Veja trechos das gravações das conversas em Bangu 1


Por Agencia Estado

Nas 20 horas de gravações feitas pelo Ministério Público Estadual - durante as quais foi descoberta a intenção da compra de mísseis pelo braço-direito do Traficante Fernandinho Beira-Mar, Chapolim, - os interlocutores conversam em código e, na maioria das vezes, não citam nomes. Negociam compra de armas, drogas e equipamentos eletrônicos de comunicação, pagamento de propinas a policiais e combinam até assassinatos. Aparecem nas fitas - muitas vezes uma conferência com até três falando ao mesmo tempo - os Traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e um suposto negociador de armas de São Paulo, identificado apenas como Rubinho, entre outros. O doutor Hélio citado nas conversas seria Hélio Rodrigues Macedo, Advogado de Beira-Mar, e que teve sua prisão pedida hoje pela juíza Sônia Maria Garcia, da 1ª Vara Criminal de Bangu. Veja alguns trechos das gravações: Rubinho: É difícil você pedir uma coisa e eu não arrumar também. Tenho contato no mundo inteiro. Tem coisa que você nem imagina que existe e eu vou ter também. Quando chegar lá vou ligar para o rapaz, vou explicar como é que opera lá. É louco, ele tá com 061, 031, 021, 011, nem Jesus Cristo rastreia vocês. É impossível, não tem jeito. Se grilou, troca de linha. É impossível não tem jeito. Só terrorista que tem, só organização terrorista do Líbano que tem. Ninguém rastreou os caras. Os caras derrubou dois prédios, já. Chapolim: Já ouviu falar em um tal de Sting (o Traficante se referia ao míssel Stinger). Rubinho: Eu conheço vários Sting, porque é um vulgo muito comum aqui. Chapolim: É lá dessas coisas. Rubinho: Nunca ouvi falar, não. Conheço uns caras grandão, mas nunca ouvi falar, não. Chapolim: Quando você tiver falando com ele pergunta então se ele sabe o que é um Sting, aquele que a Al-Qaeda estava usando. Vê essa parada pra mim e aí tu me liga. Rubinho: É de comunicação também, né? Chapolim: Não. É outra coisa. Rubinho: Ah, eu sei do que você tá falando. Beira-Mar (outra ligação): Fala pro teu cliente, fala pro teu amigo que o negócio.... agora acabou a brincadeira. Fala pra ele que eu vou matar a família dele toda, só vou liberar as crianças. Família, secretário dele... vou matar tudo. Acabou a brincadeira. Seu cliente é um safado, sem vergonha. E se ele começar a brincar, eu vou dar até o final do mês para ele contar quantas pessoas eu vou mandar matar da família dele. Advogado: É o seguinte, fala para ele que ficou marcado para quarta-feira o Mandacaru acertar com o doutor Hélio. Já está tudo certo. É para ele ficar calmo. Beira-Mar: Então tá tranqüilo, doutor. O senhor está entrando numa situação, então o senhor vai dar a sua palavra de que vai dar tudo certo. Eu vou começar a matar a família dele. Esse é o cliente mais safado que eu conheci. O cara é pilantra. Tá enrrolando. Emprestei o dinheiro pra ele, sem juros, fui amigo dele e a carta está aí. Eu vou matar geral se ele não me pagar até o final do mês. Vou começar pelo sogro, pelo irmão, cunhado, mulher...até pegar ele. E ainda vou arrumar uns trinta inquéritos pra ele no Rio de Janeiro para ele entrar em cana e na cadeia ele vai me pagar. Advogado: Fala pra ele ficar tranquilo que foi conversado com ele e ele prometeu que até quarta feira entra em contato com o Advogado dele, dr. Hélio, e vai começar... Ele disse para você ficar tranquilo que até quarta feira ele vai entrar em contato com o doutor Hélio.. Beira-Mar: Você tá me dando a palavra dele. Advogado: Eu estou te dando a palavra. Beira-Mar: Olha lá hein, doutor? Não faz sigilo com o teu cliente, porque depois o bagulho vai ficar sério. Pode avisar a ele. Quem estiver envolvido com ele eu vou apanhar. Eu já levantei a ficha dele toda. Aldair da Mangueira (outra ligação): Civil (policial) pra tudo quanto é lado, parceiro. O bagulho tá sério, aqui. Choveu imprensa, reportagem. O bagulho tá sério. E viu o bagulho do Tio Enéas. O que foi aquilo? Aldair da Mangueira: Liga que é