Diversidade e Inclusão

Meu primeiro aparelho auditivo


Minha capacidade de reconhecer todos os sons com clareza diminuiu gradativamente nos últimos anos, mas demorei para compreender o impacto dessa mudança. Somente após colocar um dispositivo no ouvido, e voltar a escutar os pequenos barulhos do mundo, entendi a importância dessa recuperação para meu bem estar e de todos em minha volta.

Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312. Foto: #blogVencerLimites

Em um quarto da enfermaria da Santa Casa de Santos (litoral de SP), no horário de visita, muitas pessoas conversavam ao mesmo tempo. A construção é antiga, com o tal 'pé direito' bem elevado, e o local, na ala masculina, não tem paredes ou cortinas entre os quatro leitos, o que provoca um eco, uma reverberação, misturando os sons, tornando-os impossíveis de ser entendidos, pelo menos para mim naquele momento.

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Fomos ao hospital, eu e minha esposa, visitar um parente e, quando chegamos lá, o quarto estava cheio. Contei no mímino 15 pessoas, inclusive os pacientes, todos falando ao mesmo tempo. Fiquei incomodado com aquela confusão de sons, não conseguia escutar o que diziam. Comecei a ficar zonzo e queria sair daquele cômodo o mais rápido possível. Foi essa a primeira vez na qual percebi que minha perda auditiva realmente começava a me prejudicar e me isolar do ambiente ao redor.

Essa dificuldade já havia sido destacada em 2006, quando fiz minha primeira audiometria, especificamente para o exame admissional da Rádio CBN, onde trabalhei por quase cinco anos. O teste é obrigatório e periódico. A fonoaudióloga me avisou que eu tinha uma leve redução. E explicou que o ser humano consegue ouvir sons a partir de 20 ou 25 decibéis. Eu só escutava os tons médios e agudos a partir de 35 decibéis.

Sempre que fazíamos o exame, a turma da redação brincava comigo, dizendo que eu havia pago propina para ser aprovado. Eu não percebia, mas aquela piada era uma sinal de que minha perda auditiva gerava algo nas outras pessoas, que precisavam repetir o que diziam para que eu entendesse. Não era uma arrogância de minha parte ou qualquer dificuldade em aceitar aquela condição. Eu apenas não percebia minha dificuldade.

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Minha audiometria constatou perda auditiva neurossensorial leve a moderada bilateral. Foto: #blogVencerLimites

No convívio familiar, começaram a surgir comentários. Minha mãe e minha esposa debatiam a questão na minha presença constantemente. "Ele não escuta o que falamos". Um amigo próximo, meu compadre, me disse que já havia percebido minha 'surdez' em nossas conversas ao telefone.

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Na última sexta-feira, 8, fui ao consultório da fonoaudióloga Greice Rodrigues Lopes Tauro, do Centro Auditivo UP, em São Vicente. Ela insistia faz tempo na minha necessidade de um aparelho e estava no quarto da Santa Casa de Santos quando percebi minha deficiência. Na carona que eu e minha esposa pegamos com ela na volta para casa, perguntei. "Greice, vamos marcar a audiometria?".

O exame constatou perda, de intensidade leve a moderada, nos dois ouvidos, novamente para os tons médicos e agudos, mas dessa vez com minha capacidade de ouvir somente a partir de 55 decibéis.

Saí da clínica com o aparelho no ouvido esquerdo, maravilhado com o mundo dos barulhos. Tudo estava muito mais nítido, desde as chaves que traseuntes carregavam penduradas nos bolsos, os chinelos e sandalhas rasteiras raspando na calçada, até a conversa de esquina (juro que não prestei atenção no conteúdo). Dentro do carro, cada som era uma novidade.

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Quando cheguei em casa, ouvi de longe os passarinhos que 'moram' na cozinha, o miado baixinho da nossa gatinha Vida (que é quase muda) e o ronronar de nossa outra gatinha, Lua.

