19% dos atuais casos de dengue no mundo são atribuíveis às mudanças climáticas, aponta estudo


Segundo pesquisadores, cerca de 257 milhões de pessoas vivem em áreas nas quais a incidência da doença pode duplicar nos próximos anos. Temperaturas entre 20ºC e 29ºC são as mais favoráveis para a propagação

Por Daniel Lawler
Atualização:

As alterações climáticas são responsáveis por quase um quinto dos casos de dengue, com o número em 2024 a caminho de duplicar o recorde alcançado em 2023, de acordo com um estudo norte-americano publicado neste sábado, 16.

A propagação da dengue “é muito sensível ao clima”, o que a torna “uma doença muito boa para estudar” o impacto do aquecimento global na saúde, explica à AFP Erin Mordecai, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Stanford.

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Dengue é uma doença viral, transmitida pela picada mosquito aedes aegypti Foto: DIV

Transmitida pelas picadas de mosquitos infectados, a doença viral – que pode causar febre alta e dores musculares – é geralmente leve, mas às vezes pode ser grave ou até fatal.

A dengue já é endêmica em mais de 130 países e, com o aumento das temperaturas, os mosquitos vetores estão se espalhando para além das áreas tropicais e subtropicais, onde costumavam ser limitados.

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Para este novo estudo, apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, mas ainda não revisado por pares, uma equipe de pesquisadores analisou a incidência de dengue e as variações climáticas em 21 países da Ásia e da América.

Eles estimaram que aproximadamente 19% dos atuais casos de dengue em todo o mundo “são atribuíveis às alterações climáticas”, resume Mordecai, principal autor do estudo, divulgado no Azerbaijão durante a 29ª conferência da ONU sobre o clima, a COP29.

As temperaturas entre 20ºC e 29ºC são as mais favoráveis para a propagação da doença, e em áreas endêmicas com essas condições – como certas partes do Peru, México, Bolívia e Brasil – pode haver um aumento de 150% a 200% nas temperaturas.

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No total, pelo menos 257 milhões de pessoas vivem atualmente em áreas onde as alterações climáticas poderão duplicar a incidência da dengue nos próximos 25 anos.

Nos primeiros oito meses de 2024 foram quase 13 milhões de casos de dengue, segundo a Organização Mundial da Saúde, ou seja, quase o dobro do recorde registrado em todo o ano de 2023.

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O número real está provavelmente mais próximo dos 100 milhões porque a grande maioria dos casos não é notificada, em grande parte devido à falta de testes ou de sintomas, diz Mordecai. O estudo surgiu logo após o início de um novo surto em Guadalupe, região francesa do Caribe.

Além das alterações climáticas, a globalização do comércio e das viagens, bem como o avanço da urbanização, favorecem a propagação dos mosquitos.

Estratégia aplicada em Niterói conseguiu reduzir número de casos

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Uma das estratégias promissoras para combater a dengue é introduzir na natureza mosquitos infectados com uma bactéria que bloqueia a capacidade do inseto de transmitir o vírus. Os mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia foram introduzidos há cinco anos em grande parte da cidade brasileira de Niterói, de acordo com outro estudo apresentado na reunião anual, mas que também ainda não foi revisado por pares.

Em 2024, enquanto o Brasil enfrentava sua maior epidemia de dengue, esta cidade próxima ao Rio de Janeiro registrou apenas um ligeiro aumento de casos, cujo número era 90% menor do que antes da experiência e sem ponto de comparação com o resto do país.

Isto mostra que a bactéria “Wolbachia pode fornecer proteção duradoura contra surtos cada vez mais frequentes de dengue em todo o mundo”, diz Katie Anders, uma das chefes do Programa Global contra Mosquitos.

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O programa já “fez uma parceria com o governo brasileiro para construir um local de reprodução e produção do mosquito Wolbachia, que permitirá a implantação simultânea em várias cidades para proteger vários milhões de pessoas”, disse o gerente brasileiro do projeto, Luciano Moreira.

As alterações climáticas são responsáveis por quase um quinto dos casos de dengue, com o número em 2024 a caminho de duplicar o recorde alcançado em 2023, de acordo com um estudo norte-americano publicado neste sábado, 16.

A propagação da dengue “é muito sensível ao clima”, o que a torna “uma doença muito boa para estudar” o impacto do aquecimento global na saúde, explica à AFP Erin Mordecai, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Stanford.

Dengue é uma doença viral, transmitida pela picada mosquito aedes aegypti Foto: DIV

Transmitida pelas picadas de mosquitos infectados, a doença viral – que pode causar febre alta e dores musculares – é geralmente leve, mas às vezes pode ser grave ou até fatal.

A dengue já é endêmica em mais de 130 países e, com o aumento das temperaturas, os mosquitos vetores estão se espalhando para além das áreas tropicais e subtropicais, onde costumavam ser limitados.

Para este novo estudo, apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, mas ainda não revisado por pares, uma equipe de pesquisadores analisou a incidência de dengue e as variações climáticas em 21 países da Ásia e da América.

Eles estimaram que aproximadamente 19% dos atuais casos de dengue em todo o mundo “são atribuíveis às alterações climáticas”, resume Mordecai, principal autor do estudo, divulgado no Azerbaijão durante a 29ª conferência da ONU sobre o clima, a COP29.

As temperaturas entre 20ºC e 29ºC são as mais favoráveis para a propagação da doença, e em áreas endêmicas com essas condições – como certas partes do Peru, México, Bolívia e Brasil – pode haver um aumento de 150% a 200% nas temperaturas.

