Se a disputa entre governo e oposição em relação à reforma tributária persistir, a votação na Câmara poderá levar semanas para ser concluída, afirmou na segunda-feira o presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). A base de sustentação do governo na Câmara pretende votar o projeto até o fim do ano, apesar da resistência da oposição. Com o argumento de que a proposta defendida pelo governo poderá aumentar a carga tributária do país e gerar perdas de arrecadação para Estados e municípios, DEM, PSDB e PPS obstruem os trabalhos da Câmara. Perguntado por jornalistas se a proposta seria apreciada pelo plenário nos próximos dias, Chinaglia demonstrou pessimismo. "Essa semana, nem pensar", respondeu. "Com obstrução, leva muitas semanas para votar a reforma tributária. No máximo, se nós escolhermos esse caminho, começaríamos esta discussão e a votação. Agora, concluir é impossível", complementou. O presidente da Câmara se reunirá na terça-feira com os líderes partidários para saber se houve algum avanço nas negociações entre o governo e oposição. O petista evitou responder se colocará a matéria em votação de qualquer maneira caso as duas alas não cheguem a um entendimento. "No momento em que eu tomar essa decisão, eu comunicarei aos interessados, inclusive à sociedade. Mas, antes, tenho que ter esse diálogo com os líderes", afirmou. A pauta da Câmara está trancada pela medida provisória 440, que reajusta os salários de diversas categorias do serviço público. (Reportagem de Fernando Exman)