Descoberta de água é estímulo a uma ‘visita’ a Marte, diz expert


‘Projeto para envio de tripulantes está relativamente estagnado’, afirma coordenador do Mackenzie; sondas foram essenciais

Por Fabio de Castro

A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas brasileiros e estímulo a uma “visita” - ou seja, a uma missão tripulada. 

De acordo com João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), além da relevância de uma confirmação robusta da presença de água líquida em um planeta do Sistema Solar, a descoberta tem um apelo especial. “Certamente é uma descoberta importante. Do ponto de vista científico, é algo notável, já que a água é condição para a existência de vida - e se torna ainda mais especial por se tratar de Marte”, disse. 

Phoenix em Marte

1 | 21

Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
2 | 21

Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda

Foto: EFE/NASA/Handout
3 | 21

Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix

Foto: Fred Prouser/Reuters
4 | 21

Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte

Foto: REUTERS/NASA,JPL, Caltech, University of Arizona/Handout
5 | 21

Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem

Foto: AP/NASA, JPL-Caltech, University of Arizona
6 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte

Foto: Efe/Nasa
7 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
8 | 21

Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona

Foto: John Miller/AP
9 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
10 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
11 | 21

Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
12 | 21

DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte

Foto: REUTERS/The Planetary Society/Handout
13 | 21

Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
14 | 21

Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
15 | 21

Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
16 | 21

Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
17 | 21

Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
18 | 21

Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
19 | 21

Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
20 | 21

Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Max Planck Institute/Handout
21 | 21

Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte

Foto: AP/Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University
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Segundo ele, já foi comprovada a existência de água em estado sólido e líquido em diversos objetos do Sistema Solar, como a Lua, Ceres, Europa e Encédalo - respectivamente luas de Júpiter e Saturno. “Mas Marte é um objeto de fascínio para a humanidade, porque é um planeta do nosso sistema que mais oferece condições, em tese, para a existência de vida.”

Missão. De acordo com Steiner, o interesse pela possibilidade de vida fez Marte virar objeto de diversas pesquisas e missões não tripuladas. “Existe mesmo a intenção de fazer uma missão tripulada nas próximas décadas. Considerando essa possibilidade, a existência de água por lá é fundamental.” 

Pierre Kaufmann, coordenador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, afirma que a descoberta poderá dar novo estímulo ao projeto da Nasa de levar uma missão tripulada a Marte. “O projeto para o envio de tripulantes a Marte está relativamente estagnado, mas, com essa descoberta, os esforços para uma missão humana poderão ficar mais concentrados. Até agora, só havia especulações vagas sobre as possibilidades de vida no planeta, mas essa perspectiva se torna muito mais sólida com essa evidência robusta de existência de água em estado líquido em Marte”, disse.

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Segundo Kaufmann, a nova descoberta só foi possível graças a enormes esforços que envolveram medições diretas feitas por satélites de sensoriamento em órbita ao redor de Marte, enviados por diversos países, além de sondas que analisam amostras do planeta. “Futuras pesquisas serão seguramente feitas com base em experimentos espaciais, com outros sensores e outros experimentos que levem equipamentos para sondar o planeta direta e indiretamente, incluindo o eventual envio de astronautas.”

O problema das missões tripuladas, segundo Kaufmann, é que elas impõem obstáculos ainda intransponíveis do ponto de vista financeiro e de sobrevivência dos astronautas. “A viagem é muito longa e um súbito aumento da atividade solar durante esse período poderia submeter os astronautas a radiações extremamente intensas e mortais. A nave precisaria ser excepcionalmente blindada e, por isso, muito pesada, o que aumentaria as exigências em relação a lançadores.”

Outra missão da Nasa, a Curiosity, explorou planeta em 2012:

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Após uma viagem de oito meses e 566 milhões de quilômetros, a sonda tocou a tênue atmosfera marciana a quase 21 mil quilômetros por hora, antes de iniciar a descida controlada

A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas brasileiros e estímulo a uma “visita” - ou seja, a uma missão tripulada. 

De acordo com João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), além da relevância de uma confirmação robusta da presença de água líquida em um planeta do Sistema Solar, a descoberta tem um apelo especial. “Certamente é uma descoberta importante. Do ponto de vista científico, é algo notável, já que a água é condição para a existência de vida - e se torna ainda mais especial por se tratar de Marte”, disse. 

Phoenix em Marte

1 | 21

Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
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Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda

Foto: EFE/NASA/Handout
3 | 21

Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix

Foto: Fred Prouser/Reuters
4 | 21

Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte

Foto: REUTERS/NASA,JPL, Caltech, University of Arizona/Handout
5 | 21

Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem

Foto: AP/NASA, JPL-Caltech, University of Arizona
6 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte

Foto: Efe/Nasa
7 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
8 | 21

Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona

Foto: John Miller/AP
9 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
10 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
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Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
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DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte

Foto: REUTERS/The Planetary Society/Handout
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Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
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Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
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Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
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Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
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Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
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Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
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Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
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Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Max Planck Institute/Handout
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Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte

Foto: AP/Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University

Segundo ele, já foi comprovada a existência de água em estado sólido e líquido em diversos objetos do Sistema Solar, como a Lua, Ceres, Europa e Encédalo - respectivamente luas de Júpiter e Saturno. “Mas Marte é um objeto de fascínio para a humanidade, porque é um planeta do nosso sistema que mais oferece condições, em tese, para a existência de vida.”

