerca de oito linhas que trafegavam pelo Anel Rodoviário durante a madrugada. A medida preventiva foi tomada pelo Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de Belo Horizonte (Transfácil) e ficará em vigor até às 5h deste sábado.
PCC
No mês passado, cerca de 300 viagens foram suspensas durante a madrugada em Belo Horizonte após a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal receberem ameaças de ataques a ônibus. Conforme revelado pelo Estado, a série de ataques iniciada no começo de junho foi ordenada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Após a interrupção das linhas, o prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PHS), e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), se reuniram para discutir estratégias contra os atos de vandalismo. À época, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra) sinalizou que pediria a suspensão das viagens em casos de novos incêndios.