‘Zap’ dos indígenas orientou Bope na caçada a bandidos com 15 mortos; veja vídeo e ouça áudios


Quadrilha de integrantes do PCC foi rastreada pela rede montada por indígenas de Mato Grosso até atravessar a divisa do Estado; caçada já dura 26 dias

Por Marcelo Godoy
Atualização:

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

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Veja vídeo gravado por indígenas mostrando os carros dos bandidos em fuga após assalto em Confresa (MT)

Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

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Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados, que só deve acabar, segundo os policiais, quando o último bandido for capturado. Ao todo, 15 já morreram e cinco foram capturados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O “Zap dos Indígenas” foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril – a caçada já teve 11 enfrentamentos.

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De acordo com informações recolhidas pelo Bope de Mato Grosso, o primeiro erro dos criminosos foi desconhecer os dispositivos de segurança da empresa Brinks. Quando o ladrão Paulo Sérgio Alberto de Lima começou a operar a lança térmica, um aparelho usado para abrir a caixa-forte, imediatamente, dispositivos de segurança inutilizaram todo o dinheiro no interior do cofre. Diante do fracasso em recolher as cédulas, os criminosos decidiram fugir. Apanharam, então, a estrada em direção à rodovia MT-432.

Naquele domingo, em Cuiabá, o tenente-coronel Frederico Correa Lima Lopes, comandante do Bope, determinava o envio de uma primeira fração de tropa para Confresa. Cerca de dez PMs da unidade voaram de avião para a cidade. Na manhã do dia seguinte, 40 homens do Bope já estavam em Confresa transportados por aviões e helicópteros – as viaturas seguiram durante a noite e a madrugada para a região.

A mobilização era parte do plano traçado para o enfrentamento de assaltos a bancos e a casos de Domínio de Cidades em Mato Grosso, conforme mostra o pesquisador Lucélio França, do grupo Alpha Bravo. “O Domínio de Cidades é uma modalidade mais grave do que o novo cangaço”, afirmou. A resposta a esses tipos de crime inclui a mobilização de comunidades rurais no Estado.

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Escute os áudios dos indígenas orientando a polícia de Mato Grosso na caçada aos bandidos

Sem conseguir levar o dinheiro da Brinks, os bandidos rumaram em direção à área indígena até chegar a Santa Terezinha, às margens do Rio Araguaia. “As aldeias ficam na beira das estradas. Todas elas têm internet, e os indígenas foram avisando para as pessoas da cidades, conforme os bandidos passavam. E as pessoas das cidades avisavam a polícia. Aqui no Urubu Branco, eles passaram às 18 horas”, contou ao Estadão o cacique Kamoriway Elber Tapirapé.

Os tapirapés são cerca de 1,1 mil indígenas espalhados no trajeto dos bandidos. Em Santa Terezinha fica a aldeia Itxalá, onde vivem 470 indígenas Carajás. “Ali eles deixaram os carros e até queimaram alguns. E pegaram barcos para atravessar o rio”, contou no cacique.

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Foi seguindo a trilha relatada pelos indígenas na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dia 10, que os policiais do Bope conseguiram recuperar os rastros dos bandidos. Por fim, um outro incidente selou de vez o destino dos criminosos. Eles entraram no Araguaia, rumaram em direção ao Rio Javaés e desembarcaram perto do Centro de Pesquisas de Canguçu. Mas o caminhão que devia recolher a quadrilha havia sido abordado pela polícia do Tocantins e abandonou a região.

Sem transporte e perseguido pela polícia, o bando decidiu entrar nas matas da região, começava ali a operação que matou Danilo e outros 14 e prendeu Lima e outros quatro. “As pessoas não sabem que aldeias têm internet e a gente está em contato com as cidades”, contou o capique Tapirapé.

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

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Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados, que só deve acabar, segundo os policiais, quando o último bandido for capturado. Ao todo, 15 já morreram e cinco foram capturados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O “Zap dos Indígenas” foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril – a caçada já teve 11 enfrentamentos.