uma bomba(risos). Ligar pra tua casa e tem uma bomba tua aí, hein? Traficante: O negócio tá sério, né parceiro? Aldair da Mangueira: O quê? Andam com uma maleta aí te rastreando (ruídos). Aí tá escutando? O telefone de titio lá fora deu grampo. Traficante: Pô, irmão, acho que foi isso mesmo, que eles flagraram aquele bagulho , meu irmão, rastrear os amigos, né parceiro... O maior terror, teve um papo de operação. Aí fui lá do outro lado, lá. Aquele moço às vezes trata nós bem, às vezes dá umas patada. É sinistro Traficante (outra ligação): Aí, a Rose te deu algum papo? Aldair da Mangueira: Sobre? Traficante: Não. Ela trouxe um necócio aqui ruim... Aldair da Mangueira: Não quero saber desses papo, não. Traficante: Tô ligado. Aí, ruim... Bagulho horrível, bagulho farelo... Traficante não identificado (outra ligação): Fala, irmão, agora tô te escutando. Aldair da Mangueira: Pra semana tá chegando uns canos preto (armas) aí. Traficante: É irmão. Pô, demorou, irmão... Aldair da Mangueira: Vou deixar cinco contigo aí. Cinco lá com os vermelho, com os irmão. Chapolim (outra ligação): Vê quanto que é. Rubinho: Esse modelo aí é barato. Mas ele passa no detector de metal porque ele é quase todo de plástico. Agora o bom mesmo não passa. Tem que ter até laptop, um computadorzinho pra você poder falar, até voz de mulher, de criança ele faz. Chapolim: Tô precisando de um desse. Rubinho: A voz fica completamente diferente. Chapolim: Tô precisando de um relógio. Qual a outra coisa que eu ia te falar? Rubinho: Do bloqueador do detector de metal, né? Chapolim: É essa parada. Rubinho: Chapolim, falar uma coisa pra você. A situação tá um pouco crítica por causa de dinheiro. Sabe por que? É que esse correio internacional é um pouco caro. Quando chega aqui tem que pagar o carteiro pra poder pegar o barato porque vem frete a cobrar. Os caras manda dos Estados Unidos pra cá, tem que pagar o carteiro pro carteiro te entregar. Tô vendo outro aparelho aí. Chama Interface. Une dois aparelhos. Você pode fazer conferência com três.

Nas 20 horas de gravações feitas pelo Ministério Público Estadual - durante as quais foi descoberta a intenção da compra de mísseis pelo braço-direito do Traficante Fernandinho Beira-Mar, Chapolim, - os interlocutores conversam em código e, na maioria das vezes, não citam nomes. Negociam compra de armas, drogas e equipamentos eletrônicos de comunicação, pagamento de propinas a policiais e combinam até assassinatos. Aparecem nas fitas - muitas vezes uma conferência com até três falando ao mesmo tempo - os Traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e um suposto negociador de armas de São Paulo, identificado apenas como Rubinho, entre outros. O doutor Hélio citado nas conversas seria Hélio Rodrigues Macedo, Advogado de Beira-Mar, e que teve sua prisão pedida hoje pela juíza Sônia Maria Garcia, da 1ª Vara Criminal de Bangu. Veja alguns trechos das gravações: Rubinho: É difícil você pedir uma coisa e eu não arrumar também. Tenho contato no mundo inteiro. Tem coisa que você nem imagina que existe e eu vou ter também. Quando chegar lá vou ligar para o rapaz, vou explicar como é que opera lá. É louco, ele tá com 061, 031, 021, 011, nem Jesus Cristo rastreia vocês. É impossível, não tem jeito. Se grilou, troca de linha. É impossível não tem jeito. Só terrorista que tem, só organização terrorista do Líbano que tem. Ninguém rastreou os caras. Os caras derrubou dois prédios, já. Chapolim: Já ouviu falar em um tal de Sting (o Traficante se referia ao míssel Stinger). Rubinho: Eu conheço vários Sting, porque é um vulgo muito comum aqui. Chapolim: É lá dessas coisas. Rubinho: Nunca ouvi falar, não. Conheço uns caras grandão, mas nunca ouvi falar, não. Chapolim: Quando você tiver falando com ele pergunta então se ele sabe o que é um Sting, aquele que a Al-Qaeda estava usando. Vê essa parada pra mim e aí tu me liga. Rubinho: É de comunicação também, né? Chapolim: Não. É outra coisa. Rubinho: Ah, eu sei do que você tá falando. Beira-Mar (outra ligação): Fala pro teu cliente, fala pro teu amigo que o negócio.... agora acabou a brincadeira. Fala pra ele que eu vou matar a família dele toda, só vou liberar as crianças. Família, secretário dele... vou matar tudo. Acabou a brincadeira. Seu cliente é um safado, sem vergonha. E se ele começar a brincar, eu vou dar até o final do mês para ele contar quantas pessoas eu vou mandar matar da família dele. Advogado: É o seguinte, fala para ele que ficou marcado para quarta-feira o Mandacaru acertar com o doutor Hélio. Já está tudo certo. É para ele ficar calmo. Beira-Mar: Então tá tranqüilo, doutor. O senhor está entrando numa situação, então o senhor vai dar a sua palavra de que vai dar tudo certo. Eu vou começar a matar a família dele. Esse é o cliente mais safado que eu conheci. O cara é pilantra. Tá enrrolando. Emprestei o dinheiro pra ele, sem juros, fui amigo dele e a carta está aí. Eu vou matar geral se ele não me pagar até o final do mês. Vou começar pelo sogro, pelo irmão, cunhado, mulher...até pegar ele. E ainda vou arrumar uns trinta inquéritos pra ele no Rio de Janeiro para ele entrar em cana e na cadeia ele vai me pagar. Advogado: Fala pra ele ficar tranquilo que foi conversado com ele e ele prometeu que até quarta feira entra em contato com o Advogado dele, dr. Hélio, e vai começar... Ele disse para você ficar tranquilo que até quarta feira ele vai entrar em contato com o doutor Hélio.. Beira-Mar: Você tá me dando a palavra dele. Advogado: Eu estou te dando a palavra. Beira-Mar: Olha lá hein, doutor? Não faz sigilo com o teu cliente, porque depois o bagulho vai ficar sério. Pode avisar a ele. Quem estiver envolvido com ele eu vou apanhar. Eu já levantei a ficha dele toda. Aldair da Mangueira (outra ligação): Civil (policial) pra tudo quanto é lado, parceiro. O bagulho tá sério, aqui. Choveu imprensa, reportagem. O bagulho tá sério. E viu o bagulho do Tio Enéas. O que foi aquilo? Aldair da Mangueira: Liga que é uma bomba(risos). Ligar pra tua casa e tem uma bomba tua aí, hein? Traficante: O negócio tá sério, né parceiro? Aldair da Mangueira: O quê? Andam com uma maleta aí te rastreando (ruídos). Aí tá escutando? O telefone de titio lá fora deu grampo. Traficante: Pô, irmão, acho que foi isso mesmo, que eles flagraram aquele bagulho , meu irmão, rastrear os amigos, né parceiro... O maior terror, teve um papo de operação. Aí fui lá do outro lado, lá. Aquele moço às vezes trata nós bem, às vezes dá umas patada. É sinistro Traficante (outra ligação): Aí, a Rose te deu algum papo? Aldair da Mangueira: Sobre? Traficante: Não. Ela trouxe um necócio aqui ruim... Aldair da Mangueira: Não quero saber desses papo, não. Traficante: Tô ligado. Aí, ruim... Bagulho horrível, bagulho farelo... Traficante não identificado (outra ligação): Fala, irmão, agora tô te escutando. Aldair da Mangueira: Pra semana tá chegando uns canos preto (armas) aí. Traficante: É irmão. Pô, demorou, irmão... Aldair da Mangueira: Vou deixar cinco contigo aí. Cinco lá com os vermelho, com os irmão. Chapolim (outra ligação): Vê quanto que é. Rubinho: Esse modelo aí é barato. Mas ele passa no detector de metal porque ele é quase todo de plástico. Agora o bom mesmo não passa. Tem que ter até laptop, um computadorzinho pra você poder falar, até voz de mulher, de criança ele faz. Chapolim: Tô precisando de um desse. Rubinho: A voz fica completamente diferente. Chapolim: Tô precisando de um relógio. Qual a outra coisa que eu ia te falar? Rubinho: Do bloqueador do detector de metal, né? Chapolim: É essa parada. Rubinho: Chapolim, falar uma coisa pra você. A situação tá um pouco crítica por causa de dinheiro. Sabe por que? É que esse correio internacional é um pouco caro. Quando chega aqui tem que pagar o carteiro pra poder pegar o barato porque vem frete a cobrar. Os caras manda dos Estados Unidos pra cá, tem que pagar o carteiro pro carteiro te entregar. Tô vendo outro aparelho aí. Chama Interface. Une dois aparelhos. Você pode fazer conferência com três.

