Por que auroras boreais foram vistas fora das regiões polares e qual a chance de vê-las no Brasil


O fenômeno, que geralmente só é visível no extremo norte e sul do globo, passou a acontecer também em regiões temperadas, como América do Norte e Austrália

Por Giovanna Castro

No último domingo, 23, aconteceu uma das maiores exibições de luzes de auroras boreais desde as tempestades solares do outono de 2003. Na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia, observatórios e até mesmo pessoas a olho nu conseguiram enxergar as luzes, que geralmente só podem ser vistas nas regiões árticas e antárticas dos polos norte e sul da Terra.

Esse tipo de fenômeno, de expansão das luzes, acontece em raras ocasiões, quando há fortes tempestades geomagnéticas – isso porque a aurora boreal ou austral (como é chamada quando acontece ao sul) é causada por energia magnética e elétrons que são lançados ao espaço pelo Sol.

É o que aconteceu no domingo e o que pode voltar a se repetir. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Espanha, houve na semana passada uma explosão de material superquente do Sol, lançando gases escaldantes conhecidos como plasma em direção à Terra a quase 3 milhões de quilômetros por hora. Esse plasma gerou “manchas solares”.

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“O número de manchas solares não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11 anos que chamamos de ciclo solar. No início do ciclo solar (chamado período de atividade mínima), poucas manchas são visíveis e, por vezes, nenhuma é vista”, explicou Alberto Akel, pesquisador pós-doc do Observatório Nacional brasileiro ao Estadão.

Esta foi a terceira tempestade geomagnética severa desde o atual ciclo solar, que começou em 2019. Por isso, a expectativa é de que o ciclo atinja o pico em 2024.

“Vamos ver muito mais atividades como essa nos próximos anos porque estaremos na fase máxima do ciclo de manchas solares”, disse Bill Murtagh, coordenador do programa do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia, ao The Washington Post.

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Aurora boreal vista em Podolye, na Russia, a 70 quilômetros ao leste de São Petersburgo, no domingo, 23. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

O fenômeno ao redor do mundo

Segundo o The Washington Post, as primeiras exibições do fenômeno fora das zonas polares aconteceram na China, onde foram vistas faixas verticais vermelhas “dançando” no horizonte ao norte, mesmo a olho nu. As luzes então se expandiram pela Europa, no Reino Unido, Alemanha, Polônia, França, Hungria, Rússia e Ucrânia. Ao sul do Equador, brilharam na Nova Zelândia, Austrália, Nova Gales do Sul e Tasmânia.

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Nos EUA, as luzes foram vistas em Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e no Arizona também em tons avermelhados. Embora as condições tenham mudado, os especialistas dizem que as auroras puderam ser observadas ainda nesta terça-feira, 25, no sul do país, como em Dakota do Sul e Iowa, onde o céu estava mais escuro.

A conta oficial do Stonehenge, monumento histórico do Reino Unido, no Twitter, postou uma foto das clássicas pedras pré-históricas iluminadas em tons amarelos e rosados.

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Segundo Murtagh, as cores de uma aurora correspondem ao tipo e altitude do elemento que é excitado na atmosfera da Terra. Átomos de oxigênio brilham em vermelho acima de 193 quilômetros e brilham em verde entre 96 quilômetros e 193, por exemplo. Já os de nitrogênio excitados abaixo de 193 quilômetros podem brilhar em rosa ou roxo.

Uma aurora mais intensa é tipicamente mais alta, então latitudes mais baixas a verão mais avermelhada. “As tempestades maiores podem iluminar as altitudes mais altas, o que em grande parte vai [excitar] o oxigênio, causando aquele vermelho”, disse o especialista ao WP. “Quanto mais longe você estiver, no sul, você não verá o verde e o amarelo nas altitudes mais baixas.”

E no Brasil?

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Segundo o Observatório Nacional, mesmo que a aurora tenha sido visível na Austrália, no Hemisfério Sul, “a região brasileira fica muito distante para se observar esse tipo de fenômeno luminoso”. Em adicional, o acontecimento é muito menos frequente no Sul do que no Norte, aponta o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para que o fenômeno pudesse ser visto do Brasil, “teríamos que ter uma grande quantidade de ventos solares, que são os causadores, junto com o campo magnético da Terra, dos lindos efeitos luminosos que chamamos de auroras”, diz o instituto do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, o Observatório Nacional alerta que o Brasil pode, sim, ser impactado. Segundo Alberto Akel, tempestades geomagnéticas intensas ligadas às auroras podem causar alguns estragos em rede elétrica, atrapalhar sistemas de navegação como GPS, além de sistemas de comunicação em alta frequência (HF). “A essas situações, a região brasileira, assim como outras partes do mundo dependente de tecnologia, são vulneráveis”, disse.

