SÃO PAULO - Uma universitária hoje com 19 anos, do interior paulista, era menor de idade quando foi vítima de um vazamento. Pelo menos cinco fotos e um vídeo, feitos quando tinha 14 anos, foram compartilhados no Brasil Tudo Liberado e Sogatinhas.net. “Minha reação foi: ‘estava demorando’. Sabia que ia acontecer.”
Ela defende que as mulheres não se calem. “Mas devemos ter ciência de que, se mandarmos fotos ou vídeos íntimos, estamos sujeitas a sofrer esse tipo de violência”, afirma.
Ao saber que havia sido vítima do compartilhamento de fotos íntimas aos 14 anos, Giovanna Gagliardi conta que sentiu “desespero total e desamparo”.
Hoje com 19, cursando Administração, lamenta não ter tido o apoio dos pais na época. Ela fez fotos íntimas com uma amiga e as duas salvaram nos seus pendrives. Semanas depois, as imagens estavam espalhadas nas paredes da escola onde estudava a amiga, até mesmo no banheiro masculino. Um amigo íntimo da garota teria roubado as imagens do aparelho e compartilhado com os colegas.
“Ficamos com medo que as fotos pudessem parar nesses sites, que vendessem a nossa imagem. Ia ser ainda mais constrangedor. Já superei e não sofro mais com isso. Mas, se chegasse a me deparar com essa foto em algum site, ia voltar a sentir tudo o que senti naquela época. Não gostaria de jeito nenhum de ter de ver essa foto em algum lugar um dia.”
Identificação. Hoje com 18 anos, uma estudante do 3.º ano do interior paulista também foi vítima quando era menor de idade. “Tinha 15 anos quando comecei a fazer fotos íntimas. Aos 17, um cara começou a me pedir nudes e disse que, se não mandasse, ia por fotos minhas em um site. Falou que ia acabar com a minha vida e mandaria para a minha família.”
Ela se recusou a enviar, mas imagens do seu perfil nas redes sociais foram copiadas e publicadas em um site que revelou seu nome e sobrenome.