Missão. De acordo com Steiner, o interesse pela possibilidade de vida fez Marte virar objeto de diversas pesquisas e missões não tripuladas. “Existe mesmo a intenção de fazer uma missão tripulada nas próximas décadas. Considerando essa possibilidade, a existência de água por lá é fundamental.” 

Pierre Kaufmann, coordenador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, afirma que a descoberta poderá dar novo estímulo ao projeto da Nasa de levar uma missão tripulada a Marte. “O projeto para o envio de tripulantes a Marte está relativamente estagnado, mas, com essa descoberta, os esforços para uma missão humana poderão ficar mais concentrados. Até agora, só havia especulações vagas sobre as possibilidades de vida no planeta, mas essa perspectiva se torna muito mais sólida com essa evidência robusta de existência de água em estado líquido em Marte”, disse.

Segundo Kaufmann, a nova descoberta só foi possível graças a enormes esforços que envolveram medições diretas feitas por satélites de sensoriamento em órbita ao redor de Marte, enviados por diversos países, além de sondas que analisam amostras do planeta. “Futuras pesquisas serão seguramente feitas com base em experimentos espaciais, com outros sensores e outros experimentos que levem equipamentos para sondar o planeta direta e indiretamente, incluindo o eventual envio de astronautas.”

O problema das missões tripuladas, segundo Kaufmann, é que elas impõem obstáculos ainda intransponíveis do ponto de vista financeiro e de sobrevivência dos astronautas. “A viagem é muito longa e um súbito aumento da atividade solar durante esse período poderia submeter os astronautas a radiações extremamente intensas e mortais. A nave precisaria ser excepcionalmente blindada e, por isso, muito pesada, o que aumentaria as exigências em relação a lançadores.”

Outra missão da Nasa, a Curiosity, explorou planeta em 2012:

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Após uma viagem de oito meses e 566 milhões de quilômetros, a sonda tocou a tênue atmosfera marciana a quase 21 mil quilômetros por hora, antes de iniciar a descida controlada

A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas brasileiros e estímulo a uma “visita” - ou seja, a uma missão tripulada. 

De acordo com João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), além da relevância de uma confirmação robusta da presença de água líquida em um planeta do Sistema Solar, a descoberta tem um apelo especial. “Certamente é uma descoberta importante. Do ponto de vista científico, é algo notável, já que a água é condição para a existência de vida - e se torna ainda mais especial por se tratar de Marte”, disse. 

Phoenix em Marte

1 | 21

Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
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Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda

Foto: EFE/NASA/Handout
3 | 21

Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix

Foto: Fred Prouser/Reuters
4 | 21

Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte

Foto: REUTERS/NASA,JPL, Caltech, University of Arizona/Handout
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Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem

Foto: AP/NASA, JPL-Caltech, University of Arizona
6 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte

Foto: Efe/Nasa
7 | 21

Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
8 | 21

Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona

Foto: John Miller/AP
9 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
10 | 21

Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
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Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
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DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte

Foto: REUTERS/The Planetary Society/Handout
13 | 21

Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
14 | 21

Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
15 | 21

Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
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Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
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Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte

Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
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Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
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Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
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Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha

Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Max Planck Institute/Handout
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Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte

Foto: AP/Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University

Segundo ele, já foi comprovada a existência de água em estado sólido e líquido em diversos objetos do Sistema Solar, como a Lua, Ceres, Europa e Encédalo - respectivamente luas de Júpiter e Saturno. “Mas Marte é um objeto de fascínio para a humanidade, porque é um planeta do nosso sistema que mais oferece condições, em tese, para a existência de vida.”

Missão. De acordo com Steiner, o interesse pela possibilidade de vida fez Marte virar objeto de diversas pesquisas e missões não tripuladas. “Existe mesmo a intenção de fazer uma missão tripulada nas próximas décadas. Considerando essa possibilidade, a existência de água por lá é fundamental.” 

Pierre Kaufmann, coordenador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, afirma que a descoberta poderá dar novo estímulo ao projeto da Nasa de levar uma missão tripulada a Marte. “O projeto para o envio de tripulantes a Marte está relativamente estagnado, mas, com essa descoberta, os esforços para uma missão humana poderão ficar mais concentrados. Até agora, só havia especulações vagas sobre as possibilidades de vida no planeta, mas essa perspectiva se torna muito mais sólida com essa evidência robusta de existência de água em estado líquido em Marte”, disse.

Segundo Kaufmann, a nova descoberta só foi possível graças a enormes esforços que envolveram medições diretas feitas por satélites de sensoriamento em órbita ao redor de Marte, enviados por diversos países, além de sondas que analisam amostras do planeta. “Futuras pesquisas serão seguramente feitas com base em experimentos espaciais, com outros sensores e outros experimentos que levem equipamentos para sondar o planeta direta e indiretamente, incluindo o eventual envio de astronautas.”

O problema das missões tripuladas, segundo Kaufmann, é que elas impõem obstáculos ainda intransponíveis do ponto de vista financeiro e de sobrevivência dos astronautas. “A viagem é muito longa e um súbito aumento da atividade solar durante esse período poderia submeter os astronautas a radiações extremamente intensas e mortais. A nave precisaria ser excepcionalmente blindada e, por isso, muito pesada, o que aumentaria as exigências em relação a lançadores.”

Outra missão da Nasa, a Curiosity, explorou planeta em 2012:

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Após uma viagem de oito meses e 566 milhões de quilômetros, a sonda tocou a tênue atmosfera marciana a quase 21 mil quilômetros por hora, antes de iniciar a descida controlada

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