Diversidade e Inclusão

Homens héteros brancos e sem deficiência permanecem dominantes nas empresas


Pesquisa sobre diversidade feita durante dois anos com 26 mil pessoas mostra a profunda desigualdade ainda predominante no mercado de trabalho brasileiro. Enquete constata que discurso inclusivo das corporações tem pouco reflexo na representatividade.

Por Luiz Alexandre Souza Ventura
 

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Homens héteros brancos e sem deficiência permanecem dominantes no mercado de trabalho no Brasil, diz o estudo 'Diversidade, Representatividade & Percepção - Censo Multissetorial da Gestão Kairós', que entrevistou 26.619 pessoas, entre líderes, liderados, aprendizes e estagiários de empresas, no período de 2019 a 2021. A pesquisa constatou que homens são 68% dos funcionários, 64% brancos, 94,6% heterossexuais, 99,6% cisgênero e 97,3% sem deficiência.

A enquete também mostra que 84% dos entrevistados afirmaram haver valorização da diversidade de gênero nas empresas, mas o levantamento revela que as mulheres são 32% da força de trabalho, percentual que cai para 8,9% quando se trata de mulheres negras. Lésbicas, gays e bissexuais são 6% e pessoas transgênero apenas 0,4%.

Funcionários negros representam 33%, amarelos são 2,5% e indígenas somente 0,9%. As pessoas com deficiência são 2,7% e 5,2% são pessoas com 50 anos ou mais.

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População - Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nosso País tem 214 milhões de habitantes. Desse total, 54% são pessoas negras. De acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), as mulheres são 51,8% do total de habitantes no País. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) estima em 18 milhões o número de pessoas LGBTQIA+. E o Ministério da Saúde, em sua Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021, afirma que o Brasil tem 17 milhões de pessoas com deficiência.

"Mesmo empresas que atuam com seriedade para implementar práticas de diversidade e inclusão, que fazem a 'lição de casa', com diagnósticos, metas e indicadores, não conseguem representar a demografia da sociedade brasileira nos quadros funcionais, principalmente na liderança. O mercado de trabalho permanece desigual quando se trata de contratar mulheres, mulheres negras, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas com 50 anos ou mais", diz Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós.

"As empresas compreenderam que falar sobre diversidade e inclusão é importante, fazem eventos, palestras e treinamentos sobre o assunto, mas é fundamental compreender que ela só serão inclusivas de fato quando a perspectiva da diversidade for incorporada, contemplada na governança e na gestão", afirma a especialista, que faz parte do conselho de diversidade do CEO´s Legacy, iniciativa da Fundação Dom Cabral, da Ambev e da Novelis.

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"A única forma de fazer essa mudança em um curto período de tempo é por meio de ações afirmativas. Olhar a diversidade, querer trazê-la para dentro da empresa e realmente trazer. As empresas não podem continuar se apoiando na justificativa de que ainda estão no início da jornada, de que não têm informação, de que não sabem como valorizar a diversidade. Já passamos dessa fase. Agora, precisamos agir. É trabalhoso e demanda tempo, mas é necessário começar hoje", alerta Liliane Rocha.

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Pesquisa mostra que o discurso inclusivo das corporações têm pouco reflexo na representatividade. Foto: Divulgação.

DIVERSIDADE, REPRESENTATIVIDADE & PERCEPÇÃOCenso Multissetorial da Gestão Kairós

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26.619 entrevistados

DIVERSIDADE Homens (68%) Brancos (64%) Cisgênero (99,6%) Sem Deficiência (97,3%) Heterossexuais (94,6%)

REPRESENTATIVIDADE Negros (33%) Mulheres (32%) Mulheres Negras (8,9%) Lésbicas, Gays e Bissexuais (6%) Pessoas com 50 anos ou mais (5,2%) Pessoas com Deficiência (2,7%) Amarelos (2,5%) Indígenas (0,9%) Transgênero (0,4%)

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PERCEPÇÃO

Valorização da Diversidade SIM para 84% dos entrevistados NÃO para 26% das mulheres

Valorização de Raça e Etnia SIM para 83% dos entrevistados NÃO para 16% de negros

