Voo 447 Rio-Paris: Sentença de julgamento da Air France e da Airbus só sairá em abril de 2023


Após oito semanas de audiências em Paris, Ministério Público francês absteve-se de pedir a condenação das empresas; em junho de 2009, avião caiu no mar e 228 pessoas morreram

Por Redação
Atualização:

A Justiça francesa anunciou nesta quinta-feira, 8, que vai proferir em 17 de abril de 2023 a sentença do julgamento contra a Airbus e a Air France por homicídios involuntários pelo acidente do voo AF447, que fazia a rota Rio-Paris em junho de 2009. Na tragédia, morreram os 216 passageiros e 12 tripulantes – 58 eram brasileiros.

Após oito semanas de audiências, o Ministério Público da França absteve-se na quarta-feira, 7, de pedir a condenação da fabricante e da companhia aérea, uma posição que indignou os parentes das vítimas neste caso aberto há mais de uma década e inicialmente rejeitado em 2019.

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A 31ª Câmara Criminal do Tribunal de Paris deve determinar se a Airbus e a Air France, que estão sujeitas a uma multa de € 225.000, cometeram erros relacionados à tragédia.

Os advogados de defesa de ambas as empresas pediram ao tribunal na quinta-feira para “aplicar a lei e apenas a lei” e emitir uma absolvição “humanamente difícil, mas técnica e legalmente justificada”.

Por seu lado, os advogados das partes civis consideram que ambas as empresas são culpadas porque os pilotos fizeram “todo o possível”, mas não estavam preparados para a falha nas sondas de velocidade do Pitot.

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Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 mergulhou no Oceano Atlântico, quase quatro horas após decolar do Rio de Janeiro. Seus 216 passageiros e 12 tripulantes perderam a vida na tragédia. A aeronave modelo A330, que havia entrado em operação quatro anos antes, transportava passageiros de 33 nacionalidades: 61 francesas, 58 brasileiras e 28 alemãs, além de italianas (9), espanholas (2) e uma argentina, entre outras.

Destroço do avião que caiu no mar em 1º de junho de 2009. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha técnica no meio da noite não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

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Embora os juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos dos pilotos recorreram e, em maio de 2021, os tribunais decidiram mandar as duas empresas a julgamento por homicídio involuntário.

Para o tribunal de apelação, que reverteu a improcedência do processo, a Air France não implementou o “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” àquela falha técnica.

A Airbus foi julgada por “subestimar a gravidade” das falhas da sonda de velocidade, por não tomar as medidas necessárias para informar com urgência as tripulações ou treiná-las de forma eficaz.

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Parentes de vítimas lamentam

Na quarta-feira, após o anúncio de que o MP não pediria a condenação, membros da associação Entraide et Solidarité AF447 (Ajuda mútua e Solidariedade AF447), que representa as famílias das vítimas, saíram da sala, antes da suspensão da audiência.

“Voltamos a 2019, quando os juízes de instrução desestimaram efetivamente todo o caso. Temos um promotor que deveria defender o povo e que acaba defendendo a multinacional Airbus”, lamentou Danièle Lamy, presidente da associação, denunciando “um julgamento contra os pilotos”.

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Nelson Faria Marinho exibe a foto do filho, uma das vítimas do acidente.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

A Justiça francesa anunciou nesta quinta-feira, 8, que vai proferir em 17 de abril de 2023 a sentença do julgamento contra a Airbus e a Air France por homicídios involuntários pelo acidente do voo AF447, que fazia a rota Rio-Paris em junho de 2009. Na tragédia, morreram os 216 passageiros e 12 tripulantes – 58 eram brasileiros.

Após oito semanas de audiências, o Ministério Público da França absteve-se na quarta-feira, 7, de pedir a condenação da fabricante e da companhia aérea, uma posição que indignou os parentes das vítimas neste caso aberto há mais de uma década e inicialmente rejeitado em 2019.

A 31ª Câmara Criminal do Tribunal de Paris deve determinar se a Airbus e a Air France, que estão sujeitas a uma multa de € 225.000, cometeram erros relacionados à tragédia.

Os advogados de defesa de ambas as empresas pediram ao tribunal na quinta-feira para “aplicar a lei e apenas a lei” e emitir uma absolvição “humanamente difícil, mas técnica e legalmente justificada”.

Por seu lado, os advogados das partes civis consideram que ambas as empresas são culpadas porque os pilotos fizeram “todo o possível”, mas não estavam preparados para a falha nas sondas de velocidade do Pitot.

