Turista de SP morre em viagem a Morro de São Paulo, na Bahia; suspeita é de picada de aranha


Jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, reclamou de dores na região da panturrilha; caso é investigado

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Um morador de Santos, no litoral paulista, morreu no último domingo, 14, após ser picado por um animal peçonhento durante uma viagem de lazer a Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia. A suspeita é de que o jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, tenha sido picado por uma aranha- marrom, de veneno extremamente tóxico, mas as causas da morte ainda são investigadas.

Cid viajava com amigos e, na terça-feira, 9, o grupo fez um passeio de lancha e jantou em um restaurante conhecido na região. Foi durante o jantar que ele falou sobre o incômodo causado pela possível picada na perna. No dia seguinte, ele se dirigiu à Unidade Básica de Saúde de Morro de São Paulo reclamando de dores da suposta picada na região da panturrilha. O local estava vermelho e inchado.

Morador de Santos, que morreu após suposta picada de aranha, visitava Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. Foto: Ascom/Setur-BA
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Conforme a Secretaria de Saúde de Cairu, como o paciente e os acompanhantes não tinham certeza sobre o que causara o acidente, a equipe de atendimento seguiu os protocolos previstos para picadas de inseto não identificado. Devido à possível necessidade de aplicação de soro, o paciente foi encaminhado para a Santa Casa de Valença, unidade de referência para o soro.

Na Santa Casa, apesar de ter sido considerada improvável a picada pela aranha-marrom, devido à ocorrência rara do aracnídeo na região, os médicos realizaram os procedimentos, mas o paciente não melhorou. O local da picada estava com coloração escura com princípio de necrose. Por ser cardiopata, Cid foi transferido para o Instituto do Coração (Incar), um hospital particular, no município de Santo Antônio de Jesus, onde ficou internado até o óbito, no domingo.

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Em redes sociais, amigos lamentaram a morte do jornalista e advogado, e lembraram que ele estava prestes a se formar também em Medicina. Em seus estágios, o estudante atuava como auxiliar de parto.

Para a coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rejane Lira, o registro de aranha-marrom é muito raro na região visitada pelo turista, que é de Mata Atlântica. Ela contou que o núcleo acaba de concluir um levantamento da ocorrência desse aracnídeo e, das oito espécies conhecidas, foram registradas duas em áreas de grutas em Pau Brasil, no sul do Estado, e apenas uma – um único exemplar – na Lagoa do Abaeté, em Salvador.

Segundo ela, em 37 anos de pesquisa, não foi registrada nenhuma ocorrência dessa aranha na região de Morro de São Paulo. “As aranhas-marrons da espécie Loxosceles, que têm importância médica, preferem a caatinga e regiões de caverna, sendo mais encontradas, na Bahia, na Chapada Diamantina. Há outras aranhas-marrons, mas não causam esse tipo de acidente”, disse ao Estadão. Segundo ela, é preciso aguardar as investigações e o resultado dos exames que podem determinar o tipo de veneno que levou o turista à morte.

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A pesquisadora enviou fotos da lesão para colegas especialistas e todos consideraram improvável que tenha sido causada pelo veneno da aranha-marrom. “O óbito ocasionado pela picada da aranha-marrom geralmente se dá por insuficiência renal aguda. Nesse caso, parece que houve a intubação do paciente, o que ocorre quando o veneno tem ações neurotóxicas, que causam insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom”, disse.

Rejane lembrou que o Ministério da Saúde determina que todos os óbitos por animais peçonhentos sejam investigados.

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Caso é investigado

A prefeitura de Cairu informou que já realiza uma varredura nas regiões visitadas pelo turista em busca de possíveis animais peçonhentos. Já a secretaria municipal de Saúde disse que todos os protocolos foram atendidos até a transferência do paciente para unidade de referência regional e que prossegue com a investigação sobre o caso.

A Santa Casa de Misericórdia de Valença informou em nota que, em menos de 30 minutos após a chegada do paciente, a equipe plantonista acionou o Ciave (Centro de Informações Anti-Envenenamento da Bahia, atual Ciatox-BA), tendo sido indicada a improbabilidade de ataque por aranha-marrom. Até sua transferência, o paciente estava consciente e recebeu todo suporte clínico e médico.

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O Incar disse que as informações sobre o caso são passadas exclusivamente à família e às autoridades.

Em nota, o Ciave informou que o caso continua sob investigação. “Não tivemos nenhum caso recente semelhante”, disse.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou que acompanha o caso do turista paulista, transmitindo informações específicas apenas aos familiares. Em 2024, segundo a pasta, foram notificados, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 605 casos de acidentes por aranhas na Bahia, com três óbitos.