Comecei a usar o aparelho auditivo, no ouvido esquerdo, no dia 8 de julho de 2016. Foto: #blogVencerLimites
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Aguardo a chegada do aparelho para o ouvido direito, mas já posso afirmar que minha decisão de, finalmente, usar os dispositivos foi totalmente feliz. Estou plenamente adaptado a essa maquininha pendurada em minha orelha. Como uso óculos, precisei fazer uma modificação na hastes, deixando as pontas mais retas, que agora repousam sobre o dispositivo, formando um mecanismo uniforme. Coisa rápida resolvida em uma ótica.

Acredito que essa experiência reafirma meu entendimento sobre a necessidade de aceitarmos nossas deficiências e, a partir dessa constatação, tocarmos a vida. O corpo envelhece e pede cuidados, algo que devemos acompanhar. E, quando necessário, buscar mecanismos que nos garantam acesso a tudo, inclusive às conversas entre amigos, aos cantos dos passarinhos e ao ronronar das gatinhas.

SERVIÇO:

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UP Centro Auditivo Dra. Greice Rodrigues Lopes Tauro Fonoaudióloga (13) 3466-6404E-mail: upcentroauditivo@hotmail.com

Exame feito em 08/07/2016 no audiômetro Amplivox 260, calibrado em 29/06/2016

Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312

Acompanhe #blogVencerLimites

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Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312. Foto: #blogVencerLimites

Em um quarto da enfermaria da Santa Casa de Santos (litoral de SP), no horário de visita, muitas pessoas conversavam ao mesmo tempo. A construção é antiga, com o tal 'pé direito' bem elevado, e o local, na ala masculina, não tem paredes ou cortinas entre os quatro leitos, o que provoca um eco, uma reverberação, misturando os sons, tornando-os impossíveis de ser entendidos, pelo menos para mim naquele momento.

Fomos ao hospital, eu e minha esposa, visitar um parente e, quando chegamos lá, o quarto estava cheio. Contei no mímino 15 pessoas, inclusive os pacientes, todos falando ao mesmo tempo. Fiquei incomodado com aquela confusão de sons, não conseguia escutar o que diziam. Comecei a ficar zonzo e queria sair daquele cômodo o mais rápido possível. Foi essa a primeira vez na qual percebi que minha perda auditiva realmente começava a me prejudicar e me isolar do ambiente ao redor.

Essa dificuldade já havia sido destacada em 2006, quando fiz minha primeira audiometria, especificamente para o exame admissional da Rádio CBN, onde trabalhei por quase cinco anos. O teste é obrigatório e periódico. A fonoaudióloga me avisou que eu tinha uma leve redução. E explicou que o ser humano consegue ouvir sons a partir de 20 ou 25 decibéis. Eu só escutava os tons médios e agudos a partir de 35 decibéis.

Sempre que fazíamos o exame, a turma da redação brincava comigo, dizendo que eu havia pago propina para ser aprovado. Eu não percebia, mas aquela piada era uma sinal de que minha perda auditiva gerava algo nas outras pessoas, que precisavam repetir o que diziam para que eu entendesse. Não era uma arrogância de minha parte ou qualquer dificuldade em aceitar aquela condição. Eu apenas não percebia minha dificuldade.

Minha audiometria constatou perda auditiva neurossensorial leve a moderada bilateral. Foto: #blogVencerLimites

No convívio familiar, começaram a surgir comentários. Minha mãe e minha esposa debatiam a questão na minha presença constantemente. "Ele não escuta o que falamos". Um amigo próximo, meu compadre, me disse que já havia percebido minha 'surdez' em nossas conversas ao telefone.

Na última sexta-feira, 8, fui ao consultório da fonoaudióloga Greice Rodrigues Lopes Tauro, do Centro Auditivo UP, em São Vicente. Ela insistia faz tempo na minha necessidade de um aparelho e estava no quarto da Santa Casa de Santos quando percebi minha deficiência. Na carona que eu e minha esposa pegamos com ela na volta para casa, perguntei. "Greice, vamos marcar a audiometria?".

