Voo Rio-Paris da Air France: ‘Tentamos de tudo’, repetiram pilotos antes da queda do avião em 2009


Últimos minutos do áudio da cabine da aeronave foram ouvidos durante julgamento da companhia aérea e da Airbus em Paris e emocionaram familiares dos mortos

Por Redação
Atualização:

O julgamento da companhia aérea Air France e da empresa Airbus pelo acidente de avião que causou a morte de 228 pessoas que viajavam do Rio de Janeiro a Paris em 2009 começou na semana passada na França, mais de 13 anos após a tragédia. Nesta segunda-feira,17, os quatro últimos minutos do áudio da cabine da aeronave foram ouvidos durante o processo, em um tribunal de Paris.

Segundo a AFP, antes que os trechos fossem divulgados, todos tiveram que colocar os celulares em sacos plásticos e não houve a presença do público e nem da imprensa. “Nós ouvimos as vozes do além túmulo. Foi um momento apavorante porque ouvimos os pilotos, que em vários trechos (dizem): ‘Nós tentamos de tudo’. Eles não entendiam o que estava prestes a acontecer”, declarou à agência um dos advogados da associação Entraide et Solidarité AF447 (Cooperação e Solidariedade AF447), Alain Jakubowicz.

Ouvir o áudio gravado pelo cockpit voice recorder (CVR) causou emoção nas famílias das vítimas. “Eu temia este momento e foi ainda mais forte do que eu poderia imaginar”, relatou à AFP Corinne Soulas, que perdeu a filha no acidente aéreo.

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Ophélie Toulliou, cujo irmão também morreu na queda, se comoveu com as vozes dos pilotos, que diz terem enfrentado “uma situação que não compreendiam e que os sobrepujou completamente, pessoas que demonstraram ter um sangue frio extraordinário e que ouvimos lutar até o final”.

Um porta-voz da Airbus afirmou à agência de notícias francesa que se tratou de um momento marcante para todos que estavam no tribunal. “Nós nos unimos ao sofrimento das pessoas próximas dos pilotos e das vítimas, revivido pela escuta desta gravação”, disse.

Equipe da Marinha do Brasil faz o resgate dos destroços do avião da Air France que caiu em 2009, matando 228 pessoas.  Foto: Marinha do Brasil
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O acidente

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Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 caiu no oceano Atlântico, quase quatro horas após a decolagem, matando seus 216 passageiros e 12 tripulantes. Entre as vítimas, 58 eram brasileiras. Os primeiros corpos e restos da aeronave foram encontrados dias depois, mas as caixas pretas foram só foram localizadas em abril de 2011, a uma profundidade de 3.900 metros, na quarta fase das buscas.

Os pilotos foram surpreendidos pelo congelamento das sondas que medem a velocidade do avião, o que provocou o desligamento repentino do piloto automático. As caixas pretas confirmaram que, desorientados pela falha técnica, eles não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

Embora os juízes de instrução tenham indeferido o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos de pilotos recorreram e, em maio de 2021, a Justiça enviou ambas as empresas a julgamento por homicídio culposo.

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Para o tribunal de recurso, que revogou o arquivamento do processo, a Air France não implementou “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” a essa falha técnica.

A Airbus em si está sendo julgada por “subestimar a gravidade” das falhas nas sondas de velocidade e não tomar as medidas necessárias para informar as tripulações sobre a urgência e treiná-las de forma eficaz. As falhas nesses equipamentos se multiplicaram nos meses anteriores ao acidente. Após a catástrofe, o modelo mudou em todo o mundo. A tragédia também levou a outras modificações técnicas no campo da aeronáutica e reforçou o treinamento para perda de altitude e à tripulação.

O julgamento da companhia aérea Air France e da empresa Airbus pelo acidente de avião que causou a morte de 228 pessoas que viajavam do Rio de Janeiro a Paris em 2009 começou na semana passada na França, mais de 13 anos após a tragédia. Nesta segunda-feira,17, os quatro últimos minutos do áudio da cabine da aeronave foram ouvidos durante o processo, em um tribunal de Paris.

Segundo a AFP, antes que os trechos fossem divulgados, todos tiveram que colocar os celulares em sacos plásticos e não houve a presença do público e nem da imprensa. “Nós ouvimos as vozes do além túmulo. Foi um momento apavorante porque ouvimos os pilotos, que em vários trechos (dizem): ‘Nós tentamos de tudo’. Eles não entendiam o que estava prestes a acontecer”, declarou à agência um dos advogados da associação Entraide et Solidarité AF447 (Cooperação e Solidariedade AF447), Alain Jakubowicz.

Ouvir o áudio gravado pelo cockpit voice recorder (CVR) causou emoção nas famílias das vítimas. “Eu temia este momento e foi ainda mais forte do que eu poderia imaginar”, relatou à AFP Corinne Soulas, que perdeu a filha no acidente aéreo.

Ophélie Toulliou, cujo irmão também morreu na queda, se comoveu com as vozes dos pilotos, que diz terem enfrentado “uma situação que não compreendiam e que os sobrepujou completamente, pessoas que demonstraram ter um sangue frio extraordinário e que ouvimos lutar até o final”.

