O regulador britânico de aquisições concedeu ao grupo minerador Xstrata uma semana a mais para decidir se aceitará a oferta revisada de 36 bilhões de dólares da Glencore, gerando tensão sobre quais serão os próximos desenvolvimentos de uma saga que já dura sete meses. A extensão inesperada --concedida sob solicitação de ambas as empresas-- surpreendeu o mercado, que esperava que a Xstrata anunciasse sua decisão no máximo na segunda-feira. Analistas atribuíram o adiamento a negociações a respeito de programas de incentivo de gestão e à nomeação do presidente-executivo da Glencore para o maior cargo da companhia resultante da fusão, em vez do presidente da Xstrata, na proposta que a Glencore identificou como sua oferta final, mais cedo em setembro. A ação da Xstrata fechou com baixa de 4,2 por cento em Londres, enquanto o papel da Glencore recuou 1,7 por cento. "A extensão foi solicitada para permitir que diretores independentes não executivos da Xstrata analisem os pareceres de importantes acionistas", disse a Xstrata em um breve comunicado. A companhia agora tem até 1o de outubro para informar se vai ou não recomendar a oferta da Glencore a acionistas, após apoiar uma proposta menor em fevereiro. A Glencore, que já é o maior acionista da Xstrata, elevou sua oferta para 3,05 ações para cada ação detida da Xstrata ante uma oferta anterior de 2,8 ações, numa última tentativa de resgatar o acordo após o segundo maior investidor da Xstrata, o Qatar Holding, exigir termos melhores em junho. A nova proposta difere da original, não só em valor mas também no fato de que o presidente-executivo da Glencore, Ivan Glasenberg, deve assumir o comando da empresa após o presidente-executivo da Xstrata, Mick Davis, que assumirá o posto por seis meses. Davis teria permanecido no cargo por pelo menos três anos sob o acordo original.