Eclipse lunar: Planetário Ibirapuera tem programação especial e gratuita neste domingo


Parque vai ter projeção da Lua no lago, sessões na cúpula guiadas por astrônomos, aula de ioga e observação com telescópio; evento começa neste domingo, às 19h, e vai até as 3h da segunda

Por Leon Ferrari
Atualização:

Ver a Lua refletida em um lago não é algo raro. Uma projeção dela sobre a água, por outro lado, não é algo comum. Quem visitar o Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 15, vai ter essa oportunidade. A programação especial devido ao eclipse lunar total do final de semana do Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital, começa às 19h e se estende até as 3h da segunda-feira, 16. O espaço também contará com sessões na cúpula acompanhadas por astrônomos (gratuitas e pagas), observação do satélite natural com o auxílio de telescópios e aulas de ioga.

Projeção de eclipse lunar no Planetário do Parque do Ibirapuera em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Entre a noite deste domingo e a madrugada de segunda, a Lua entra na sombra da Terra e cria um eclipse lunar total - o primeiro desde maio de 2021. O ápice será por volta da 1h11, quando o satélite natural fica vermelho, fenômeno conhecido como "Lua de Sangue". 

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"Esse avermelhado é justamente o mesmo efeito do pôr do sol. A gente vê a luz solar tangenciado a Terra e a atmosfera vai espalhar o avermelhado", explica o astrônomo João Fonseca, diretor do planetário.

O próximo eclipse lunar total acontece só em novembro, conforme a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. No entanto, Fonseca destaca que ele será mais curto e não poderá ser visto do Brasil. 

Espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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A projeção do eclipse na fonte do Lago Ibirapuera começa às 22h. Será possível ver a transmissão ao vivo. Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto, com a ajuda de uma ocular. Também ao redor do lago, ocorrerão duas aulas de ioga, à 00h20 e à 1h20. Todas essas atrações são gratuitas. 

Mais cedo, na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse. Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro. A projeção de pontos luminosos mostra um céu estrelado muito realístico. É quase impossível lembrar que se está dentro de um prédio fechado.

Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto no próximo domingo Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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O espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses e sua importância cultural na história da humanidade. Serão duas sessões gratuitas de 40 minutos, às 19h e às 21h. Os ingressos são gratuitos mediante agendamento pelo site.

Na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Já “O Céu do Eclipse Lunar” vai ter apenas 15 minutos. A ideia é nortear a observação do eclipse dos visitantes, apresentado, por exemplo, as constelações estarão visíveis. As sessões vão ocorrer com intervalos de 30 minutos (22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30 e 3h). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Planetário.

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Essa é a primeira vez que o planetário apresenta sessões tão curtas. "A gente vai testar essa forma de sessão rápida", fala Fonseca. "Queremos ver a receptividade de sessões dinâmicas."

Fonseca, porém, destaca que o astro da noite será a própria Lua. "Você não vai precisar de uma projeção." Então vale levar um tapete ou esteira para observar o eclipse em meio à calmaria do Parque do Ibirapuera. 

"As efemérides astronômicas servem justamente para nos reconectar à natureza", diz Fonseca. "É uma forma de a gente voltar a olhar para o céu, para pararmos de olhar para nossa telinha preta debaixo e reconectar com a telinha preta lá de cima."

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A astrônoma Mirian Castejon Molina, do planetário, destaca que a observação docéu já foi vital e ajudou a desenvolver a humanidade. "No passado, as pessoas observavam o céu, tentavam descobrir, entender alguns padrões, por questão de sobrevivência."

Projeção de eclipse lunar na fonte do lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Quem não estiver em São Paulo ou não puder ir até o Ibirapuera, é possível assistir ao eclipse embaixo das cobertas. O Observatório Nacional (ON/MCTI) vai transmitir o fenômeno no Youtube, a partir das 23h15. A Nasa também fará transmissão como de costume.

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Eclipse lunar 

Eclipses lunares ocorrem somente durante a fase de lua cheia, quando esse satélite natural e o Sol estão em lados opostos da Terra, por isso são efemérides bastante visíveis a olho nu. Ao contrário dos eclipses solares, que exigem óculos especiais, para evitar lesões, e só podem ser vistos por breves minutos, um eclipse lunar total pode durar mais de uma hora e não exige proteção ocular. 

Eclipses são efemérides que sempre instigaram os seres humanos. No passado, as pessoas tinham medo. Os incas achavam que, quando estava tendo eclipse, um jaguar estava atacando a Lua. A Lua ficava vermelha representando o sangue. 