Um porta-voz da Airbus afirmou à agência de notícias francesa que se tratou de um momento marcante para todos que estavam no tribunal. “Nós nos unimos ao sofrimento das pessoas próximas dos pilotos e das vítimas, revivido pela escuta desta gravação”, disse.

Equipe da Marinha do Brasil faz o resgate dos destroços do avião da Air France que caiu em 2009, matando 228 pessoas.  Foto: Marinha do Brasil

O acidente

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 caiu no oceano Atlântico, quase quatro horas após a decolagem, matando seus 216 passageiros e 12 tripulantes. Entre as vítimas, 58 eram brasileiras. Os primeiros corpos e restos da aeronave foram encontrados dias depois, mas as caixas pretas foram só foram localizadas em abril de 2011, a uma profundidade de 3.900 metros, na quarta fase das buscas.

Os pilotos foram surpreendidos pelo congelamento das sondas que medem a velocidade do avião, o que provocou o desligamento repentino do piloto automático. As caixas pretas confirmaram que, desorientados pela falha técnica, eles não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

Embora os juízes de instrução tenham indeferido o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos de pilotos recorreram e, em maio de 2021, a Justiça enviou ambas as empresas a julgamento por homicídio culposo.

Para o tribunal de recurso, que revogou o arquivamento do processo, a Air France não implementou “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” a essa falha técnica.

A Airbus em si está sendo julgada por “subestimar a gravidade” das falhas nas sondas de velocidade e não tomar as medidas necessárias para informar as tripulações sobre a urgência e treiná-las de forma eficaz. As falhas nesses equipamentos se multiplicaram nos meses anteriores ao acidente. Após a catástrofe, o modelo mudou em todo o mundo. A tragédia também levou a outras modificações técnicas no campo da aeronáutica e reforçou o treinamento para perda de altitude e à tripulação.

O julgamento da companhia aérea Air France e da empresa Airbus pelo acidente de avião que causou a morte de 228 pessoas que viajavam do Rio de Janeiro a Paris em 2009 começou na semana passada na França, mais de 13 anos após a tragédia. Nesta segunda-feira,17, os quatro últimos minutos do áudio da cabine da aeronave foram ouvidos durante o processo, em um tribunal de Paris.

Segundo a AFP, antes que os trechos fossem divulgados, todos tiveram que colocar os celulares em sacos plásticos e não houve a presença do público e nem da imprensa. “Nós ouvimos as vozes do além túmulo. Foi um momento apavorante porque ouvimos os pilotos, que em vários trechos (dizem): ‘Nós tentamos de tudo’. Eles não entendiam o que estava prestes a acontecer”, declarou à agência um dos advogados da associação Entraide et Solidarité AF447 (Cooperação e Solidariedade AF447), Alain Jakubowicz.

Ouvir o áudio gravado pelo cockpit voice recorder (CVR) causou emoção nas famílias das vítimas. “Eu temia este momento e foi ainda mais forte do que eu poderia imaginar”, relatou à AFP Corinne Soulas, que perdeu a filha no acidente aéreo.

Ophélie Toulliou, cujo irmão também morreu na queda, se comoveu com as vozes dos pilotos, que diz terem enfrentado “uma situação que não compreendiam e que os sobrepujou completamente, pessoas que demonstraram ter um sangue frio extraordinário e que ouvimos lutar até o final”.

Um porta-voz da Airbus afirmou à agência de notícias francesa que se tratou de um momento marcante para todos que estavam no tribunal. “Nós nos unimos ao sofrimento das pessoas próximas dos pilotos e das vítimas, revivido pela escuta desta gravação”, disse.

Equipe da Marinha do Brasil faz o resgate dos destroços do avião da Air France que caiu em 2009, matando 228 pessoas.  Foto: Marinha do Brasil

O acidente

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 caiu no oceano Atlântico, quase quatro horas após a decolagem, matando seus 216 passageiros e 12 tripulantes. Entre as vítimas, 58 eram brasileiras. Os primeiros corpos e restos da aeronave foram encontrados dias depois, mas as caixas pretas foram só foram localizadas em abril de 2011, a uma profundidade de 3.900 metros, na quarta fase das buscas.

Os pilotos foram surpreendidos pelo congelamento das sondas que medem a velocidade do avião, o que provocou o desligamento repentino do piloto automático. As caixas pretas confirmaram que, desorientados pela falha técnica, eles não conseguiram impedir a queda do avião, que ocorreu em menos de cinco minutos.

Embora os juízes de instrução tenham indeferido o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos de pilotos recorreram e, em maio de 2021, a Justiça enviou ambas as empresas a julgamento por homicídio culposo.

Para o tribunal de recurso, que revogou o arquivamento do processo, a Air France não implementou “treinamento adaptado” ou as “informações” necessárias para que os pilotos pudessem “reagir” a essa falha técnica.

A Airbus em si está sendo julgada por “subestimar a gravidade” das falhas nas sondas de velocidade e não tomar as medidas necessárias para informar as tripulações sobre a urgência e treiná-las de forma eficaz. As falhas nesses equipamentos se multiplicaram nos meses anteriores ao acidente. Após a catástrofe, o modelo mudou em todo o mundo. A tragédia também levou a outras modificações técnicas no campo da aeronáutica e reforçou o treinamento para perda de altitude e à tripulação.

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