Um olho na bola, outro na frigideira


Francisco bate um bolão com a espátula e a raquete

Por Redação

Francisco se posicionava no fundo da quadra, rebatendo pacientemente as investidas do adversário. A troca de bolas já durava três minutos quando o oponente - conhecido feirante-empresário, especialista em espetos de camarão e tenista nas horas vagas - se preparou para subir à rede. Percebendo hesitação, Francisco bateu forte, cruzado, muito longe de um Ming Lee que se esticava todo. Fim de jogo e de campeonato. Mais um título - o 18º em 2009 - para Francisco Carlos de Oliveira, de 42 anos, dedicado chapeiro de um bar da zona sul, cujo cotidiano é dividido, dia após dia, entre o piso duro das quadras e o brilhoso azulejo da cozinha.A brincadeira corrente nos círculos de tenistas do Brooklin, onde costuma jogar, é que Francisco não rebate bolinhas com a raquete, mas com a espátula de virar hambúrguer. Dizem que sai engordurado da cozinha da Play Tennis, de cujo bar é proprietário, diretamente para a quadra. Não sem antes enxugar as mãos num pano de prato. Piadas que o chapeiro recebe com bom humor - "são brincadeiras de amigos, de gente que vive no bar, com quem jogo, então caio na gargalhada junto" -, mas que demonstram sua origem humilde.Aos 13 anos, o rapaz de Cidade Ademar, também na zona sul, teve o primeiro contato com o tênis catando bolinhas no Clube Paulistano, nos Jardins, reduto da elite. "Soube o que era tênis pelo meu avô, que tomava conta dos equipamentos esportivos de lá. Tinha medo de entrar na quadra, não achava que fosse meu lugar. Hoje, agradeço a Deus por um dia ter pisado dentro das quatro linhas."Após 14 anos trabalhando no ramo da alimentação, em redes de lanchonete nas quais exerceu funções de office-boy a subgerente, Francisco recebeu, em 1998, o convite para trabalhar na unidade Brooklin da Play Tennis, cujo bar acabou comprando. E, assim, com a proximidade das seis quadras do complexo, Francisco consegue hoje jogar tênis de duas a três horas por dia - o que garantiu média de mais de um título por mês no ano passado.Paulistano orgulhoso, Francisco vê no centro a salvação da cidade - como diz, quando não vale mais a pena crescer, resta melhorar o que já existe. "Quando trabalhava no centro, olhava a imensidão dos prédios, a elegância do Largo do Arouche e nem acreditava que era meu caminho da roça. Certo, está tudo meio para baixo, degradado, mas, para ser sincero, quando passo por lá a nostalgia toma conta e só vejo coisa boa, fecho os olhos para o resto", disse. "Mas as autoridades não podem fazer o mesmo."Também é ao centro que Francisco recorre para incrementar seus negócios. Pelo menos uma vez por mês, vai à Rua Paula Sousa, na Luz, especializada em artigos para cozinha. Numa chuvosa manhã de sexta-feira, foi lá comprar panelas. Quando chegou, parou num boteco de esquina, pediu café preto, puro, bebeu e sumiu. Tinha de voltar ao Brooklin, onde prepararia um almoço, para depois correr para a quadra.Assim que deixou o botequim, seu lugar no balcão foi ocupado por uma mulher de cabelos castanhos amarrados, bolsa bege atravessada no peito, que também pediu café. Não tinha pressa. Observava o movimento, acariciando a barriga - dentro dela cresce uma vida, que em breve nascerá paulistana.