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A reportagem não conseguiu contato com familiares de Penha.

Um morador de Santos, no litoral paulista, morreu no último domingo, 14, após ser picado por um animal peçonhento durante uma viagem de lazer a Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia. A suspeita é de que o jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, tenha sido picado por uma aranha- marrom, de veneno extremamente tóxico, mas as causas da morte ainda são investigadas.

Cid viajava com amigos e, na terça-feira, 9, o grupo fez um passeio de lancha e jantou em um restaurante conhecido na região. Foi durante o jantar que ele falou sobre o incômodo causado pela possível picada na perna. No dia seguinte, ele se dirigiu à Unidade Básica de Saúde de Morro de São Paulo reclamando de dores da suposta picada na região da panturrilha. O local estava vermelho e inchado.

Morador de Santos, que morreu após suposta picada de aranha, visitava Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. Foto: Ascom/Setur-BA

Conforme a Secretaria de Saúde de Cairu, como o paciente e os acompanhantes não tinham certeza sobre o que causara o acidente, a equipe de atendimento seguiu os protocolos previstos para picadas de inseto não identificado. Devido à possível necessidade de aplicação de soro, o paciente foi encaminhado para a Santa Casa de Valença, unidade de referência para o soro.

Na Santa Casa, apesar de ter sido considerada improvável a picada pela aranha-marrom, devido à ocorrência rara do aracnídeo na região, os médicos realizaram os procedimentos, mas o paciente não melhorou. O local da picada estava com coloração escura com princípio de necrose. Por ser cardiopata, Cid foi transferido para o Instituto do Coração (Incar), um hospital particular, no município de Santo Antônio de Jesus, onde ficou internado até o óbito, no domingo.

Em redes sociais, amigos lamentaram a morte do jornalista e advogado, e lembraram que ele estava prestes a se formar também em Medicina. Em seus estágios, o estudante atuava como auxiliar de parto.

Para a coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rejane Lira, o registro de aranha-marrom é muito raro na região visitada pelo turista, que é de Mata Atlântica. Ela contou que o núcleo acaba de concluir um levantamento da ocorrência desse aracnídeo e, das oito espécies conhecidas, foram registradas duas em áreas de grutas em Pau Brasil, no sul do Estado, e apenas uma – um único exemplar – na Lagoa do Abaeté, em Salvador.

Segundo ela, em 37 anos de pesquisa, não foi registrada nenhuma ocorrência dessa aranha na região de Morro de São Paulo. “As aranhas-marrons da espécie Loxosceles, que têm importância médica, preferem a caatinga e regiões de caverna, sendo mais encontradas, na Bahia, na Chapada Diamantina. Há outras aranhas-marrons, mas não causam esse tipo de acidente”, disse ao Estadão. Segundo ela, é preciso aguardar as investigações e o resultado dos exames que podem determinar o tipo de veneno que levou o turista à morte.

A pesquisadora enviou fotos da lesão para colegas especialistas e todos consideraram improvável que tenha sido causada pelo veneno da aranha-marrom. “O óbito ocasionado pela picada da aranha-marrom geralmente se dá por insuficiência renal aguda. Nesse caso, parece que houve a intubação do paciente, o que ocorre quando o veneno tem ações neurotóxicas, que causam insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom”, disse.

Rejane lembrou que o Ministério da Saúde determina que todos os óbitos por animais peçonhentos sejam investigados.

Caso é investigado

A prefeitura de Cairu informou que já realiza uma varredura nas regiões visitadas pelo turista em busca de possíveis animais peçonhentos. Já a secretaria municipal de Saúde disse que todos os protocolos foram atendidos até a transferência do paciente para unidade de referência regional e que prossegue com a investigação sobre o caso.

A Santa Casa de Misericórdia de Valença informou em nota que, em menos de 30 minutos após a chegada do paciente, a equipe plantonista acionou o Ciave (Centro de Informações Anti-Envenenamento da Bahia, atual Ciatox-BA), tendo sido indicada a improbabilidade de ataque por aranha-marrom. Até sua transferência, o paciente estava consciente e recebeu todo suporte clínico e médico.

O Incar disse que as informações sobre o caso são passadas exclusivamente à família e às autoridades.

Em nota, o Ciave informou que o caso continua sob investigação. “Não tivemos nenhum caso recente semelhante”, disse.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou que acompanha o caso do turista paulista, transmitindo informações específicas apenas aos familiares. Em 2024, segundo a pasta, foram notificados, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 605 casos de acidentes por aranhas na Bahia, com três óbitos.