De acordo com informações recolhidas pelo Bope de Mato Grosso, o primeiro erro dos criminosos foi desconhecer os dispositivos de segurança da empresa Brinks. Quando o ladrão Paulo Sérgio Alberto de Lima começou a operar a lança térmica, um aparelho usado para abrir a caixa-forte, imediatamente, dispositivos de segurança inutilizaram todo o dinheiro no interior do cofre. Diante do fracasso em recolher as cédulas, os criminosos decidiram fugir. Apanharam, então, a estrada em direção à rodovia MT-432.

Naquele domingo, em Cuiabá, o tenente-coronel Frederico Correa Lima Lopes, comandante do Bope, determinava o envio de uma primeira fração de tropa para Confresa. Cerca de dez PMs da unidade voaram de avião para a cidade. Na manhã do dia seguinte, 40 homens do Bope já estavam em Confresa transportados por aviões e helicópteros – as viaturas seguiram durante a noite e a madrugada para a região.

A mobilização era parte do plano traçado para o enfrentamento de assaltos a bancos e a casos de Domínio de Cidades em Mato Grosso, conforme mostra o pesquisador Lucélio França, do grupo Alpha Bravo. “O Domínio de Cidades é uma modalidade mais grave do que o novo cangaço”, afirmou. A resposta a esses tipos de crime inclui a mobilização de comunidades rurais no Estado.

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Sem conseguir levar o dinheiro da Brinks, os bandidos rumaram em direção à área indígena até chegar a Santa Terezinha, às margens do Rio Araguaia. “As aldeias ficam na beira das estradas. Todas elas têm internet, e os indígenas foram avisando para as pessoas da cidades, conforme os bandidos passavam. E as pessoas das cidades avisavam a polícia. Aqui no Urubu Branco, eles passaram às 18 horas”, contou ao Estadão o cacique Kamoriway Elber Tapirapé.

Os tapirapés são cerca de 1,1 mil indígenas espalhados no trajeto dos bandidos. Em Santa Terezinha fica a aldeia Itxalá, onde vivem 470 indígenas Carajás. “Ali eles deixaram os carros e até queimaram alguns. E pegaram barcos para atravessar o rio”, contou no cacique.

Foi seguindo a trilha relatada pelos indígenas na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dia 10, que os policiais do Bope conseguiram recuperar os rastros dos bandidos. Por fim, um outro incidente selou de vez o destino dos criminosos. Eles entraram no Araguaia, rumaram em direção ao Rio Javaés e desembarcaram perto do Centro de Pesquisas de Canguçu. Mas o caminhão que devia recolher a quadrilha havia sido abordado pela polícia do Tocantins e abandonou a região.

Sem transporte e perseguido pela polícia, o bando decidiu entrar nas matas da região, começava ali a operação que matou Danilo e outros 14 e prendeu Lima e outros quatro. “As pessoas não sabem que aldeias têm internet e a gente está em contato com as cidades”, contou o capique Tapirapé.

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

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Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados, que só deve acabar, segundo os policiais, quando o último bandido for capturado. Ao todo, 15 já morreram e cinco foram capturados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O “Zap dos Indígenas” foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril – a caçada já teve 11 enfrentamentos.

De acordo com informações recolhidas pelo Bope de Mato Grosso, o primeiro erro dos criminosos foi desconhecer os dispositivos de segurança da empresa Brinks. Quando o ladrão Paulo Sérgio Alberto de Lima começou a operar a lança térmica, um aparelho usado para abrir a caixa-forte, imediatamente, dispositivos de segurança inutilizaram todo o dinheiro no interior do cofre. Diante do fracasso em recolher as cédulas, os criminosos decidiram fugir. Apanharam, então, a estrada em direção à rodovia MT-432.

Naquele domingo, em Cuiabá, o tenente-coronel Frederico Correa Lima Lopes, comandante do Bope, determinava o envio de uma primeira fração de tropa para Confresa. Cerca de dez PMs da unidade voaram de avião para a cidade. Na manhã do dia seguinte, 40 homens do Bope já estavam em Confresa transportados por aviões e helicópteros – as viaturas seguiram durante a noite e a madrugada para a região.

