O juiz de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, disse que gravações dos presos já mostram "várias cabeças decapitadas espalhadas no pátio" do presídio. "Relatos de agentes e policiais falam que eles já destruíram o bloqueador de celular e estão controlando todos os pavilhões."
Para Santos, a situação era "previsível". "Desde março de 2015 que há pavilhões com celas sem grades. Então, dentro os presos já comandavam. O Estado controlava só os muros", disse. "Alcaçuz é semi-destruído e agora eles devem terminar de destruir. Sempre houve notícia de que eles tinham armas lá dentro. Não é de hoje", acrescentou.
Segundo ele, o presídio Rogério Coutinho Madruga, inaugurado em 2011 no mesmo terreno de Alcaçuz, era onde estavam mantidos presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o pavilhão 4 da unidade vizinha é reduto do Sindicato RN, facção ligada ao Comando Vermelho.
Rebelião em maior presídio do Rio Grande do Norte
"Falei durante esta semana que o único presídio onde havia grande risco no Estado era Alcaçuz, justamente por manter presos de facções rivais tão próximos. O governo falava que estava tudo sob controle. Agora, isso precisa ser investigado. O Rogério Coutinho é novo e o mais seguro do Estado. Como eles conseguiram sair e ter acesso às armas dos agentes?", disse o magistrado.