Francisco se posicionava no fundo da quadra, rebatendo pacientemente as investidas do adversário. A troca de bolas já durava três minutos quando o oponente - conhecido feirante-empresário, especialista em espetos de camarão e tenista nas horas vagas - se preparou para subir à rede. Percebendo hesitação, Francisco bateu forte, cruzado, muito longe de um Ming Lee que se esticava todo. Fim de jogo e de campeonato. Mais um título - o 18º em 2009 - para Francisco Carlos de Oliveira, de 42 anos, dedicado chapeiro de um bar da zona sul, cujo cotidiano é dividido, dia após dia, entre o piso duro das quadras e o brilhoso azulejo da cozinha.A brincadeira corrente nos círculos de tenistas do Brooklin, onde costuma jogar, é que Francisco não rebate bolinhas com a raquete, mas com a espátula de virar hambúrguer. Dizem que sai engordurado da cozinha da Play Tennis, de cujo bar é proprietário, diretamente para a quadra. Não sem antes enxugar as mãos num pano de prato. Piadas que o chapeiro recebe com bom humor - "são brincadeiras de amigos, de gente que vive no bar, com quem jogo, então caio na gargalhada junto" -, mas que demonstram sua origem humilde.Aos 13 anos, o rapaz de Cidade Ademar, também na zona sul, teve o primeiro contato com o tênis catando bolinhas no Clube Paulistano, nos Jardins, reduto da elite. "Soube o que era tênis pelo meu avô, que tomava conta dos equipamentos esportivos de lá. Tinha medo de entrar na quadra, não achava que fosse meu lugar. Hoje, agradeço a Deus por um dia ter pisado dentro das quatro linhas."Após 14 anos trabalhando no ramo da alimentação, em redes de lanchonete nas quais exerceu funções de office-boy a subgerente, Francisco recebeu, em 1998, o convite para trabalhar na unidade Brooklin da Play Tennis, cujo bar acabou comprando. E, assim, com a proximidade das seis quadras do complexo, Francisco consegue hoje jogar tênis de duas a três horas por dia - o que garantiu média de mais de um título por mês no ano passado.Paulistano orgulhoso, Francisco vê no centro a salvação da cidade - como diz, quando não vale mais a pena crescer, resta melhorar o que já existe. "Quando trabalhava no centro, olhava a imensidão dos prédios, a elegância do Largo do Arouche e nem acreditava que era meu caminho da roça. Certo, está tudo meio para baixo, degradado, mas, para ser sincero, quando passo por lá a nostalgia toma conta e só vejo coisa boa, fecho os olhos para o resto", disse. "Mas as autoridades não podem fazer o mesmo."Também é ao centro que Francisco recorre para incrementar seus negócios. Pelo menos uma vez por mês, vai à Rua Paula Sousa, na Luz, especializada em artigos para cozinha. Numa chuvosa manhã de sexta-feira, foi lá comprar panelas. Quando chegou, parou num boteco de esquina, pediu café preto, puro, bebeu e sumiu. Tinha de voltar ao Brooklin, onde prepararia um almoço, para depois correr para a quadra.Assim que deixou o botequim, seu lugar no balcão foi ocupado por uma mulher de cabelos castanhos amarrados, bolsa bege atravessada no peito, que também pediu café. Não tinha pressa. Observava o movimento, acariciando a barriga - dentro dela cresce uma vida, que em breve nascerá paulistana.

Francisco se posicionava no fundo da quadra, rebatendo pacientemente as investidas do adversário. A troca de bolas já durava três minutos quando o oponente - conhecido feirante-empresário, especialista em espetos de camarão e tenista nas horas vagas - se preparou para subir à rede. Percebendo hesitação, Francisco bateu forte, cruzado, muito longe de um Ming Lee que se esticava todo. Fim de jogo e de campeonato. Mais um título - o 18º em 2009 - para Francisco Carlos de Oliveira, de 42 anos, dedicado chapeiro de um bar da zona sul, cujo cotidiano é dividido, dia após dia, entre o piso duro das quadras e o brilhoso azulejo da cozinha.A brincadeira corrente nos círculos de tenistas do Brooklin, onde costuma jogar, é que Francisco não rebate bolinhas com a raquete, mas com a espátula de virar hambúrguer. Dizem que sai engordurado da cozinha da Play Tennis, de cujo bar é proprietário, diretamente para a quadra. Não sem antes enxugar as mãos num pano de prato. Piadas que o chapeiro recebe com bom humor - "são brincadeiras de amigos, de gente que vive no bar, com quem jogo, então caio na gargalhada junto" -, mas que demonstram sua origem humilde.Aos 13 anos, o rapaz de Cidade Ademar, também na zona sul, teve o primeiro contato com o tênis catando bolinhas no Clube Paulistano, nos Jardins, reduto da elite. "Soube o que era tênis pelo meu avô, que tomava conta dos equipamentos esportivos de lá. Tinha medo de entrar na quadra, não achava que fosse meu lugar. Hoje, agradeço a Deus por um dia ter pisado dentro das quatro linhas."Após 14 anos trabalhando no ramo da alimentação, em redes de lanchonete nas quais exerceu funções de office-boy a subgerente, Francisco recebeu, em 1998, o convite para trabalhar na unidade Brooklin da Play Tennis, cujo bar acabou comprando. E, assim, com a proximidade das seis quadras do complexo, Francisco consegue hoje jogar tênis de duas a três horas por dia - o que garantiu média de mais de um título por mês no ano passado.Paulistano orgulhoso, Francisco vê no centro a salvação da cidade - como diz, quando não vale mais a pena crescer, resta melhorar o que já existe. "Quando trabalhava no centro, olhava a imensidão dos prédios, a elegância do Largo do Arouche e nem acreditava que era meu caminho da roça. Certo, está tudo meio para baixo, degradado, mas, para ser sincero, quando passo por lá a nostalgia toma conta e só vejo coisa boa, fecho os olhos para o resto", disse. "Mas as autoridades não podem fazer o mesmo."Também é ao centro que Francisco recorre para incrementar seus negócios. Pelo menos uma vez por mês, vai à Rua Paula Sousa, na Luz, especializada em artigos para cozinha. Numa chuvosa manhã de sexta-feira, foi lá comprar panelas. Quando chegou, parou num boteco de esquina, pediu café preto, puro, bebeu e sumiu. Tinha de voltar ao Brooklin, onde prepararia um almoço, para depois correr para a quadra.Assim que deixou o botequim, seu lugar no balcão foi ocupado por uma mulher de cabelos castanhos amarrados, bolsa bege atravessada no peito, que também pediu café. Não tinha pressa. Observava o movimento, acariciando a barriga - dentro dela cresce uma vida, que em breve nascerá paulistana.