O exame constatou perda, de intensidade leve a moderada, nos dois ouvidos, novamente para os tons médicos e agudos, mas dessa vez com minha capacidade de ouvir somente a partir de 55 decibéis.

Saí da clínica com o aparelho no ouvido esquerdo, maravilhado com o mundo dos barulhos. Tudo estava muito mais nítido, desde as chaves que traseuntes carregavam penduradas nos bolsos, os chinelos e sandalhas rasteiras raspando na calçada, até a conversa de esquina (juro que não prestei atenção no conteúdo). Dentro do carro, cada som era uma novidade.

Quando cheguei em casa, ouvi de longe os passarinhos que 'moram' na cozinha, o miado baixinho da nossa gatinha Vida (que é quase muda) e o ronronar de nossa outra gatinha, Lua.

Comecei a usar o aparelho auditivo, no ouvido esquerdo, no dia 8 de julho de 2016. Foto: #blogVencerLimites

Aguardo a chegada do aparelho para o ouvido direito, mas já posso afirmar que minha decisão de, finalmente, usar os dispositivos foi totalmente feliz. Estou plenamente adaptado a essa maquininha pendurada em minha orelha. Como uso óculos, precisei fazer uma modificação na hastes, deixando as pontas mais retas, que agora repousam sobre o dispositivo, formando um mecanismo uniforme. Coisa rápida resolvida em uma ótica.

Acredito que essa experiência reafirma meu entendimento sobre a necessidade de aceitarmos nossas deficiências e, a partir dessa constatação, tocarmos a vida. O corpo envelhece e pede cuidados, algo que devemos acompanhar. E, quando necessário, buscar mecanismos que nos garantam acesso a tudo, inclusive às conversas entre amigos, aos cantos dos passarinhos e ao ronronar das gatinhas.

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UP Centro Auditivo Dra. Greice Rodrigues Lopes Tauro Fonoaudióloga (13) 3466-6404E-mail: upcentroauditivo@hotmail.com

Exame feito em 08/07/2016 no audiômetro Amplivox 260, calibrado em 29/06/2016

Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312

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Em um quarto da enfermaria da Santa Casa de Santos (litoral de SP), no horário de visita, muitas pessoas conversavam ao mesmo tempo. A construção é antiga, com o tal 'pé direito' bem elevado, e o local, na ala masculina, não tem paredes ou cortinas entre os quatro leitos, o que provoca um eco, uma reverberação, misturando os sons, tornando-os impossíveis de ser entendidos, pelo menos para mim naquele momento.

Fomos ao hospital, eu e minha esposa, visitar um parente e, quando chegamos lá, o quarto estava cheio. Contei no mímino 15 pessoas, inclusive os pacientes, todos falando ao mesmo tempo. Fiquei incomodado com aquela confusão de sons, não conseguia escutar o que diziam. Comecei a ficar zonzo e queria sair daquele cômodo o mais rápido possível. Foi essa a primeira vez na qual percebi que minha perda auditiva realmente começava a me prejudicar e me isolar do ambiente ao redor.

Essa dificuldade já havia sido destacada em 2006, quando fiz minha primeira audiometria, especificamente para o exame admissional da Rádio CBN, onde trabalhei por quase cinco anos. O teste é obrigatório e periódico. A fonoaudióloga me avisou que eu tinha uma leve redução. E explicou que o ser humano consegue ouvir sons a partir de 20 ou 25 decibéis. Eu só escutava os tons médios e agudos a partir de 35 decibéis.

Sempre que fazíamos o exame, a turma da redação brincava comigo, dizendo que eu havia pago propina para ser aprovado. Eu não percebia, mas aquela piada era uma sinal de que minha perda auditiva gerava algo nas outras pessoas, que precisavam repetir o que diziam para que eu entendesse. Não era uma arrogância de minha parte ou qualquer dificuldade em aceitar aquela condição. Eu apenas não percebia minha dificuldade.