A mobilização era parte do plano traçado para o enfrentamento de assaltos a bancos e a casos de Domínio de Cidades em Mato Grosso, conforme mostra o pesquisador Lucélio França, do grupo Alpha Bravo. “O Domínio de Cidades é uma modalidade mais grave do que o novo cangaço”, afirmou. A resposta a esses tipos de crime inclui a mobilização de comunidades rurais no Estado.

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Sem conseguir levar o dinheiro da Brinks, os bandidos rumaram em direção à área indígena até chegar a Santa Terezinha, às margens do Rio Araguaia. “As aldeias ficam na beira das estradas. Todas elas têm internet, e os indígenas foram avisando para as pessoas da cidades, conforme os bandidos passavam. E as pessoas das cidades avisavam a polícia. Aqui no Urubu Branco, eles passaram às 18 horas”, contou ao Estadão o cacique Kamoriway Elber Tapirapé.

Os tapirapés são cerca de 1,1 mil indígenas espalhados no trajeto dos bandidos. Em Santa Terezinha fica a aldeia Itxalá, onde vivem 470 indígenas Carajás. “Ali eles deixaram os carros e até queimaram alguns. E pegaram barcos para atravessar o rio”, contou no cacique.

Foi seguindo a trilha relatada pelos indígenas na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dia 10, que os policiais do Bope conseguiram recuperar os rastros dos bandidos. Por fim, um outro incidente selou de vez o destino dos criminosos. Eles entraram no Araguaia, rumaram em direção ao Rio Javaés e desembarcaram perto do Centro de Pesquisas de Canguçu. Mas o caminhão que devia recolher a quadrilha havia sido abordado pela polícia do Tocantins e abandonou a região.

Sem transporte e perseguido pela polícia, o bando decidiu entrar nas matas da região, começava ali a operação que matou Danilo e outros 14 e prendeu Lima e outros quatro. “As pessoas não sabem que aldeias têm internet e a gente está em contato com as cidades”, contou o capique Tapirapé.

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

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Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados, que só deve acabar, segundo os policiais, quando o último bandido for capturado. Ao todo, 15 já morreram e cinco foram capturados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O “Zap dos Indígenas” foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril – a caçada já teve 11 enfrentamentos.

De acordo com informações recolhidas pelo Bope de Mato Grosso, o primeiro erro dos criminosos foi desconhecer os dispositivos de segurança da empresa Brinks. Quando o ladrão Paulo Sérgio Alberto de Lima começou a operar a lança térmica, um aparelho usado para abrir a caixa-forte, imediatamente, dispositivos de segurança inutilizaram todo o dinheiro no interior do cofre. Diante do fracasso em recolher as cédulas, os criminosos decidiram fugir. Apanharam, então, a estrada em direção à rodovia MT-432.

Naquele domingo, em Cuiabá, o tenente-coronel Frederico Correa Lima Lopes, comandante do Bope, determinava o envio de uma primeira fração de tropa para Confresa. Cerca de dez PMs da unidade voaram de avião para a cidade. Na manhã do dia seguinte, 40 homens do Bope já estavam em Confresa transportados por aviões e helicópteros – as viaturas seguiram durante a noite e a madrugada para a região.

A mobilização era parte do plano traçado para o enfrentamento de assaltos a bancos e a casos de Domínio de Cidades em Mato Grosso, conforme mostra o pesquisador Lucélio França, do grupo Alpha Bravo. “O Domínio de Cidades é uma modalidade mais grave do que o novo cangaço”, afirmou. A resposta a esses tipos de crime inclui a mobilização de comunidades rurais no Estado.

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Sem conseguir levar o dinheiro da Brinks, os bandidos rumaram em direção à área indígena até chegar a Santa Terezinha, às margens do Rio Araguaia. “As aldeias ficam na beira das estradas. Todas elas têm internet, e os indígenas foram avisando para as pessoas da cidades, conforme os bandidos passavam. E as pessoas das cidades avisavam a polícia. Aqui no Urubu Branco, eles passaram às 18 horas”, contou ao Estadão o cacique Kamoriway Elber Tapirapé.

