A Vale afirmou em comunicado nesta sexta-feira que não realizou qualquer proposta para adquirir empresas do setor de fertilizantes, apesar de confirmar que o segmento é um dos seus objetivos estratégicos. A declaração da empresa acontece depois de o jornal O Estado de S. Paulo ter noticiado, na quinta-feira, que a mineradora avaliava fazer uma oferta pela Mosaic. No mesmo dia, a assessoria de imprensa da Vale afirmou que a empresa não comenta "boatos". Segundo o jornal, a Vale avaliava fazer uma oferta de 25 bilhões de dólares pela Mosaic, com base em Minnesota, joint venture entre a Cargill e a IMC Global, importante produtora de fosfato e potássio. A Vale informou em nota nesta sexta-feira que pelo porte dos seus investimentos --51,7 bilhões de dólares de 2004 até março de 2009-- a empresa "se constitui naturalmente em alvo de rumores e especulações sobre aquisições de empresas de mineração". As ações da companhia, que está em plena negociação sobre o preço do minério de ferro com o seu principal mercado, a China, fecharam após um dia de muita volatilidade em alta de 0,27 por cento nesta sexta-feira, perto do fechamento do Ibovespa, que subiu 0,3 por cento, segundo dados preliminares. A mineradora frisou, no entanto, que "se manifestará publicamente na eventualidade de qualquer decisão final que possa produzir efeito relevante sobre seu desempenho operacional e financeiro e/ou que possa afetar a valorização de seus ativos no mercado". A empresa brasileira declarou também que "explora oportunidades de crescimento orgânico e de aquisições de ativos e empresas como instrumentos para atingir seu objetivo permanente de criação de valor", e divulgou vários movimentos feitos no segmento de fertilizantes. A empresa destacou seus projetos de potássio de Carnalita, no Estado de Sergipe, no Brasil; Rio Colorado e Neuquén, na Argentina; Regina, no Canadá; e Evate, em Moçambique, que depois de concretizados colocarão a Vale entre os líderes globais na produção de potássio, com mais de 12 milhões de toneladas anuais. A Vale também desenvolve o projeto de Bayóvar, no Peru, com investimento total de 479 milhões de dólares e capacidade de produção anual de 3,9 milhões de toneladas anuais de concentrado fosfórico. A conclusão de Bayóvar está prevista para o final de 2010. Numa segunda fase, Bayóvar poderá atingir produção total de 7,3 milhões de toneladas anuais, informou a Vale em nota. (Por Denise Luna e Camila Moreira)