Minha audiometria constatou perda auditiva neurossensorial leve a moderada bilateral. Foto: #blogVencerLimites

No convívio familiar, começaram a surgir comentários. Minha mãe e minha esposa debatiam a questão na minha presença constantemente. "Ele não escuta o que falamos". Um amigo próximo, meu compadre, me disse que já havia percebido minha 'surdez' em nossas conversas ao telefone.

Na última sexta-feira, 8, fui ao consultório da fonoaudióloga Greice Rodrigues Lopes Tauro, do Centro Auditivo UP, em São Vicente. Ela insistia faz tempo na minha necessidade de um aparelho e estava no quarto da Santa Casa de Santos quando percebi minha deficiência. Na carona que eu e minha esposa pegamos com ela na volta para casa, perguntei. "Greice, vamos marcar a audiometria?".

O exame constatou perda, de intensidade leve a moderada, nos dois ouvidos, novamente para os tons médicos e agudos, mas dessa vez com minha capacidade de ouvir somente a partir de 55 decibéis.

Saí da clínica com o aparelho no ouvido esquerdo, maravilhado com o mundo dos barulhos. Tudo estava muito mais nítido, desde as chaves que traseuntes carregavam penduradas nos bolsos, os chinelos e sandalhas rasteiras raspando na calçada, até a conversa de esquina (juro que não prestei atenção no conteúdo). Dentro do carro, cada som era uma novidade.

Quando cheguei em casa, ouvi de longe os passarinhos que 'moram' na cozinha, o miado baixinho da nossa gatinha Vida (que é quase muda) e o ronronar de nossa outra gatinha, Lua.

Comecei a usar o aparelho auditivo, no ouvido esquerdo, no dia 8 de julho de 2016. Foto: #blogVencerLimites

Aguardo a chegada do aparelho para o ouvido direito, mas já posso afirmar que minha decisão de, finalmente, usar os dispositivos foi totalmente feliz. Estou plenamente adaptado a essa maquininha pendurada em minha orelha. Como uso óculos, precisei fazer uma modificação na hastes, deixando as pontas mais retas, que agora repousam sobre o dispositivo, formando um mecanismo uniforme. Coisa rápida resolvida em uma ótica.

Acredito que essa experiência reafirma meu entendimento sobre a necessidade de aceitarmos nossas deficiências e, a partir dessa constatação, tocarmos a vida. O corpo envelhece e pede cuidados, algo que devemos acompanhar. E, quando necessário, buscar mecanismos que nos garantam acesso a tudo, inclusive às conversas entre amigos, aos cantos dos passarinhos e ao ronronar das gatinhas.

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UP Centro Auditivo Dra. Greice Rodrigues Lopes Tauro Fonoaudióloga (13) 3466-6404E-mail: upcentroauditivo@hotmail.com

Exame feito em 08/07/2016 no audiômetro Amplivox 260, calibrado em 29/06/2016

Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312

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Em um quarto da enfermaria da Santa Casa de Santos (litoral de SP), no horário de visita, muitas pessoas conversavam ao mesmo tempo. A construção é antiga, com o tal 'pé direito' bem elevado, e o local, na ala masculina, não tem paredes ou cortinas entre os quatro leitos, o que provoca um eco, uma reverberação, misturando os sons, tornando-os impossíveis de ser entendidos, pelo menos para mim naquele momento.

Fomos ao hospital, eu e minha esposa, visitar um parente e, quando chegamos lá, o quarto estava cheio. Contei no mímino 15 pessoas, inclusive os pacientes, todos falando ao mesmo tempo. Fiquei incomodado com aquela confusão de sons, não conseguia escutar o que diziam. Comecei a ficar zonzo e queria sair daquele cômodo o mais rápido possível. Foi essa a primeira vez na qual percebi que minha perda auditiva realmente começava a me prejudicar e me isolar do ambiente ao redor.

Essa dificuldade já havia sido destacada em 2006, quando fiz minha primeira audiometria, especificamente para o exame admissional da Rádio CBN, onde trabalhei por quase cinco anos. O teste é obrigatório e periódico. A fonoaudióloga me avisou que eu tinha uma leve redução. E explicou que o ser humano consegue ouvir sons a partir de 20 ou 25 decibéis. Eu só escutava os tons médios e agudos a partir de 35 decibéis.