No total, pelo menos 257 milhões de pessoas vivem atualmente em áreas onde as alterações climáticas poderão duplicar a incidência da dengue nos próximos 25 anos.

Nos primeiros oito meses de 2024 foram quase 13 milhões de casos de dengue, segundo a Organização Mundial da Saúde, ou seja, quase o dobro do recorde registrado em todo o ano de 2023.

O número real está provavelmente mais próximo dos 100 milhões porque a grande maioria dos casos não é notificada, em grande parte devido à falta de testes ou de sintomas, diz Mordecai. O estudo surgiu logo após o início de um novo surto em Guadalupe, região francesa do Caribe.

Além das alterações climáticas, a globalização do comércio e das viagens, bem como o avanço da urbanização, favorecem a propagação dos mosquitos.

Estratégia aplicada em Niterói conseguiu reduzir número de casos

Uma das estratégias promissoras para combater a dengue é introduzir na natureza mosquitos infectados com uma bactéria que bloqueia a capacidade do inseto de transmitir o vírus. Os mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia foram introduzidos há cinco anos em grande parte da cidade brasileira de Niterói, de acordo com outro estudo apresentado na reunião anual, mas que também ainda não foi revisado por pares.

Em 2024, enquanto o Brasil enfrentava sua maior epidemia de dengue, esta cidade próxima ao Rio de Janeiro registrou apenas um ligeiro aumento de casos, cujo número era 90% menor do que antes da experiência e sem ponto de comparação com o resto do país.

Isto mostra que a bactéria “Wolbachia pode fornecer proteção duradoura contra surtos cada vez mais frequentes de dengue em todo o mundo”, diz Katie Anders, uma das chefes do Programa Global contra Mosquitos.

O programa já “fez uma parceria com o governo brasileiro para construir um local de reprodução e produção do mosquito Wolbachia, que permitirá a implantação simultânea em várias cidades para proteger vários milhões de pessoas”, disse o gerente brasileiro do projeto, Luciano Moreira.

As alterações climáticas são responsáveis por quase um quinto dos casos de dengue, com o número em 2024 a caminho de duplicar o recorde alcançado em 2023, de acordo com um estudo norte-americano publicado neste sábado, 16.

A propagação da dengue “é muito sensível ao clima”, o que a torna “uma doença muito boa para estudar” o impacto do aquecimento global na saúde, explica à AFP Erin Mordecai, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Stanford.

Dengue é uma doença viral, transmitida pela picada mosquito aedes aegypti Foto: DIV

Transmitida pelas picadas de mosquitos infectados, a doença viral – que pode causar febre alta e dores musculares – é geralmente leve, mas às vezes pode ser grave ou até fatal.

A dengue já é endêmica em mais de 130 países e, com o aumento das temperaturas, os mosquitos vetores estão se espalhando para além das áreas tropicais e subtropicais, onde costumavam ser limitados.

Para este novo estudo, apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, mas ainda não revisado por pares, uma equipe de pesquisadores analisou a incidência de dengue e as variações climáticas em 21 países da Ásia e da América.

Eles estimaram que aproximadamente 19% dos atuais casos de dengue em todo o mundo “são atribuíveis às alterações climáticas”, resume Mordecai, principal autor do estudo, divulgado no Azerbaijão durante a 29ª conferência da ONU sobre o clima, a COP29.

As temperaturas entre 20ºC e 29ºC são as mais favoráveis para a propagação da doença, e em áreas endêmicas com essas condições – como certas partes do Peru, México, Bolívia e Brasil – pode haver um aumento de 150% a 200% nas temperaturas.

No total, pelo menos 257 milhões de pessoas vivem atualmente em áreas onde as alterações climáticas poderão duplicar a incidência da dengue nos próximos 25 anos.

Nos primeiros oito meses de 2024 foram quase 13 milhões de casos de dengue, segundo a Organização Mundial da Saúde, ou seja, quase o dobro do recorde registrado em todo o ano de 2023.

O número real está provavelmente mais próximo dos 100 milhões porque a grande maioria dos casos não é notificada, em grande parte devido à falta de testes ou de sintomas, diz Mordecai. O estudo surgiu logo após o início de um novo surto em Guadalupe, região francesa do Caribe.

Além das alterações climáticas, a globalização do comércio e das viagens, bem como o avanço da urbanização, favorecem a propagação dos mosquitos.

Estratégia aplicada em Niterói conseguiu reduzir número de casos

Uma das estratégias promissoras para combater a dengue é introduzir na natureza mosquitos infectados com uma bactéria que bloqueia a capacidade do inseto de transmitir o vírus. Os mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia foram introduzidos há cinco anos em grande parte da cidade brasileira de Niterói, de acordo com outro estudo apresentado na reunião anual, mas que também ainda não foi revisado por pares.

Em 2024, enquanto o Brasil enfrentava sua maior epidemia de dengue, esta cidade próxima ao Rio de Janeiro registrou apenas um ligeiro aumento de casos, cujo número era 90% menor do que antes da experiência e sem ponto de comparação com o resto do país.

Isto mostra que a bactéria “Wolbachia pode fornecer proteção duradoura contra surtos cada vez mais frequentes de dengue em todo o mundo”, diz Katie Anders, uma das chefes do Programa Global contra Mosquitos.

O programa já “fez uma parceria com o governo brasileiro para construir um local de reprodução e produção do mosquito Wolbachia, que permitirá a implantação simultânea em várias cidades para proteger vários milhões de pessoas”, disse o gerente brasileiro do projeto, Luciano Moreira.

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