No último domingo, 23, aconteceu uma das maiores exibições de luzes de auroras boreais desde as tempestades solares do outono de 2003. Na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia, observatórios e até mesmo pessoas a olho nu conseguiram enxergar as luzes, que geralmente só podem ser vistas nas regiões árticas e antárticas dos polos norte e sul da Terra.

Esse tipo de fenômeno, de expansão das luzes, acontece em raras ocasiões, quando há fortes tempestades geomagnéticas – isso porque a aurora boreal ou austral (como é chamada quando acontece ao sul) é causada por energia magnética e elétrons que são lançados ao espaço pelo Sol.

É o que aconteceu no domingo e o que pode voltar a se repetir. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Espanha, houve na semana passada uma explosão de material superquente do Sol, lançando gases escaldantes conhecidos como plasma em direção à Terra a quase 3 milhões de quilômetros por hora. Esse plasma gerou “manchas solares”.

“O número de manchas solares não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11 anos que chamamos de ciclo solar. No início do ciclo solar (chamado período de atividade mínima), poucas manchas são visíveis e, por vezes, nenhuma é vista”, explicou Alberto Akel, pesquisador pós-doc do Observatório Nacional brasileiro ao Estadão.

Esta foi a terceira tempestade geomagnética severa desde o atual ciclo solar, que começou em 2019. Por isso, a expectativa é de que o ciclo atinja o pico em 2024.

“Vamos ver muito mais atividades como essa nos próximos anos porque estaremos na fase máxima do ciclo de manchas solares”, disse Bill Murtagh, coordenador do programa do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia, ao The Washington Post.

Aurora boreal vista em Podolye, na Russia, a 70 quilômetros ao leste de São Petersburgo, no domingo, 23. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

O fenômeno ao redor do mundo

Segundo o The Washington Post, as primeiras exibições do fenômeno fora das zonas polares aconteceram na China, onde foram vistas faixas verticais vermelhas “dançando” no horizonte ao norte, mesmo a olho nu. As luzes então se expandiram pela Europa, no Reino Unido, Alemanha, Polônia, França, Hungria, Rússia e Ucrânia. Ao sul do Equador, brilharam na Nova Zelândia, Austrália, Nova Gales do Sul e Tasmânia.

Nos EUA, as luzes foram vistas em Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e no Arizona também em tons avermelhados. Embora as condições tenham mudado, os especialistas dizem que as auroras puderam ser observadas ainda nesta terça-feira, 25, no sul do país, como em Dakota do Sul e Iowa, onde o céu estava mais escuro.

A conta oficial do Stonehenge, monumento histórico do Reino Unido, no Twitter, postou uma foto das clássicas pedras pré-históricas iluminadas em tons amarelos e rosados.

Segundo Murtagh, as cores de uma aurora correspondem ao tipo e altitude do elemento que é excitado na atmosfera da Terra. Átomos de oxigênio brilham em vermelho acima de 193 quilômetros e brilham em verde entre 96 quilômetros e 193, por exemplo. Já os de nitrogênio excitados abaixo de 193 quilômetros podem brilhar em rosa ou roxo.

Uma aurora mais intensa é tipicamente mais alta, então latitudes mais baixas a verão mais avermelhada. “As tempestades maiores podem iluminar as altitudes mais altas, o que em grande parte vai [excitar] o oxigênio, causando aquele vermelho”, disse o especialista ao WP. “Quanto mais longe você estiver, no sul, você não verá o verde e o amarelo nas altitudes mais baixas.”

E no Brasil?

Segundo o Observatório Nacional, mesmo que a aurora tenha sido visível na Austrália, no Hemisfério Sul, “a região brasileira fica muito distante para se observar esse tipo de fenômeno luminoso”. Em adicional, o acontecimento é muito menos frequente no Sul do que no Norte, aponta o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para que o fenômeno pudesse ser visto do Brasil, “teríamos que ter uma grande quantidade de ventos solares, que são os causadores, junto com o campo magnético da Terra, dos lindos efeitos luminosos que chamamos de auroras”, diz o instituto do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, o Observatório Nacional alerta que o Brasil pode, sim, ser impactado. Segundo Alberto Akel, tempestades geomagnéticas intensas ligadas às auroras podem causar alguns estragos em rede elétrica, atrapalhar sistemas de navegação como GPS, além de sistemas de comunicação em alta frequência (HF). “A essas situações, a região brasileira, assim como outras partes do mundo dependente de tecnologia, são vulneráveis”, disse.

