Um vídeo que circula nas redes sociais mostra policiais militares batendo em duas mulheres com cassetetes em Leopoldina, no interior de Minas Gerais. A conduta será investigada pela corporação. Na ocasião, era realizada a festa “Feira da Paz”, que faz parte das comemorações do feriado da Independência. A dona de casa Noemia Aparecida Rodrigues, de 34 anos, disse que estava com a namorada e a cunhada quando foi agredida.
As imagens mostram um grupo de quatro PMs homens agredindo as mulheres com cassetetes, sem a tentativa de imobilizá-las. O vídeo foi gravado por pessoas que estavam no local e ganhou grande repercussão nas redes sociais. Nele, é possível ouvir uma pessoa gritando: “respeita a polícia”, ao mesmo tempo em que outra não identificada grita repetidas vezes: “Isso é crime, isso é crime!”
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Caso ocorreu após uma festa na cidade de Leopoldina
Questionado sobre a ação policial, o 68.º Batalhão da PM informou, em nota, que ocorreram diversas “brigas generalizadas” na saída do evento e que a corporação foi acionada para intervir, por volta das 2 horas da manhã.
Segundo a PM, foi aberto procedimento interno para averiguar o caso. “Está sendo divulgado nas redes sociais um vídeo em que houve a necessidade do uso de força pela Polícia Militar. Devido ao ocorrido, será realizada apuração, através dos registros institucionais, vídeos e relatos recebidos pela Polícia Militar, no intuito de analisar a legalidade da atuação policial diante dos confrontos ocorridos nesta data”, diz o comunicado.
A dona de casa Noemia Aparecida Rodrigues, 34 anos, disse ao Estadão que procurou o Ministério Público de Leopoldina para entrar com processo por lesão corporal e homofobia contra os quatro policiais. Ela contou que estava indo para casa com a atual namorada e a cunhada quando sua ex-namorada passou do outro lado da rua, e houve um princípio de discussão.
“Fui segurar minha mulher para não brigar naquele local e naquela hora, e os policiais apareceram jogando spray de pimenta no nosso olho. E eu, sem fazer nada, levei uma cacetada na perna”, relata a dona de casa. “Aí a minha cunhada falou que era proibido bater em mulher, que ela conhecia de lei, eles não gostaram e agrediram minha mulher e minha cunhada.”
Noemia diz acreditar que as agressões ocorreram por homofobia. “Um deles chegou e me bateu sem eu ter feito nada, eu estava com minha mulher. Não perguntaram o que estava havendo, já chegaram batendo”, disse Noemia. “Senti muita dor das cassetadas, e discriminação também.”