Valorização das Pessoas com Deficiência SIM para 78% dos entrevistados NÃO para 22% das pessoas com deficiência

Valorização da diversidade sexual SIM para 80% dos entrevistados NÃO para 38% de Lésbicas, Gays e Bissexuais NÃO para 24% de Transgêneros

 

Homens héteros brancos e sem deficiência permanecem dominantes no mercado de trabalho no Brasil, diz o estudo 'Diversidade, Representatividade & Percepção - Censo Multissetorial da Gestão Kairós', que entrevistou 26.619 pessoas, entre líderes, liderados, aprendizes e estagiários de empresas, no período de 2019 a 2021. A pesquisa constatou que homens são 68% dos funcionários, 64% brancos, 94,6% heterossexuais, 99,6% cisgênero e 97,3% sem deficiência.

A enquete também mostra que 84% dos entrevistados afirmaram haver valorização da diversidade de gênero nas empresas, mas o levantamento revela que as mulheres são 32% da força de trabalho, percentual que cai para 8,9% quando se trata de mulheres negras. Lésbicas, gays e bissexuais são 6% e pessoas transgênero apenas 0,4%.

Funcionários negros representam 33%, amarelos são 2,5% e indígenas somente 0,9%. As pessoas com deficiência são 2,7% e 5,2% são pessoas com 50 anos ou mais.

População - Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nosso País tem 214 milhões de habitantes. Desse total, 54% são pessoas negras. De acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), as mulheres são 51,8% do total de habitantes no País. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) estima em 18 milhões o número de pessoas LGBTQIA+. E o Ministério da Saúde, em sua Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021, afirma que o Brasil tem 17 milhões de pessoas com deficiência.

"Mesmo empresas que atuam com seriedade para implementar práticas de diversidade e inclusão, que fazem a 'lição de casa', com diagnósticos, metas e indicadores, não conseguem representar a demografia da sociedade brasileira nos quadros funcionais, principalmente na liderança. O mercado de trabalho permanece desigual quando se trata de contratar mulheres, mulheres negras, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas com 50 anos ou mais", diz Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós.

"As empresas compreenderam que falar sobre diversidade e inclusão é importante, fazem eventos, palestras e treinamentos sobre o assunto, mas é fundamental compreender que ela só serão inclusivas de fato quando a perspectiva da diversidade for incorporada, contemplada na governança e na gestão", afirma a especialista, que faz parte do conselho de diversidade do CEO´s Legacy, iniciativa da Fundação Dom Cabral, da Ambev e da Novelis.

"A única forma de fazer essa mudança em um curto período de tempo é por meio de ações afirmativas. Olhar a diversidade, querer trazê-la para dentro da empresa e realmente trazer. As empresas não podem continuar se apoiando na justificativa de que ainda estão no início da jornada, de que não têm informação, de que não sabem como valorizar a diversidade. Já passamos dessa fase. Agora, precisamos agir. É trabalhoso e demanda tempo, mas é necessário começar hoje", alerta Liliane Rocha.

Pesquisa mostra que o discurso inclusivo das corporações têm pouco reflexo na representatividade. Foto: Divulgação.

DIVERSIDADE, REPRESENTATIVIDADE & PERCEPÇÃOCenso Multissetorial da Gestão Kairós

26.619 entrevistados

DIVERSIDADE Homens (68%) Brancos (64%) Cisgênero (99,6%) Sem Deficiência (97,3%) Heterossexuais (94,6%)

REPRESENTATIVIDADE Negros (33%) Mulheres (32%) Mulheres Negras (8,9%) Lésbicas, Gays e Bissexuais (6%) Pessoas com 50 anos ou mais (5,2%) Pessoas com Deficiência (2,7%) Amarelos (2,5%) Indígenas (0,9%) Transgênero (0,4%)

PERCEPÇÃO

Valorização da Diversidade SIM para 84% dos entrevistados NÃO para 26% das mulheres

Valorização de Raça e Etnia SIM para 83% dos entrevistados NÃO para 16% de negros

Valorização das Pessoas com Deficiência SIM para 78% dos entrevistados NÃO para 22% das pessoas com deficiência