No último domingo, 23, aconteceu uma das maiores exibições de luzes de auroras boreais desde as tempestades solares do outono de 2003. Na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia, observatórios e até mesmo pessoas a olho nu conseguiram enxergar as luzes, que geralmente só podem ser vistas nas regiões árticas e antárticas dos polos norte e sul da Terra.

Esse tipo de fenômeno, de expansão das luzes, acontece em raras ocasiões, quando há fortes tempestades geomagnéticas – isso porque a aurora boreal ou austral (como é chamada quando acontece ao sul) é causada por energia magnética e elétrons que são lançados ao espaço pelo Sol.

É o que aconteceu no domingo e o que pode voltar a se repetir. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Espanha, houve na semana passada uma explosão de material superquente do Sol, lançando gases escaldantes conhecidos como plasma em direção à Terra a quase 3 milhões de quilômetros por hora. Esse plasma gerou “manchas solares”.

“O número de manchas solares não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11 anos que chamamos de ciclo solar. No início do ciclo solar (chamado período de atividade mínima), poucas manchas são visíveis e, por vezes, nenhuma é vista”, explicou Alberto Akel, pesquisador pós-doc do Observatório Nacional brasileiro ao Estadão.

Esta foi a terceira tempestade geomagnética severa desde o atual ciclo solar, que começou em 2019. Por isso, a expectativa é de que o ciclo atinja o pico em 2024.

“Vamos ver muito mais atividades como essa nos próximos anos porque estaremos na fase máxima do ciclo de manchas solares”, disse Bill Murtagh, coordenador do programa do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia, ao The Washington Post.

Aurora boreal vista em Podolye, na Russia, a 70 quilômetros ao leste de São Petersburgo, no domingo, 23. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

O fenômeno ao redor do mundo

Segundo o The Washington Post, as primeiras exibições do fenômeno fora das zonas polares aconteceram na China, onde foram vistas faixas verticais vermelhas “dançando” no horizonte ao norte, mesmo a olho nu. As luzes então se expandiram pela Europa, no Reino Unido, Alemanha, Polônia, França, Hungria, Rússia e Ucrânia. Ao sul do Equador, brilharam na Nova Zelândia, Austrália, Nova Gales do Sul e Tasmânia.

Nos EUA, as luzes foram vistas em Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e no Arizona também em tons avermelhados. Embora as condições tenham mudado, os especialistas dizem que as auroras puderam ser observadas ainda nesta terça-feira, 25, no sul do país, como em Dakota do Sul e Iowa, onde o céu estava mais escuro.

A conta oficial do Stonehenge, monumento histórico do Reino Unido, no Twitter, postou uma foto das clássicas pedras pré-históricas iluminadas em tons amarelos e rosados.

Segundo Murtagh, as cores de uma aurora correspondem ao tipo e altitude do elemento que é excitado na atmosfera da Terra. Átomos de oxigênio brilham em vermelho acima de 193 quilômetros e brilham em verde entre 96 quilômetros e 193, por exemplo. Já os de nitrogênio excitados abaixo de 193 quilômetros podem brilhar em rosa ou roxo.

Uma aurora mais intensa é tipicamente mais alta, então latitudes mais baixas a verão mais avermelhada. “As tempestades maiores podem iluminar as altitudes mais altas, o que em grande parte vai [excitar] o oxigênio, causando aquele vermelho”, disse o especialista ao WP. “Quanto mais longe você estiver, no sul, você não verá o verde e o amarelo nas altitudes mais baixas.”

E no Brasil?

Segundo o Observatório Nacional, mesmo que a aurora tenha sido visível na Austrália, no Hemisfério Sul, “a região brasileira fica muito distante para se observar esse tipo de fenômeno luminoso”. Em adicional, o acontecimento é muito menos frequente no Sul do que no Norte, aponta o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para que o fenômeno pudesse ser visto do Brasil, “teríamos que ter uma grande quantidade de ventos solares, que são os causadores, junto com o campo magnético da Terra, dos lindos efeitos luminosos que chamamos de auroras”, diz o instituto do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, o Observatório Nacional alerta que o Brasil pode, sim, ser impactado. Segundo Alberto Akel, tempestades geomagnéticas intensas ligadas às auroras podem causar alguns estragos em rede elétrica, atrapalhar sistemas de navegação como GPS, além de sistemas de comunicação em alta frequência (HF). “A essas situações, a região brasileira, assim como outras partes do mundo dependente de tecnologia, são vulneráveis”, disse.