Os tapirapés são cerca de 1,1 mil indígenas espalhados no trajeto dos bandidos. Em Santa Terezinha fica a aldeia Itxalá, onde vivem 470 indígenas Carajás. “Ali eles deixaram os carros e até queimaram alguns. E pegaram barcos para atravessar o rio”, contou no cacique.

Foi seguindo a trilha relatada pelos indígenas na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dia 10, que os policiais do Bope conseguiram recuperar os rastros dos bandidos. Por fim, um outro incidente selou de vez o destino dos criminosos. Eles entraram no Araguaia, rumaram em direção ao Rio Javaés e desembarcaram perto do Centro de Pesquisas de Canguçu. Mas o caminhão que devia recolher a quadrilha havia sido abordado pela polícia do Tocantins e abandonou a região.

Sem transporte e perseguido pela polícia, o bando decidiu entrar nas matas da região, começava ali a operação que matou Danilo e outros 14 e prendeu Lima e outros quatro. “As pessoas não sabem que aldeias têm internet e a gente está em contato com as cidades”, contou o capique Tapirapé.

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

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Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados, que só deve acabar, segundo os policiais, quando o último bandido for capturado. Ao todo, 15 já morreram e cinco foram capturados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O “Zap dos Indígenas” foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril – a caçada já teve 11 enfrentamentos.

De acordo com informações recolhidas pelo Bope de Mato Grosso, o primeiro erro dos criminosos foi desconhecer os dispositivos de segurança da empresa Brinks. Quando o ladrão Paulo Sérgio Alberto de Lima começou a operar a lança térmica, um aparelho usado para abrir a caixa-forte, imediatamente, dispositivos de segurança inutilizaram todo o dinheiro no interior do cofre. Diante do fracasso em recolher as cédulas, os criminosos decidiram fugir. Apanharam, então, a estrada em direção à rodovia MT-432.

Naquele domingo, em Cuiabá, o tenente-coronel Frederico Correa Lima Lopes, comandante do Bope, determinava o envio de uma primeira fração de tropa para Confresa. Cerca de dez PMs da unidade voaram de avião para a cidade. Na manhã do dia seguinte, 40 homens do Bope já estavam em Confresa transportados por aviões e helicópteros – as viaturas seguiram durante a noite e a madrugada para a região.

A mobilização era parte do plano traçado para o enfrentamento de assaltos a bancos e a casos de Domínio de Cidades em Mato Grosso, conforme mostra o pesquisador Lucélio França, do grupo Alpha Bravo. “O Domínio de Cidades é uma modalidade mais grave do que o novo cangaço”, afirmou. A resposta a esses tipos de crime inclui a mobilização de comunidades rurais no Estado.

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Sem conseguir levar o dinheiro da Brinks, os bandidos rumaram em direção à área indígena até chegar a Santa Terezinha, às margens do Rio Araguaia. “As aldeias ficam na beira das estradas. Todas elas têm internet, e os indígenas foram avisando para as pessoas da cidades, conforme os bandidos passavam. E as pessoas das cidades avisavam a polícia. Aqui no Urubu Branco, eles passaram às 18 horas”, contou ao Estadão o cacique Kamoriway Elber Tapirapé.

Os tapirapés são cerca de 1,1 mil indígenas espalhados no trajeto dos bandidos. Em Santa Terezinha fica a aldeia Itxalá, onde vivem 470 indígenas Carajás. “Ali eles deixaram os carros e até queimaram alguns. E pegaram barcos para atravessar o rio”, contou no cacique.

Foi seguindo a trilha relatada pelos indígenas na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dia 10, que os policiais do Bope conseguiram recuperar os rastros dos bandidos. Por fim, um outro incidente selou de vez o destino dos criminosos. Eles entraram no Araguaia, rumaram em direção ao Rio Javaés e desembarcaram perto do Centro de Pesquisas de Canguçu. Mas o caminhão que devia recolher a quadrilha havia sido abordado pela polícia do Tocantins e abandonou a região.

Sem transporte e perseguido pela polícia, o bando decidiu entrar nas matas da região, começava ali a operação que matou Danilo e outros 14 e prendeu Lima e outros quatro. “As pessoas não sabem que aldeias têm internet e a gente está em contato com as cidades”, contou o capique Tapirapé.

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