Valorização da diversidade sexual SIM para 80% dos entrevistados NÃO para 38% de Lésbicas, Gays e Bissexuais NÃO para 24% de Transgêneros

 

Homens héteros brancos e sem deficiência permanecem dominantes no mercado de trabalho no Brasil, diz o estudo 'Diversidade, Representatividade & Percepção - Censo Multissetorial da Gestão Kairós', que entrevistou 26.619 pessoas, entre líderes, liderados, aprendizes e estagiários de empresas, no período de 2019 a 2021. A pesquisa constatou que homens são 68% dos funcionários, 64% brancos, 94,6% heterossexuais, 99,6% cisgênero e 97,3% sem deficiência.

A enquete também mostra que 84% dos entrevistados afirmaram haver valorização da diversidade de gênero nas empresas, mas o levantamento revela que as mulheres são 32% da força de trabalho, percentual que cai para 8,9% quando se trata de mulheres negras. Lésbicas, gays e bissexuais são 6% e pessoas transgênero apenas 0,4%.

Funcionários negros representam 33%, amarelos são 2,5% e indígenas somente 0,9%. As pessoas com deficiência são 2,7% e 5,2% são pessoas com 50 anos ou mais.

População - Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nosso País tem 214 milhões de habitantes. Desse total, 54% são pessoas negras. De acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), as mulheres são 51,8% do total de habitantes no País. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) estima em 18 milhões o número de pessoas LGBTQIA+. E o Ministério da Saúde, em sua Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021, afirma que o Brasil tem 17 milhões de pessoas com deficiência.

"Mesmo empresas que atuam com seriedade para implementar práticas de diversidade e inclusão, que fazem a 'lição de casa', com diagnósticos, metas e indicadores, não conseguem representar a demografia da sociedade brasileira nos quadros funcionais, principalmente na liderança. O mercado de trabalho permanece desigual quando se trata de contratar mulheres, mulheres negras, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas com 50 anos ou mais", diz Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós.

"As empresas compreenderam que falar sobre diversidade e inclusão é importante, fazem eventos, palestras e treinamentos sobre o assunto, mas é fundamental compreender que ela só serão inclusivas de fato quando a perspectiva da diversidade for incorporada, contemplada na governança e na gestão", afirma a especialista, que faz parte do conselho de diversidade do CEO´s Legacy, iniciativa da Fundação Dom Cabral, da Ambev e da Novelis.

"A única forma de fazer essa mudança em um curto período de tempo é por meio de ações afirmativas. Olhar a diversidade, querer trazê-la para dentro da empresa e realmente trazer. As empresas não podem continuar se apoiando na justificativa de que ainda estão no início da jornada, de que não têm informação, de que não sabem como valorizar a diversidade. Já passamos dessa fase. Agora, precisamos agir. É trabalhoso e demanda tempo, mas é necessário começar hoje", alerta Liliane Rocha.

Pesquisa mostra que o discurso inclusivo das corporações têm pouco reflexo na representatividade. Foto: Divulgação.

DIVERSIDADE, REPRESENTATIVIDADE & PERCEPÇÃOCenso Multissetorial da Gestão Kairós

26.619 entrevistados

DIVERSIDADE Homens (68%) Brancos (64%) Cisgênero (99,6%) Sem Deficiência (97,3%) Heterossexuais (94,6%)

REPRESENTATIVIDADE Negros (33%) Mulheres (32%) Mulheres Negras (8,9%) Lésbicas, Gays e Bissexuais (6%) Pessoas com 50 anos ou mais (5,2%) Pessoas com Deficiência (2,7%) Amarelos (2,5%) Indígenas (0,9%) Transgênero (0,4%)

PERCEPÇÃO

Valorização da Diversidade SIM para 84% dos entrevistados NÃO para 26% das mulheres

Valorização de Raça e Etnia SIM para 83% dos entrevistados NÃO para 16% de negros

Valorização das Pessoas com Deficiência SIM para 78% dos entrevistados NÃO para 22% das pessoas com deficiência

Valorização da diversidade sexual SIM para 80% dos entrevistados NÃO para 38% de Lésbicas, Gays e Bissexuais NÃO para 24% de Transgêneros

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