No último domingo, 23, aconteceu uma das maiores exibições de luzes de auroras boreais desde as tempestades solares do outono de 2003. Na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia, observatórios e até mesmo pessoas a olho nu conseguiram enxergar as luzes, que geralmente só podem ser vistas nas regiões árticas e antárticas dos polos norte e sul da Terra.

Esse tipo de fenômeno, de expansão das luzes, acontece em raras ocasiões, quando há fortes tempestades geomagnéticas – isso porque a aurora boreal ou austral (como é chamada quando acontece ao sul) é causada por energia magnética e elétrons que são lançados ao espaço pelo Sol.

É o que aconteceu no domingo e o que pode voltar a se repetir. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Espanha, houve na semana passada uma explosão de material superquente do Sol, lançando gases escaldantes conhecidos como plasma em direção à Terra a quase 3 milhões de quilômetros por hora. Esse plasma gerou “manchas solares”.

“O número de manchas solares não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11 anos que chamamos de ciclo solar. No início do ciclo solar (chamado período de atividade mínima), poucas manchas são visíveis e, por vezes, nenhuma é vista”, explicou Alberto Akel, pesquisador pós-doc do Observatório Nacional brasileiro ao Estadão.

Esta foi a terceira tempestade geomagnética severa desde o atual ciclo solar, que começou em 2019. Por isso, a expectativa é de que o ciclo atinja o pico em 2024.

“Vamos ver muito mais atividades como essa nos próximos anos porque estaremos na fase máxima do ciclo de manchas solares”, disse Bill Murtagh, coordenador do programa do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia, ao The Washington Post.

Aurora boreal vista em Podolye, na Russia, a 70 quilômetros ao leste de São Petersburgo, no domingo, 23. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

O fenômeno ao redor do mundo

Segundo o The Washington Post, as primeiras exibições do fenômeno fora das zonas polares aconteceram na China, onde foram vistas faixas verticais vermelhas “dançando” no horizonte ao norte, mesmo a olho nu. As luzes então se expandiram pela Europa, no Reino Unido, Alemanha, Polônia, França, Hungria, Rússia e Ucrânia. Ao sul do Equador, brilharam na Nova Zelândia, Austrália, Nova Gales do Sul e Tasmânia.

Nos EUA, as luzes foram vistas em Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e no Arizona também em tons avermelhados. Embora as condições tenham mudado, os especialistas dizem que as auroras puderam ser observadas ainda nesta terça-feira, 25, no sul do país, como em Dakota do Sul e Iowa, onde o céu estava mais escuro.

A conta oficial do Stonehenge, monumento histórico do Reino Unido, no Twitter, postou uma foto das clássicas pedras pré-históricas iluminadas em tons amarelos e rosados.

Segundo Murtagh, as cores de uma aurora correspondem ao tipo e altitude do elemento que é excitado na atmosfera da Terra. Átomos de oxigênio brilham em vermelho acima de 193 quilômetros e brilham em verde entre 96 quilômetros e 193, por exemplo. Já os de nitrogênio excitados abaixo de 193 quilômetros podem brilhar em rosa ou roxo.

Uma aurora mais intensa é tipicamente mais alta, então latitudes mais baixas a verão mais avermelhada. “As tempestades maiores podem iluminar as altitudes mais altas, o que em grande parte vai [excitar] o oxigênio, causando aquele vermelho”, disse o especialista ao WP. “Quanto mais longe você estiver, no sul, você não verá o verde e o amarelo nas altitudes mais baixas.”

E no Brasil?

Segundo o Observatório Nacional, mesmo que a aurora tenha sido visível na Austrália, no Hemisfério Sul, “a região brasileira fica muito distante para se observar esse tipo de fenômeno luminoso”. Em adicional, o acontecimento é muito menos frequente no Sul do que no Norte, aponta o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para que o fenômeno pudesse ser visto do Brasil, “teríamos que ter uma grande quantidade de ventos solares, que são os causadores, junto com o campo magnético da Terra, dos lindos efeitos luminosos que chamamos de auroras”, diz o instituto do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, o Observatório Nacional alerta que o Brasil pode, sim, ser impactado. Segundo Alberto Akel, tempestades geomagnéticas intensas ligadas às auroras podem causar alguns estragos em rede elétrica, atrapalhar sistemas de navegação como GPS, além de sistemas de comunicação em alta frequência (HF). “A essas situações, a região brasileira, assim como outras partes do mundo dependente de tecnologia, são vulneráveis”, disse.

