A produção científica brasileira não cresceu apenas em quantidade, mas também em qualidade, segundo especialistas. O aumento quantitativo, medido pelo número de artigos científicos publicados em revistas indexadas, está registrado na última edição dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, publicada nesta semana pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo o estudo, a produção de ciência no Brasil cresceu 54% no período 1998-2002. De 10.279 artigos publicados em 1998, o País passou para 15.846, em 2002. Mas quantas dessas pesquisas são realmente relevantes para o avanço da ciência? "A qualidade é inquestionável", garante a coordenadora dos indicadores da Fapesp, Regina Gusmão. Ela lembra que os números são baseados no Science Citation Index Expanded (SCIE), banco de dados do Instituto para Informações Científicas (ISI) dos Estados Unidos, que representa os periódicos de maior renome internacional. "Todos os jornais indexados no ISI já têm por princípio um rigoroso critério de qualidade", afirma Regina. "É como entrar no clube dos melhores. Se o trabalho está lá, é porque é bom." A base do SCIE inclui cerca de 6 mil periódicos, a maioria do Primeiro Mundo, como as revistas americana Science e britânica Nature. Apenas 17 são brasileiros. O que está representado, portanto, não é a produção científica nacional como um todo, mas sua inserção no cenário internacional. "Qualidade é algo mais difícil de medir, mas minha percepção é de que subiu até mais do que a quantidade", diz o pró-reitor de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Nunes de Oliveira. A USP foi a instituição que mais publicou pesquisas no período.
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