A reportagem não conseguiu contato com familiares de Penha.

Um morador de Santos, no litoral paulista, morreu no último domingo, 14, após ser picado por um animal peçonhento durante uma viagem de lazer a Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia. A suspeita é de que o jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, tenha sido picado por uma aranha- marrom, de veneno extremamente tóxico, mas as causas da morte ainda são investigadas.

Cid viajava com amigos e, na terça-feira, 9, o grupo fez um passeio de lancha e jantou em um restaurante conhecido na região. Foi durante o jantar que ele falou sobre o incômodo causado pela possível picada na perna. No dia seguinte, ele se dirigiu à Unidade Básica de Saúde de Morro de São Paulo reclamando de dores da suposta picada na região da panturrilha. O local estava vermelho e inchado.

Morador de Santos, que morreu após suposta picada de aranha, visitava Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. Foto: Ascom/Setur-BA

Conforme a Secretaria de Saúde de Cairu, como o paciente e os acompanhantes não tinham certeza sobre o que causara o acidente, a equipe de atendimento seguiu os protocolos previstos para picadas de inseto não identificado. Devido à possível necessidade de aplicação de soro, o paciente foi encaminhado para a Santa Casa de Valença, unidade de referência para o soro.

Na Santa Casa, apesar de ter sido considerada improvável a picada pela aranha-marrom, devido à ocorrência rara do aracnídeo na região, os médicos realizaram os procedimentos, mas o paciente não melhorou. O local da picada estava com coloração escura com princípio de necrose. Por ser cardiopata, Cid foi transferido para o Instituto do Coração (Incar), um hospital particular, no município de Santo Antônio de Jesus, onde ficou internado até o óbito, no domingo.

Em redes sociais, amigos lamentaram a morte do jornalista e advogado, e lembraram que ele estava prestes a se formar também em Medicina. Em seus estágios, o estudante atuava como auxiliar de parto.

Para a coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rejane Lira, o registro de aranha-marrom é muito raro na região visitada pelo turista, que é de Mata Atlântica. Ela contou que o núcleo acaba de concluir um levantamento da ocorrência desse aracnídeo e, das oito espécies conhecidas, foram registradas duas em áreas de grutas em Pau Brasil, no sul do Estado, e apenas uma – um único exemplar – na Lagoa do Abaeté, em Salvador.

Segundo ela, em 37 anos de pesquisa, não foi registrada nenhuma ocorrência dessa aranha na região de Morro de São Paulo. “As aranhas-marrons da espécie Loxosceles, que têm importância médica, preferem a caatinga e regiões de caverna, sendo mais encontradas, na Bahia, na Chapada Diamantina. Há outras aranhas-marrons, mas não causam esse tipo de acidente”, disse ao Estadão. Segundo ela, é preciso aguardar as investigações e o resultado dos exames que podem determinar o tipo de veneno que levou o turista à morte.

A pesquisadora enviou fotos da lesão para colegas especialistas e todos consideraram improvável que tenha sido causada pelo veneno da aranha-marrom. “O óbito ocasionado pela picada da aranha-marrom geralmente se dá por insuficiência renal aguda. Nesse caso, parece que houve a intubação do paciente, o que ocorre quando o veneno tem ações neurotóxicas, que causam insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom”, disse.

Rejane lembrou que o Ministério da Saúde determina que todos os óbitos por animais peçonhentos sejam investigados.

Caso é investigado

A prefeitura de Cairu informou que já realiza uma varredura nas regiões visitadas pelo turista em busca de possíveis animais peçonhentos. Já a secretaria municipal de Saúde disse que todos os protocolos foram atendidos até a transferência do paciente para unidade de referência regional e que prossegue com a investigação sobre o caso.

A Santa Casa de Misericórdia de Valença informou em nota que, em menos de 30 minutos após a chegada do paciente, a equipe plantonista acionou o Ciave (Centro de Informações Anti-Envenenamento da Bahia, atual Ciatox-BA), tendo sido indicada a improbabilidade de ataque por aranha-marrom. Até sua transferência, o paciente estava consciente e recebeu todo suporte clínico e médico.

O Incar disse que as informações sobre o caso são passadas exclusivamente à família e às autoridades.

Em nota, o Ciave informou que o caso continua sob investigação. “Não tivemos nenhum caso recente semelhante”, disse.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou que acompanha o caso do turista paulista, transmitindo informações específicas apenas aos familiares. Em 2024, segundo a pasta, foram notificados, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 605 casos de acidentes por aranhas na Bahia, com três óbitos.