Nas 20 horas de gravações feitas pelo Ministério Público Estadual - durante as quais foi descoberta a intenção da compra de mísseis pelo braço-direito do Traficante Fernandinho Beira-Mar, Chapolim, - os interlocutores conversam em código e, na maioria das vezes, não citam nomes. Negociam compra de armas, drogas e equipamentos eletrônicos de comunicação, pagamento de propinas a policiais e combinam até assassinatos. Aparecem nas fitas - muitas vezes uma conferência com até três falando ao mesmo tempo - os Traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e um suposto negociador de armas de São Paulo, identificado apenas como Rubinho, entre outros. O doutor Hélio citado nas conversas seria Hélio Rodrigues Macedo, Advogado de Beira-Mar, e que teve sua prisão pedida hoje pela juíza Sônia Maria Garcia, da 1ª Vara Criminal de Bangu. Veja alguns trechos das gravações: Rubinho: É difícil você pedir uma coisa e eu não arrumar também. Tenho contato no mundo inteiro. Tem coisa que você nem imagina que existe e eu vou ter também. Quando chegar lá vou ligar para o rapaz, vou explicar como é que opera lá. É louco, ele tá com 061, 031, 021, 011, nem Jesus Cristo rastreia vocês. É impossível, não tem jeito. Se grilou, troca de linha. É impossível não tem jeito. Só terrorista que tem, só organização terrorista do Líbano que tem. Ninguém rastreou os caras. Os caras derrubou dois prédios, já. Chapolim: Já ouviu falar em um tal de Sting (o Traficante se referia ao míssel Stinger). Rubinho: Eu conheço vários Sting, porque é um vulgo muito comum aqui. Chapolim: É lá dessas coisas. Rubinho: Nunca ouvi falar, não. Conheço uns caras grandão, mas nunca ouvi falar, não. Chapolim: Quando você tiver falando com ele pergunta então se ele sabe o que é um Sting, aquele que a Al-Qaeda estava usando. Vê essa parada pra mim e aí tu me liga. Rubinho: É de comunicação também, né? Chapolim: Não. É outra coisa. Rubinho: Ah, eu sei do que você tá falando. Beira-Mar (outra ligação): Fala pro teu cliente, fala pro teu amigo que o negócio.... agora acabou a brincadeira. Fala pra ele que eu vou matar a família dele toda, só vou liberar as crianças. Família, secretário dele... vou matar tudo. Acabou a brincadeira. Seu cliente é um safado, sem vergonha. E se ele começar a brincar, eu vou dar até o final do mês para ele contar quantas pessoas eu vou mandar matar da família dele. Advogado: É o seguinte, fala para ele que ficou marcado para quarta-feira o Mandacaru acertar com o doutor Hélio. Já está tudo certo. É para ele ficar calmo. Beira-Mar: Então tá tranqüilo, doutor. O senhor está entrando numa situação, então o senhor vai dar a sua palavra de que vai dar tudo certo. Eu vou começar a matar a família dele. Esse é o cliente mais safado que eu conheci. O cara é pilantra. Tá enrrolando. Emprestei o dinheiro pra ele, sem juros, fui amigo dele e a carta está aí. Eu vou matar geral se ele não me pagar até o final do mês. Vou começar pelo sogro, pelo irmão, cunhado, mulher...até