No último domingo, 23, aconteceu uma das maiores exibições de luzes de auroras boreais desde as tempestades solares do outono de 2003. Na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia, observatórios e até mesmo pessoas a olho nu conseguiram enxergar as luzes, que geralmente só podem ser vistas nas regiões árticas e antárticas dos polos norte e sul da Terra.

Esse tipo de fenômeno, de expansão das luzes, acontece em raras ocasiões, quando há fortes tempestades geomagnéticas – isso porque a aurora boreal ou austral (como é chamada quando acontece ao sul) é causada por energia magnética e elétrons que são lançados ao espaço pelo Sol.

É o que aconteceu no domingo e o que pode voltar a se repetir. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Espanha, houve na semana passada uma explosão de material superquente do Sol, lançando gases escaldantes conhecidos como plasma em direção à Terra a quase 3 milhões de quilômetros por hora. Esse plasma gerou “manchas solares”.

“O número de manchas solares não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11 anos que chamamos de ciclo solar. No início do ciclo solar (chamado período de atividade mínima), poucas manchas são visíveis e, por vezes, nenhuma é vista”, explicou Alberto Akel, pesquisador pós-doc do Observatório Nacional brasileiro ao Estadão.

Esta foi a terceira tempestade geomagnética severa desde o atual ciclo solar, que começou em 2019. Por isso, a expectativa é de que o ciclo atinja o pico em 2024.

“Vamos ver muito mais atividades como essa nos próximos anos porque estaremos na fase máxima do ciclo de manchas solares”, disse Bill Murtagh, coordenador do programa do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia, ao The Washington Post.

Aurora boreal vista em Podolye, na Russia, a 70 quilômetros ao leste de São Petersburgo, no domingo, 23. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

O fenômeno ao redor do mundo

Segundo o The Washington Post, as primeiras exibições do fenômeno fora das zonas polares aconteceram na China, onde foram vistas faixas verticais vermelhas “dançando” no horizonte ao norte, mesmo a olho nu. As luzes então se expandiram pela Europa, no Reino Unido, Alemanha, Polônia, França, Hungria, Rússia e Ucrânia. Ao sul do Equador, brilharam na Nova Zelândia, Austrália, Nova Gales do Sul e Tasmânia.

Nos EUA, as luzes foram vistas em Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e no Arizona também em tons avermelhados. Embora as condições tenham mudado, os especialistas dizem que as auroras puderam ser observadas ainda nesta terça-feira, 25, no sul do país, como em Dakota do Sul e Iowa, onde o céu estava mais escuro.

A conta oficial do Stonehenge, monumento histórico do Reino Unido, no Twitter, postou uma foto das clássicas pedras pré-históricas iluminadas em tons amarelos e rosados.

Segundo Murtagh, as cores de uma aurora correspondem ao tipo e altitude do elemento que é excitado na atmosfera da Terra. Átomos de oxigênio brilham em vermelho acima de 193 quilômetros e brilham em verde entre 96 quilômetros e 193, por exemplo. Já os de nitrogênio excitados abaixo de 193 quilômetros podem brilhar em rosa ou roxo.

Uma aurora mais intensa é tipicamente mais alta, então latitudes mais baixas a verão mais avermelhada. “As tempestades maiores podem iluminar as altitudes mais altas, o que em grande parte vai [excitar] o oxigênio, causando aquele vermelho”, disse o especialista ao WP. “Quanto mais longe você estiver, no sul, você não verá o verde e o amarelo nas altitudes mais baixas.”

E no Brasil?

Segundo o Observatório Nacional, mesmo que a aurora tenha sido visível na Austrália, no Hemisfério Sul, “a região brasileira fica muito distante para se observar esse tipo de fenômeno luminoso”. Em adicional, o acontecimento é muito menos frequente no Sul do que no Norte, aponta o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para que o fenômeno pudesse ser visto do Brasil, “teríamos que ter uma grande quantidade de ventos solares, que são os causadores, junto com o campo magnético da Terra, dos lindos efeitos luminosos que chamamos de auroras”, diz o instituto do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, o Observatório Nacional alerta que o Brasil pode, sim, ser impactado. Segundo Alberto Akel, tempestades geomagnéticas intensas ligadas às auroras podem causar alguns estragos em rede elétrica, atrapalhar sistemas de navegação como GPS, além de sistemas de comunicação em alta frequência (HF). “A essas situações, a região brasileira, assim como outras partes do mundo dependente de tecnologia, são vulneráveis”, disse.

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