Sempre que fazíamos o exame, a turma da redação brincava comigo, dizendo que eu havia pago propina para ser aprovado. Eu não percebia, mas aquela piada era uma sinal de que minha perda auditiva gerava algo nas outras pessoas, que precisavam repetir o que diziam para que eu entendesse. Não era uma arrogância de minha parte ou qualquer dificuldade em aceitar aquela condição. Eu apenas não percebia minha dificuldade.

Minha audiometria constatou perda auditiva neurossensorial leve a moderada bilateral. Foto: #blogVencerLimites

No convívio familiar, começaram a surgir comentários. Minha mãe e minha esposa debatiam a questão na minha presença constantemente. "Ele não escuta o que falamos". Um amigo próximo, meu compadre, me disse que já havia percebido minha 'surdez' em nossas conversas ao telefone.

Na última sexta-feira, 8, fui ao consultório da fonoaudióloga Greice Rodrigues Lopes Tauro, do Centro Auditivo UP, em São Vicente. Ela insistia faz tempo na minha necessidade de um aparelho e estava no quarto da Santa Casa de Santos quando percebi minha deficiência. Na carona que eu e minha esposa pegamos com ela na volta para casa, perguntei. "Greice, vamos marcar a audiometria?".

O exame constatou perda, de intensidade leve a moderada, nos dois ouvidos, novamente para os tons médicos e agudos, mas dessa vez com minha capacidade de ouvir somente a partir de 55 decibéis.

Saí da clínica com o aparelho no ouvido esquerdo, maravilhado com o mundo dos barulhos. Tudo estava muito mais nítido, desde as chaves que traseuntes carregavam penduradas nos bolsos, os chinelos e sandalhas rasteiras raspando na calçada, até a conversa de esquina (juro que não prestei atenção no conteúdo). Dentro do carro, cada som era uma novidade.

Quando cheguei em casa, ouvi de longe os passarinhos que 'moram' na cozinha, o miado baixinho da nossa gatinha Vida (que é quase muda) e o ronronar de nossa outra gatinha, Lua.

Comecei a usar o aparelho auditivo, no ouvido esquerdo, no dia 8 de julho de 2016. Foto: #blogVencerLimites

Aguardo a chegada do aparelho para o ouvido direito, mas já posso afirmar que minha decisão de, finalmente, usar os dispositivos foi totalmente feliz. Estou plenamente adaptado a essa maquininha pendurada em minha orelha. Como uso óculos, precisei fazer uma modificação na hastes, deixando as pontas mais retas, que agora repousam sobre o dispositivo, formando um mecanismo uniforme. Coisa rápida resolvida em uma ótica.

Acredito que essa experiência reafirma meu entendimento sobre a necessidade de aceitarmos nossas deficiências e, a partir dessa constatação, tocarmos a vida. O corpo envelhece e pede cuidados, algo que devemos acompanhar. E, quando necessário, buscar mecanismos que nos garantam acesso a tudo, inclusive às conversas entre amigos, aos cantos dos passarinhos e ao ronronar das gatinhas.

SERVIÇO:

UP Centro Auditivo Dra. Greice Rodrigues Lopes Tauro Fonoaudióloga (13) 3466-6404E-mail: upcentroauditivo@hotmail.com

Exame feito em 08/07/2016 no audiômetro Amplivox 260, calibrado em 29/06/2016

Aparelho de audição retroarticular digital Rexton, modelo Accord 2c, pilha 312

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Em um quarto da enfermaria da Santa Casa de Santos (litoral de SP), no horário de visita, muitas pessoas conversavam ao mesmo tempo. A construção é antiga, com o tal 'pé direito' bem elevado, e o local, na ala masculina, não tem paredes ou cortinas entre os quatro leitos, o que provoca um eco, uma reverberação, misturando os sons, tornando-os impossíveis de ser entendidos, pelo menos para mim naquele momento.