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 mergulhou no Oceano Atlântico, quase quatro horas após decolar do Rio de Janeiro. Seus 216 passageiros e 12 tripulantes perderam a vida na tragédia. A aeronave modelo A330, que havia entrado em operação quatro anos antes, transportava passageiros de 33 nacionalidades: 61 francesas, 58 brasileiras e 28 alemãs, além de italianas (9), espanholas (2) e uma argentina, entre outras.

Destroço do avião que caiu no mar em 1º de junho de 2009. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha técnica no meio da noite não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

Embora os juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos dos pilotos recorreram e, em maio de 2021, os tribunais decidiram mandar as duas empresas a julgamento por homicídio involuntário.

Para o tribunal de apelação, que reverteu a improcedência do processo, a Air France não implementou o “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” àquela falha técnica.

A Airbus foi julgada por “subestimar a gravidade” das falhas da sonda de velocidade, por não tomar as medidas necessárias para informar com urgência as tripulações ou treiná-las de forma eficaz.

Parentes de vítimas lamentam

Na quarta-feira, após o anúncio de que o MP não pediria a condenação, membros da associação Entraide et Solidarité AF447 (Ajuda mútua e Solidariedade AF447), que representa as famílias das vítimas, saíram da sala, antes da suspensão da audiência.

“Voltamos a 2019, quando os juízes de instrução desestimaram efetivamente todo o caso. Temos um promotor que deveria defender o povo e que acaba defendendo a multinacional Airbus”, lamentou Danièle Lamy, presidente da associação, denunciando “um julgamento contra os pilotos”.

Nelson Faria Marinho exibe a foto do filho, uma das vítimas do acidente.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

A Justiça francesa anunciou nesta quinta-feira, 8, que vai proferir em 17 de abril de 2023 a sentença do julgamento contra a Airbus e a Air France por homicídios involuntários pelo acidente do voo AF447, que fazia a rota Rio-Paris em junho de 2009. Na tragédia, morreram os 216 passageiros e 12 tripulantes – 58 eram brasileiros.

Após oito semanas de audiências, o Ministério Público da França absteve-se na quarta-feira, 7, de pedir a condenação da fabricante e da companhia aérea, uma posição que indignou os parentes das vítimas neste caso aberto há mais de uma década e inicialmente rejeitado em 2019.

A 31ª Câmara Criminal do Tribunal de Paris deve determinar se a Airbus e a Air France, que estão sujeitas a uma multa de € 225.000, cometeram erros relacionados à tragédia.

Os advogados de defesa de ambas as empresas pediram ao tribunal na quinta-feira para “aplicar a lei e apenas a lei” e emitir uma absolvição “humanamente difícil, mas técnica e legalmente justificada”.

Por seu lado, os advogados das partes civis consideram que ambas as empresas são culpadas porque os pilotos fizeram “todo o possível”, mas não estavam preparados para a falha nas sondas de velocidade do Pitot.

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 mergulhou no Oceano Atlântico, quase quatro horas após decolar do Rio de Janeiro. Seus 216 passageiros e 12 tripulantes perderam a vida na tragédia. A aeronave modelo A330, que havia entrado em operação quatro anos antes, transportava passageiros de 33 nacionalidades: 61 francesas, 58 brasileiras e 28 alemãs, além de italianas (9), espanholas (2) e uma argentina, entre outras.

Destroço do avião que caiu no mar em 1º de junho de 2009. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha técnica no meio da noite não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

Embora os juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos dos pilotos recorreram e, em maio de 2021, os tribunais decidiram mandar as duas empresas a julgamento por homicídio involuntário.

Para o tribunal de apelação, que reverteu a improcedência do processo, a Air France não implementou o “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” àquela falha técnica.

A Airbus foi julgada por “subestimar a gravidade” das falhas da sonda de velocidade, por não tomar as medidas necessárias para informar com urgência as tripulações ou treiná-las de forma eficaz.

Parentes de vítimas lamentam

Na quarta-feira, após o anúncio de que o MP não pediria a condenação, membros da associação Entraide et Solidarité AF447 (Ajuda mútua e Solidariedade AF447), que representa as famílias das vítimas, saíram da sala, antes da suspensão da audiência.

“Voltamos a 2019, quando os juízes de instrução desestimaram efetivamente todo o caso. Temos um promotor que deveria defender o povo e que acaba defendendo a multinacional Airbus”, lamentou Danièle Lamy, presidente da associação, denunciando “um julgamento contra os pilotos”.

Nelson Faria Marinho exibe a foto do filho, uma das vítimas do acidente.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

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