A reportagem não conseguiu contato com familiares de Penha.

Um morador de Santos, no litoral paulista, morreu no último domingo, 14, após ser picado por um animal peçonhento durante uma viagem de lazer a Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia. A suspeita é de que o jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, tenha sido picado por uma aranha- marrom, de veneno extremamente tóxico, mas as causas da morte ainda são investigadas.

Cid viajava com amigos e, na terça-feira, 9, o grupo fez um passeio de lancha e jantou em um restaurante conhecido na região. Foi durante o jantar que ele falou sobre o incômodo causado pela possível picada na perna. No dia seguinte, ele se dirigiu à Unidade Básica de Saúde de Morro de São Paulo reclamando de dores da suposta picada na região da panturrilha. O local estava vermelho e inchado.

Morador de Santos, que morreu após suposta picada de aranha, visitava Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. Foto: Ascom/Setur-BA

Conforme a Secretaria de Saúde de Cairu, como o paciente e os acompanhantes não tinham certeza sobre o que causara o acidente, a equipe de atendimento seguiu os protocolos previstos para picadas de inseto não identificado. Devido à possível necessidade de aplicação de soro, o paciente foi encaminhado para a Santa Casa de Valença, unidade de referência para o soro.

Na Santa Casa, apesar de ter sido considerada improvável a picada pela aranha-marrom, devido à ocorrência rara do aracnídeo na região, os médicos realizaram os procedimentos, mas o paciente não melhorou. O local da picada estava com coloração escura com princípio de necrose. Por ser cardiopata, Cid foi transferido para o Instituto do Coração (Incar), um hospital particular, no município de Santo Antônio de Jesus, onde ficou internado até o óbito, no domingo.

Em redes sociais, amigos lamentaram a morte do jornalista e advogado, e lembraram que ele estava prestes a se formar também em Medicina. Em seus estágios, o estudante atuava como auxiliar de parto.

Para a coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rejane Lira, o registro de aranha-marrom é muito raro na região visitada pelo turista, que é de Mata Atlântica. Ela contou que o núcleo acaba de concluir um levantamento da ocorrência desse aracnídeo e, das oito espécies conhecidas, foram registradas duas em áreas de grutas em Pau Brasil, no sul do Estado, e apenas uma – um único exemplar – na Lagoa do Abaeté, em Salvador.

Segundo ela, em 37 anos de pesquisa, não foi registrada nenhuma ocorrência dessa aranha na região de Morro de São Paulo. “As aranhas-marrons da espécie Loxosceles, que têm importância médica, preferem a caatinga e regiões de caverna, sendo mais encontradas, na Bahia, na Chapada Diamantina. Há outras aranhas-marrons, mas não causam esse tipo de acidente”, disse ao Estadão. Segundo ela, é preciso aguardar as investigações e o resultado dos exames que podem determinar o tipo de veneno que levou o turista à morte.

A pesquisadora enviou fotos da lesão para colegas especialistas e todos consideraram improvável que tenha sido causada pelo veneno da aranha-marrom. “O óbito ocasionado pela picada da aranha-marrom geralmente se dá por insuficiência renal aguda. Nesse caso, parece que houve a intubação do paciente, o que ocorre quando o veneno tem ações neurotóxicas, que causam insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom”, disse.

Rejane lembrou que o Ministério da Saúde determina que todos os óbitos por animais peçonhentos sejam investigados.

Caso é investigado

A prefeitura de Cairu informou que já realiza uma varredura nas regiões visitadas pelo turista em busca de possíveis animais peçonhentos. Já a secretaria municipal de Saúde disse que todos os protocolos foram atendidos até a transferência do paciente para unidade de referência regional e que prossegue com a investigação sobre o caso.

A Santa Casa de Misericórdia de Valença informou em nota que, em menos de 30 minutos após a chegada do paciente, a equipe plantonista acionou o Ciave (Centro de Informações Anti-Envenenamento da Bahia, atual Ciatox-BA), tendo sido indicada a improbabilidade de ataque por aranha-marrom. Até sua transferência, o paciente estava consciente e recebeu todo suporte clínico e médico.

O Incar disse que as informações sobre o caso são passadas exclusivamente à família e às autoridades.

Em nota, o Ciave informou que o caso continua sob investigação. “Não tivemos nenhum caso recente semelhante”, disse.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou que acompanha o caso do turista paulista, transmitindo informações específicas apenas aos familiares. Em 2024, segundo a pasta, foram notificados, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 605 casos de acidentes por aranhas na Bahia, com três óbitos.