pegar ele. E ainda vou arrumar uns trinta inquéritos pra ele no Rio de Janeiro para ele entrar em cana e na cadeia ele vai me pagar. Advogado: Fala pra ele ficar tranquilo que foi conversado com ele e ele prometeu que até quarta feira entra em contato com o Advogado dele, dr. Hélio, e vai começar... Ele disse para você ficar tranquilo que até quarta feira ele vai entrar em contato com o doutor Hélio.. Beira-Mar: Você tá me dando a palavra dele. Advogado: Eu estou te dando a palavra. Beira-Mar: Olha lá hein, doutor? Não faz sigilo com o teu cliente, porque depois o bagulho vai ficar sério. Pode avisar a ele. Quem estiver envolvido com ele eu vou apanhar. Eu já levantei a ficha dele toda. Aldair da Mangueira (outra ligação): Civil (policial) pra tudo quanto é lado, parceiro. O bagulho tá sério, aqui. Choveu imprensa, reportagem. O bagulho tá sério. E viu o bagulho do Tio Enéas. O que foi aquilo? Aldair da Mangueira: Liga que é uma bomba(risos). Ligar pra tua casa e tem uma bomba tua aí, hein? Traficante: O negócio tá sério, né parceiro? Aldair da Mangueira: O quê? Andam com uma maleta aí te rastreando (ruídos). Aí tá escutando? O telefone de titio lá fora deu grampo. Traficante: Pô, irmão, acho que foi isso mesmo, que eles flagraram aquele bagulho , meu irmão, rastrear os amigos, né parceiro... O maior terror, teve um papo de operação. Aí fui lá do outro lado, lá. Aquele moço às vezes trata nós bem, às vezes dá umas patada. É sinistro Traficante (outra ligação): Aí, a Rose te deu algum papo? Aldair da Mangueira: Sobre? Traficante: Não. Ela trouxe um necócio aqui ruim... Aldair da Mangueira: Não quero saber desses papo, não. Traficante: Tô ligado. Aí, ruim... Bagulho horrível, bagulho farelo... Traficante não identificado (outra ligação): Fala, irmão, agora tô te escutando. Aldair da Mangueira: Pra semana tá chegando uns canos preto (armas) aí. Traficante: É irmão. Pô, demorou, irmão... Aldair da Mangueira: Vou deixar cinco contigo aí. Cinco lá com os vermelho, com os irmão. Chapolim (outra ligação): Vê quanto que é. Rubinho: Esse modelo aí é barato. Mas ele passa no detector de metal porque ele é quase todo de plástico. Agora o bom mesmo não passa. Tem que ter até laptop, um computadorzinho pra você poder falar, até voz de mulher, de criança ele faz. Chapolim: Tô precisando de um desse. Rubinho: A voz fica completamente diferente. Chapolim: Tô precisando de um relógio. Qual a outra coisa que eu ia te falar? Rubinho: Do bloqueador do detector de metal, né? Chapolim: É essa parada. Rubinho: Chapolim, falar uma coisa pra você. A situação tá um pouco crítica por causa de dinheiro. Sabe por que? É que esse correio internacional é um pouco caro. Quando chega aqui tem que pagar o carteiro pra poder pegar o barato porque vem frete a cobrar. Os caras manda dos Estados Unidos pra cá, tem que pagar o carteiro pro carteiro te entregar. Tô vendo outro aparelho aí. Chama Interface. Une dois aparelhos. Você pode fazer conferência com três.