Fomos ao hospital, eu e minha esposa, visitar um parente e, quando chegamos lá, o quarto estava cheio. Contei no mímino 15 pessoas, inclusive os pacientes, todos falando ao mesmo tempo. Fiquei incomodado com aquela confusão de sons, não conseguia escutar o que diziam. Comecei a ficar zonzo e queria sair daquele cômodo o mais rápido possível. Foi essa a primeira vez na qual percebi que minha perda auditiva realmente começava a me prejudicar e me isolar do ambiente ao redor.

Essa dificuldade já havia sido destacada em 2006, quando fiz minha primeira audiometria, especificamente para o exame admissional da Rádio CBN, onde trabalhei por quase cinco anos. O teste é obrigatório e periódico. A fonoaudióloga me avisou que eu tinha uma leve redução. E explicou que o ser humano consegue ouvir sons a partir de 20 ou 25 decibéis. Eu só escutava os tons médios e agudos a partir de 35 decibéis.

Sempre que fazíamos o exame, a turma da redação brincava comigo, dizendo que eu havia pago propina para ser aprovado. Eu não percebia, mas aquela piada era uma sinal de que minha perda auditiva gerava algo nas outras pessoas, que precisavam repetir o que diziam para que eu entendesse. Não era uma arrogância de minha parte ou qualquer dificuldade em aceitar aquela condição. Eu apenas não percebia minha dificuldade.

Minha audiometria constatou perda auditiva neurossensorial leve a moderada bilateral. Foto: #blogVencerLimites

No convívio familiar, começaram a surgir comentários. Minha mãe e minha esposa debatiam a questão na minha presença constantemente. "Ele não escuta o que falamos". Um amigo próximo, meu compadre, me disse que já havia percebido minha 'surdez' em nossas conversas ao telefone.

Na última sexta-feira, 8, fui ao consultório da fonoaudióloga Greice Rodrigues Lopes Tauro, do Centro Auditivo UP, em São Vicente. Ela insistia faz tempo na minha necessidade de um aparelho e estava no quarto da Santa Casa de Santos quando percebi minha deficiência. Na carona que eu e minha esposa pegamos com ela na volta para casa, perguntei. "Greice, vamos marcar a audiometria?".

O exame constatou perda, de intensidade leve a moderada, nos dois ouvidos, novamente para os tons médicos e agudos, mas dessa vez com minha capacidade de ouvir somente a partir de 55 decibéis.

Saí da clínica com o aparelho no ouvido esquerdo, maravilhado com o mundo dos barulhos. Tudo estava muito mais nítido, desde as chaves que traseuntes carregavam penduradas nos bolsos, os chinelos e sandalhas rasteiras raspando na calçada, até a conversa de esquina (juro que não prestei atenção no conteúdo). Dentro do carro, cada som era uma novidade.

Quando cheguei em casa, ouvi de longe os passarinhos que 'moram' na cozinha, o miado baixinho da nossa gatinha Vida (que é quase muda) e o ronronar de nossa outra gatinha, Lua.

Comecei a usar o aparelho auditivo, no ouvido esquerdo, no dia 8 de julho de 2016. Foto: #blogVencerLimites

Aguardo a chegada do aparelho para o ouvido direito, mas já posso afirmar que minha decisão de, finalmente, usar os dispositivos foi totalmente feliz. Estou plenamente adaptado a essa maquininha pendurada em minha orelha. Como uso óculos, precisei fazer uma modificação na hastes, deixando as pontas mais retas, que agora repousam sobre o dispositivo, formando um mecanismo uniforme. Coisa rápida resolvida em uma ótica.

Acredito que essa experiência reafirma meu entendimento sobre a necessidade de aceitarmos nossas deficiências e, a partir dessa constatação, tocarmos a vida. O corpo envelhece e pede cuidados, algo que devemos acompanhar. E, quando necessário, buscar mecanismos que nos garantam acesso a tudo, inclusive às conversas entre amigos, aos cantos dos passarinhos e ao ronronar das gatinhas.

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