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Apenas 10% das pessoas com deficiência que estão no mercado de trabalho ocupam cargos de liderança nas empresas brasileiras. Desse grupo, 5% atuam como coordenadores, 4% em gerência, 0,4% na diretoria e 0,2% em vice-presidência ou presidência.
A informação é destaque na pesquisa feita pela Santo Caos, consultoria de engajamento por meio da diversidade, em parceria com a Catho, multinacional especializada em trabalho e carreira.
O estudo tem mais de 1.000 participantes, entre gestores e profissionais com deficiência. A maior parte, 57%, está em funções de assistente. As outras posições são analista (17%), técnico (12%), aprendiz (3%) e estagiário (2%).
"Os dados evidenciam que as empresas têm espaço para o profissional com deficiência crescer, mas refletem uma inclusão rasa, com contratações apenas para o cumprimento da Lei de Cotas. Isso gera baixa perspectiva e desmotivação", diz Tábitha Laurino, gerente sênior da Catho.
A especialista destaca a importância de práticas que podem ser aplicadas no ambiente corporativo, como grupos de discussão, encontros com experiências sensoriais e reuniões de feedbacks.
"São ações que possibilitam ao profissional com deficiência ser ouvido de forma efetiva e leva à equipe de trabalho uma vivência sobre a vida de uma pessoa com deficiência", diz a gerente.
"A capacidade de liderança está ligada à competência comportamental e à técnica. E ter um deficiência não limita a capacidade de liderar", comenta Guilherme Françolin, sócio diretor da Santo Caos.
Para o executivo, oportunidade, representatividade e visibilidade são fundamentais para qualquer profissional ultrapassar os cargos de entrada.
"Organizações buscam líderes com empatia, capacidade de mudança e adaptação. Uma gestão inclusiva e diversa é fundamental para engajar a equipe, para ensinar a lidar com cenários turbulentos e trazer resultados", ressalta Françolin.
ISOLADOS - A pesquisa também constatou que 34% dos profissionais com deficiência se sentem isolados no trabalho, o que tem influência no engajamento também em outros pilares, porque um profissional que não se sente parte da equipe, não se orgulha do seu local de trabalho e não adere às práticas da empresa.
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