Nas 20 horas de gravações feitas pelo Ministério Público Estadual - durante as quais foi descoberta a intenção da compra de mísseis pelo braço-direito do Traficante Fernandinho Beira-Mar, Chapolim, - os interlocutores conversam em código e, na maioria das vezes, não citam nomes. Negociam compra de armas, drogas e equipamentos eletrônicos de comunicação, pagamento de propinas a policiais e combinam até assassinatos. Aparecem nas fitas - muitas vezes uma conferência com até três falando ao mesmo tempo - os Traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e um suposto negociador de armas de São Paulo, identificado apenas como Rubinho, entre outros. O doutor Hélio citado nas conversas seria Hélio Rodrigues Macedo, Advogado de Beira-Mar, e que teve sua prisão pedida hoje pela juíza Sônia Maria Garcia, da 1ª Vara Criminal de Bangu. Veja alguns trechos das gravações: Rubinho: É difícil você pedir uma coisa e eu não arrumar também. Tenho contato no mundo inteiro. Tem coisa que você nem imagina que existe e eu vou ter também. Quando chegar lá vou ligar para o rapaz, vou explicar como é que opera lá. É louco, ele tá com 061, 031, 021, 011, nem Jesus Cristo rastreia vocês. É impossível, não tem jeito. Se grilou, troca de linha. É impossível não tem jeito. Só terrorista que tem, só organização terrorista do Líbano que tem. Ninguém rastreou os caras. Os caras derrubou dois prédios, já. Chapolim: Já ouviu falar em um tal de Sting (o Traficante se referia ao míssel Stinger). Rubinho: Eu conheço vários Sting, porque é um vulgo muito comum aqui. Chapolim: É lá dessas coisas. Rubinho: Nunca ouvi falar, não. Conheço uns caras grandão, mas nunca ouvi falar, não. Chapolim: Quando você tiver falando com ele pergunta então se ele sabe o que é um Sting, aquele que a Al-Qaeda estava usando. Vê essa parada pra mim e aí tu me liga. Rubinho: É de comunicação também, né? Chapolim: Não. É outra coisa. Rubinho: Ah, eu sei do que você tá falando. Beira-Mar (outra ligação): Fala pro teu cliente, fala pro teu amigo que o negócio.... agora acabou a brincadeira. Fala pra ele que eu vou matar a família dele toda, só vou liberar as crianças. Família, secretário dele... vou matar tudo. Acabou a brincadeira. Seu cliente é um safado, sem vergonha. E se ele começar a brincar, eu vou dar até o final do mês para ele contar quantas pessoas eu vou mandar matar da família dele. Advogado: É o seguinte, fala para ele que ficou marcado para quarta-feira o Mandacaru acertar com o doutor Hélio. Já está tudo certo. É para ele ficar calmo. Beira-Mar: Então tá tranqüilo, doutor. O senhor está entrando numa situação, então o senhor vai dar a sua palavra de que vai dar tudo certo. Eu vou começar a matar a família dele. Esse é o cliente mais safado que eu conheci. O cara é pilantra. Tá enrrolando. Emprestei o dinheiro pra ele, sem juros, fui amigo dele e a carta está aí. Eu vou matar geral se ele não me pagar até o final do mês. Vou começar pelo sogro, pelo irmão, cunhado, mulher...até pegar ele. E ainda vou arrumar uns trinta inquéritos pra ele no Rio de Janeiro para ele entrar em cana e na cadeia ele vai me pagar. Advogado: Fala pra ele ficar tranquilo que foi conversado com ele e ele prometeu que até quarta feira entra em contato com o Advogado dele, dr. Hélio, e vai começar... Ele disse para você ficar tranquilo que até quarta feira ele vai entrar em contato com o doutor Hélio.. Beira-Mar: Você tá me dando a palavra dele. Advogado: Eu estou te dando a palavra. Beira-Mar: Olha lá hein, doutor? Não faz sigilo com o teu cliente, porque depois o bagulho vai ficar sério. Pode avisar a ele. Quem estiver envolvido com ele eu vou apanhar. Eu já levantei a ficha dele toda. Aldair da Mangueira (outra ligação): Civil (policial) pra tudo quanto é lado, parceiro. O bagulho tá sério, aqui. Choveu imprensa, reportagem. O bagulho tá sério. E viu o bagulho do Tio Enéas. O que foi aquilo? Aldair da Mangueira: Liga que é