A reportagem não conseguiu contato com familiares de Penha.

Um morador de Santos, no litoral paulista, morreu no último domingo, 14, após ser picado por um animal peçonhento durante uma viagem de lazer a Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia. A suspeita é de que o jornalista e advogado Cid Penha, de 65 anos, tenha sido picado por uma aranha- marrom, de veneno extremamente tóxico, mas as causas da morte ainda são investigadas.

Cid viajava com amigos e, na terça-feira, 9, o grupo fez um passeio de lancha e jantou em um restaurante conhecido na região. Foi durante o jantar que ele falou sobre o incômodo causado pela possível picada na perna. No dia seguinte, ele se dirigiu à Unidade Básica de Saúde de Morro de São Paulo reclamando de dores da suposta picada na região da panturrilha. O local estava vermelho e inchado.

Morador de Santos, que morreu após suposta picada de aranha, visitava Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. Foto: Ascom/Setur-BA

Conforme a Secretaria de Saúde de Cairu, como o paciente e os acompanhantes não tinham certeza sobre o que causara o acidente, a equipe de atendimento seguiu os protocolos previstos para picadas de inseto não identificado. Devido à possível necessidade de aplicação de soro, o paciente foi encaminhado para a Santa Casa de Valença, unidade de referência para o soro.

Na Santa Casa, apesar de ter sido considerada improvável a picada pela aranha-marrom, devido à ocorrência rara do aracnídeo na região, os médicos realizaram os procedimentos, mas o paciente não melhorou. O local da picada estava com coloração escura com princípio de necrose. Por ser cardiopata, Cid foi transferido para o Instituto do Coração (Incar), um hospital particular, no município de Santo Antônio de Jesus, onde ficou internado até o óbito, no domingo.

Em redes sociais, amigos lamentaram a morte do jornalista e advogado, e lembraram que ele estava prestes a se formar também em Medicina. Em seus estágios, o estudante atuava como auxiliar de parto.

Para a coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rejane Lira, o registro de aranha-marrom é muito raro na região visitada pelo turista, que é de Mata Atlântica. Ela contou que o núcleo acaba de concluir um levantamento da ocorrência desse aracnídeo e, das oito espécies conhecidas, foram registradas duas em áreas de grutas em Pau Brasil, no sul do Estado, e apenas uma – um único exemplar – na Lagoa do Abaeté, em Salvador.

Segundo ela, em 37 anos de pesquisa, não foi registrada nenhuma ocorrência dessa aranha na região de Morro de São Paulo. “As aranhas-marrons da espécie Loxosceles, que têm importância médica, preferem a caatinga e regiões de caverna, sendo mais encontradas, na Bahia, na Chapada Diamantina. Há outras aranhas-marrons, mas não causam esse tipo de acidente”, disse ao Estadão. Segundo ela, é preciso aguardar as investigações e o resultado dos exames que podem determinar o tipo de veneno que levou o turista à morte.

A pesquisadora enviou fotos da lesão para colegas especialistas e todos consideraram improvável que tenha sido causada pelo veneno da aranha-marrom. “O óbito ocasionado pela picada da aranha-marrom geralmente se dá por insuficiência renal aguda. Nesse caso, parece que houve a intubação do paciente, o que ocorre quando o veneno tem ações neurotóxicas, que causam insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom”, disse.

Rejane lembrou que o Ministério da Saúde determina que todos os óbitos por animais peçonhentos sejam investigados.

Caso é investigado

A prefeitura de Cairu informou que já realiza uma varredura nas regiões visitadas pelo turista em busca de possíveis animais peçonhentos. Já a secretaria municipal de Saúde disse que todos os protocolos foram atendidos até a transferência do paciente para unidade de referência regional e que prossegue com a investigação sobre o caso.

A Santa Casa de Misericórdia de Valença informou em nota que, em menos de 30 minutos após a chegada do paciente, a equipe plantonista acionou o Ciave (Centro de Informações Anti-Envenenamento da Bahia, atual Ciatox-BA), tendo sido indicada a improbabilidade de ataque por aranha-marrom. Até sua transferência, o paciente estava consciente e recebeu todo suporte clínico e médico.

O Incar disse que as informações sobre o caso são passadas exclusivamente à família e às autoridades.

Em nota, o Ciave informou que o caso continua sob investigação. “Não tivemos nenhum caso recente semelhante”, disse.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou que acompanha o caso do turista paulista, transmitindo informações específicas apenas aos familiares. Em 2024, segundo a pasta, foram notificados, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 605 casos de acidentes por aranhas na Bahia, com três óbitos.

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