Francisco se posicionava no fundo da quadra, rebatendo pacientemente as investidas do adversário. A troca de bolas já durava três minutos quando o oponente - conhecido feirante-empresário, especialista em espetos de camarão e tenista nas horas vagas - se preparou para subir à rede. Percebendo hesitação, Francisco bateu forte, cruzado, muito longe de um Ming Lee que se esticava todo. Fim de jogo e de campeonato. Mais um título - o 18º em 2009 - para Francisco Carlos de Oliveira, de 42 anos, dedicado chapeiro de um bar da zona sul, cujo cotidiano é dividido, dia após dia, entre o piso duro das quadras e o brilhoso azulejo da cozinha.A brincadeira corrente nos círculos de tenistas do Brooklin, onde costuma jogar, é que Francisco não rebate bolinhas com a raquete, mas com a espátula de virar hambúrguer. Dizem que sai engordurado da cozinha da Play Tennis, de cujo bar é proprietário, diretamente para a quadra. Não sem antes enxugar as mãos num pano de prato. Piadas que o chapeiro recebe com bom humor - "são brincadeiras de amigos, de gente que vive no bar, com quem jogo, então caio na gargalhada junto" -, mas que demonstram sua origem humilde.Aos 13 anos, o rapaz de Cidade Ademar, também na zona sul, teve o primeiro contato com o tênis catando bolinhas no Clube Paulistano, nos Jardins, reduto da elite. "Soube o que era tênis pelo meu avô, que tomava conta dos equipamentos esportivos de lá. Tinha medo de entrar na quadra, não achava que fosse meu lugar. Hoje, agradeço a Deus por um dia ter pisado dentro das quatro linhas."Após 14 anos trabalhando no ramo da alimentação, em redes de lanchonete nas quais exerceu funções de office-boy a subgerente, Francisco recebeu, em 1998, o convite para trabalhar na unidade Brooklin da Play Tennis, cujo bar acabou comprando. E, assim, com a proximidade das seis quadras do complexo, Francisco consegue hoje jogar tênis de duas a três horas por dia - o que garantiu média de mais de um título por mês no ano passado.Paulistano orgulhoso, Francisco vê no centro a salvação da cidade - como diz, quando não vale mais a pena crescer, resta melhorar o que já existe. "Quando trabalhava no centro, olhava a imensidão dos prédios, a elegância do Largo do Arouche e nem acreditava que era meu caminho da roça. Certo, está tudo meio para baixo, degradado, mas, para ser sincero, quando passo por lá a nostalgia toma conta e só vejo coisa boa, fecho os olhos para o resto", disse. "Mas as autoridades não podem fazer o mesmo."Também é ao centro que Francisco recorre para incrementar seus negócios. Pelo menos uma vez por mês, vai à Rua Paula Sousa, na Luz, especializada em artigos para cozinha. Numa chuvosa manhã de sexta-feira, foi lá comprar panelas. Quando chegou, parou num boteco de esquina, pediu café preto, puro, bebeu e sumiu. Tinha de voltar ao Brooklin, onde prepararia um almoço, para depois correr para a quadra.Assim que deixou o botequim, seu lugar no balcão foi ocupado por uma mulher de cabelos castanhos amarrados, bolsa bege atravessada no peito, que também pediu café. Não tinha pressa. Observava o movimento, acariciando a barriga - dentro dela cresce uma vida, que em breve nascerá paulistana.

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