uma bomba(risos). Ligar pra tua casa e tem uma bomba tua aí, hein? Traficante: O negócio tá sério, né parceiro? Aldair da Mangueira: O quê? Andam com uma maleta aí te rastreando (ruídos). Aí tá escutando? O telefone de titio lá fora deu grampo. Traficante: Pô, irmão, acho que foi isso mesmo, que eles flagraram aquele bagulho , meu irmão, rastrear os amigos, né parceiro... O maior terror, teve um papo de operação. Aí fui lá do outro lado, lá. Aquele moço às vezes trata nós bem, às vezes dá umas patada. É sinistro Traficante (outra ligação): Aí, a Rose te deu algum papo? Aldair da Mangueira: Sobre? Traficante: Não. Ela trouxe um necócio aqui ruim... Aldair da Mangueira: Não quero saber desses papo, não. Traficante: Tô ligado. Aí, ruim... Bagulho horrível, bagulho farelo... Traficante não identificado (outra ligação): Fala, irmão, agora tô te escutando. Aldair da Mangueira: Pra semana tá chegando uns canos preto (armas) aí. Traficante: É irmão. Pô, demorou, irmão... Aldair da Mangueira: Vou deixar cinco contigo aí. Cinco lá com os vermelho, com os irmão. Chapolim (outra ligação): Vê quanto que é. Rubinho: Esse modelo aí é barato. Mas ele passa no detector de metal porque ele é quase todo de plástico. Agora o bom mesmo não passa. Tem que ter até laptop, um computadorzinho pra você poder falar, até voz de mulher, de criança ele faz. Chapolim: Tô precisando de um desse. Rubinho: A voz fica completamente diferente. Chapolim: Tô precisando de um relógio. Qual a outra coisa que eu ia te falar? Rubinho: Do bloqueador do detector de metal, né? Chapolim: É essa parada. Rubinho: Chapolim, falar uma coisa pra você. A situação tá um pouco crítica por causa de dinheiro. Sabe por que? É que esse correio internacional é um pouco caro. Quando chega aqui tem que pagar o carteiro pra poder pegar o barato porque vem frete a cobrar. Os caras manda dos Estados Unidos pra cá, tem que pagar o carteiro pro carteiro te entregar. Tô vendo outro aparelho aí. Chama Interface. Une dois aparelhos. Você pode fazer conferência com três.

Nas 20 horas de gravações feitas pelo Ministério Público Estadual - durante as quais foi descoberta a intenção da compra de mísseis pelo braço-direito do Traficante Fernandinho Beira-Mar, Chapolim, - os interlocutores conversam em código e, na maioria das vezes, não citam nomes. Negociam compra de armas, drogas e equipamentos eletrônicos de comunicação, pagamento de propinas a policiais e combinam até assassinatos. Aparecem nas fitas - muitas vezes uma conferência com até três falando ao mesmo tempo - os Traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e um suposto negociador de armas de São Paulo, identificado apenas como Rubinho, entre outros. O doutor Hélio citado nas conversas seria Hélio Rodrigues Macedo, Advogado de Beira-Mar, e que teve sua prisão pedida hoje pela juíza Sônia Maria Garcia, da 1ª Vara Criminal de Bangu. Veja alguns trechos das gravações: Rubinho: É difícil você pedir uma coisa e eu não arrumar também. Tenho contato no mundo inteiro. Tem coisa que você nem imagina que existe e eu vou ter também. Quando chegar lá vou ligar para o rapaz, vou explicar como é que opera lá. É louco, ele tá com 061, 031, 021, 011, nem Jesus Cristo rastreia vocês. É impossível, não tem jeito. Se grilou, troca de linha. É impossível não tem jeito. Só terrorista que tem, só organização terrorista do Líbano que tem. Ninguém rastreou os caras. Os caras derrubou dois prédios, já. Chapolim: Já ouviu falar em um tal de Sting (o Traficante se referia ao míssel Stinger). Rubinho: Eu conheço vários Sting, porque é um vulgo muito comum aqui. Chapolim: É lá dessas coisas. Rubinho: Nunca ouvi falar, não. Conheço uns caras grandão, mas nunca ouvi falar, não. Chapolim: Quando você tiver falando com ele pergunta então se ele sabe o que é um Sting, aquele que a Al-Qaeda estava usando. Vê essa parada pra mim e aí tu me liga. Rubinho: É de comunicação também, né? Chapolim: Não. É outra coisa. Rubinho: Ah, eu sei do que você tá falando. Beira-Mar (outra ligação): Fala pro teu cliente, fala pro teu amigo que o negócio.... agora acabou a brincadeira. Fala pra ele que eu vou matar a família dele toda, só vou liberar as crianças. Família, secretário dele... vou matar tudo. Acabou a brincadeira. Seu cliente é um safado, sem vergonha. E se ele começar a brincar, eu vou dar até o final do mês para ele contar quantas pessoas eu vou mandar matar da família dele. Advogado: É o seguinte, fala para ele que ficou marcado para quarta-feira o Mandacaru acertar com o doutor Hélio. Já está tudo certo. É para ele ficar calmo. Beira-Mar: Então tá tranqüilo, doutor. O senhor está entrando numa situação, então o senhor vai dar a sua palavra de que vai dar tudo certo. Eu vou começar a matar a família dele. Esse é o cliente mais safado que eu conheci. O cara é pilantra. Tá enrrolando. Emprestei o dinheiro pra ele, sem juros, fui amigo dele e a carta está aí. Eu vou matar geral se ele não me pagar até o final do mês. Vou começar pelo sogro, pelo irmão, cunhado, mulher...até pegar ele. E ainda vou arrumar uns trinta inquéritos pra ele no Rio de Janeiro para ele entrar em cana e na cadeia ele vai me pagar. Advogado: Fala pra ele ficar tranquilo que foi conversado com ele e ele prometeu que até quarta feira entra em contato com o Advogado dele, dr. Hélio, e vai começar... Ele disse para você ficar tranquilo que até quarta feira ele vai entrar em contato com o doutor Hélio.. Beira-Mar: Você tá me dando a palavra dele. Advogado: Eu estou te dando a palavra. Beira-Mar: Olha lá hein, doutor? Não faz sigilo com o teu cliente, porque depois o bagulho vai ficar sério. Pode avisar a ele. Quem estiver envolvido com ele eu vou apanhar. Eu já levantei a ficha dele toda. Aldair da Mangueira (outra ligação): Civil (policial) pra tudo quanto é lado, parceiro. O bagulho tá sério, aqui. Choveu imprensa, reportagem. O bagulho tá sério. E viu o bagulho do Tio Enéas. O que foi aquilo? Aldair da Mangueira: Liga que é uma bomba(risos). Ligar pra tua casa e tem uma bomba tua aí, hein? Traficante: O negócio tá sério, né parceiro? Aldair da Mangueira: O quê? Andam com uma maleta aí te rastreando (ruídos). Aí tá escutando? O telefone de titio lá fora deu grampo. Traficante: Pô, irmão, acho que foi isso mesmo, que eles flagraram aquele bagulho , meu irmão, rastrear os amigos, né parceiro... O maior terror, teve um papo de operação. Aí fui lá do outro lado, lá. Aquele moço às vezes trata nós bem, às vezes dá umas patada. É sinistro Traficante (outra ligação): Aí, a Rose te deu algum papo? Aldair da Mangueira: Sobre? Traficante: Não. Ela trouxe um necócio aqui ruim... Aldair da Mangueira: Não quero saber desses papo, não. Traficante: Tô ligado. Aí, ruim... Bagulho horrível, bagulho farelo... Traficante não identificado (outra ligação): Fala, irmão, agora tô te escutando. Aldair da Mangueira: Pra semana tá chegando uns canos preto (armas) aí. Traficante: É irmão. Pô, demorou, irmão... Aldair da Mangueira: Vou deixar cinco contigo aí. Cinco lá com os vermelho, com os irmão. Chapolim (outra ligação): Vê quanto que é. Rubinho: Esse modelo aí é barato. Mas ele passa no detector de metal porque ele é quase todo de plástico. Agora o bom mesmo não passa. Tem que ter até laptop, um computadorzinho pra você poder falar, até voz de mulher, de criança ele faz. Chapolim: Tô precisando de um desse. Rubinho: A voz fica completamente diferente. Chapolim: Tô precisando de um relógio. Qual a outra coisa que eu ia te falar? Rubinho: Do bloqueador do detector de metal, né? Chapolim: É essa parada. Rubinho: Chapolim, falar uma coisa pra você. A situação tá um pouco crítica por causa de dinheiro. Sabe por que? É que esse correio internacional é um pouco caro. Quando chega aqui tem que pagar o carteiro pra poder pegar o barato porque vem frete a cobrar. 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