Cientificamente, eles também são muito importantes. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles percebeu que as sombras projetadas na Lua durante eclipses eram redondas. Isso foi um indicativo que a Terra seria um esferóide. 

Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Planetário

A história do astrônomo Fonseca, de 38 anos, é marcada pelo planetário. “Virei um cientista por conta deste planetário.” A memória daquele que ele acha ter sido sua primeira visita, por volta dos 5 anos, ainda é vívida. “Fiquei com medo do céu. Achava que ia cair”

Hoje, na direção do planetário, ele está cheio de idades e de vontade de trazer mais gente para ocupar o espaço. Ele pensa em trazer aulas de ioga e batalhas de rap para o céu estrelado da cúpula, por exemplo. “O planetário tem que transbordar.”

O Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957. Com reabertura em setembro - ficou fechado em boa parte dos dois primeiros anos da pandemia -, o local fica aberto ao público nas sextas (com sessões às 13h, 15h, 17h e 19h), sábados (13h, 15h, 17h e 19h) e domingos (11h, 13h, 15h e 17h).

Quatro são os espetáculos apresentados: “Da Terra ao Universo” (viagem através do espaço e do tempo), “Planetas do Universo” (fala da importância sobre estudar a possibilidade de vida fora da Terra), “Olhar o céu de São Paulo outra vez” (mostra o céu paulistano de 1957, que não é visto mais da mesma forma) e “O Projeto Científico” (infantil). 

Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Hora a hora do eclipse

  • 15/5, às 22h32: começa o eclipse penumbral, pouco visível. Lua entra na penumbra da Terra (parte externa da sombra).
  • 15/5, às 23h27: começa o eclipse parcial. Lua começa a entrar na umbra (sombra interna) da Terra. A olho nu, uma sombra vai deixando uma “mordida” no satélite natural conforme entra na umbra.
  • 16/5, às 00h29: eclipse total começa. Lua fica avermelhada.
  • 16/5, às 01h53: totalidade termina.
  • 16/5, às 02h55: eclipse parcial termina.  
  • 16/5, às 03:50: eclipse penumbral termina.

Serviço

Programação especial do Planetário Ibirapuera  Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana, São Paulo/SP – Próximo ao Portão 10. Quando: de domingo, 15 de maio, a partir das 19h, à segunda-feira, 16 de maio, até as 3h “Tem uma sombra na Lua”, às 19h e 21h. Gratuita. “O céu do Eclipse Lunar”, às 22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30, 3h. E custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Observação com telescópios: das 22h, do dia 15, até as 3h, do dia 16 de maio. Gratuitas. Projeção do eclipse na fonte do lago Ibirapuera: a partir das 22h. Gratuita. Aulas de ioga: à 00h20 e 1h20.

Ver a Lua refletida em um lago não é algo raro. Uma projeção dela sobre a água, por outro lado, não é algo comum. Quem visitar o Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 15, vai ter essa oportunidade. A programação especial devido ao eclipse lunar total do final de semana do Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital, começa às 19h e se estende até as 3h da segunda-feira, 16. O espaço também contará com sessões na cúpula acompanhadas por astrônomos (gratuitas e pagas), observação do satélite natural com o auxílio de telescópios e aulas de ioga.

Projeção de eclipse lunar no Planetário do Parque do Ibirapuera em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Entre a noite deste domingo e a madrugada de segunda, a Lua entra na sombra da Terra e cria um eclipse lunar total - o primeiro desde maio de 2021. O ápice será por volta da 1h11, quando o satélite natural fica vermelho, fenômeno conhecido como "Lua de Sangue". 

"Esse avermelhado é justamente o mesmo efeito do pôr do sol. A gente vê a luz solar tangenciado a Terra e a atmosfera vai espalhar o avermelhado", explica o astrônomo João Fonseca, diretor do planetário.

O próximo eclipse lunar total acontece só em novembro, conforme a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. No entanto, Fonseca destaca que ele será mais curto e não poderá ser visto do Brasil. 

Espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A projeção do eclipse na fonte do Lago Ibirapuera começa às 22h. Será possível ver a transmissão ao vivo. Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto, com a ajuda de uma ocular. Também ao redor do lago, ocorrerão duas aulas de ioga, à 00h20 e à 1h20. Todas essas atrações são gratuitas. 

Mais cedo, na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse. Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro. A projeção de pontos luminosos mostra um céu estrelado muito realístico. É quase impossível lembrar que se está dentro de um prédio fechado.

Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto no próximo domingo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses e sua importância cultural na história da humanidade. Serão duas sessões gratuitas de 40 minutos, às 19h e às 21h. Os ingressos são gratuitos mediante agendamento pelo site.

Na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Já “O Céu do Eclipse Lunar” vai ter apenas 15 minutos. A ideia é nortear a observação do eclipse dos visitantes, apresentado, por exemplo, as constelações estarão visíveis. As sessões vão ocorrer com intervalos de 30 minutos (22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30 e 3h). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Planetário.

Essa é a primeira vez que o planetário apresenta sessões tão curtas. "A gente vai testar essa forma de sessão rápida", fala Fonseca. "Queremos ver a receptividade de sessões dinâmicas."

Fonseca, porém, destaca que o astro da noite será a própria Lua. "Você não vai precisar de uma projeção." Então vale levar um tapete ou esteira para observar o eclipse em meio à calmaria do Parque do Ibirapuera. 

"As efemérides astronômicas servem justamente para nos reconectar à natureza", diz Fonseca. "É uma forma de a gente voltar a olhar para o céu, para pararmos de olhar para nossa telinha preta debaixo e reconectar com a telinha preta lá de cima."

A astrônoma Mirian Castejon Molina, do planetário, destaca que a observação docéu já foi vital e ajudou a desenvolver a humanidade. "No passado, as pessoas observavam o céu, tentavam descobrir, entender alguns padrões, por questão de sobrevivência."

Projeção de eclipse lunar na fonte do lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Quem não estiver em São Paulo ou não puder ir até o Ibirapuera, é possível assistir ao eclipse embaixo das cobertas. O Observatório Nacional (ON/MCTI) vai transmitir o fenômeno no Youtube, a partir das 23h15. A Nasa também fará transmissão como de costume.

Eclipse lunar 

Eclipses lunares ocorrem somente durante a fase de lua cheia, quando esse satélite natural e o Sol estão em lados opostos da Terra, por isso são efemérides bastante visíveis a olho nu. Ao contrário dos eclipses solares, que exigem óculos especiais, para evitar lesões, e só podem ser vistos por breves minutos, um eclipse lunar total pode durar mais de uma hora e não exige proteção ocular. 

Eclipses são efemérides que sempre instigaram os seres humanos. No passado, as pessoas tinham medo. Os incas achavam que, quando estava tendo eclipse, um jaguar estava atacando a Lua. A Lua ficava vermelha representando o sangue. 

Cientificamente, eles também são muito importantes. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles percebeu que as sombras projetadas na Lua durante eclipses eram redondas. Isso foi um indicativo que a Terra seria um esferóide. 

Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Planetário

A história do astrônomo Fonseca, de 38 anos, é marcada pelo planetário. “Virei um cientista por conta deste planetário.” A memória daquele que ele acha ter sido sua primeira visita, por volta dos 5 anos, ainda é vívida. “Fiquei com medo do céu. Achava que ia cair”

Hoje, na direção do planetário, ele está cheio de idades e de vontade de trazer mais gente para ocupar o espaço. Ele pensa em trazer aulas de ioga e batalhas de rap para o céu estrelado da cúpula, por exemplo. “O planetário tem que transbordar.”

O Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957. Com reabertura em setembro - ficou fechado em boa parte dos dois primeiros anos da pandemia -, o local fica aberto ao público nas sextas (com sessões às 13h, 15h, 17h e 19h), sábados (13h, 15h, 17h e 19h) e domingos (11h, 13h, 15h e 17h).

Quatro são os espetáculos apresentados: “Da Terra ao Universo” (viagem através do espaço e do tempo), “Planetas do Universo” (fala da importância sobre estudar a possibilidade de vida fora da Terra), “Olhar o céu de São Paulo outra vez” (mostra o céu paulistano de 1957, que não é visto mais da mesma forma) e “O Projeto Científico” (infantil). 

Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Hora a hora do eclipse

  • 15/5, às 22h32: começa o eclipse penumbral, pouco visível. Lua entra na penumbra da Terra (parte externa da sombra).
  • 15/5, às 23h27: começa o eclipse parcial. Lua começa a entrar na umbra (sombra interna) da Terra. A olho nu, uma sombra vai deixando uma “mordida” no satélite natural conforme entra na umbra.
  • 16/5, às 00h29: eclipse total começa. Lua fica avermelhada.
  • 16/5, às 01h53: totalidade termina.
  • 16/5, às 02h55: eclipse parcial termina.  
  • 16/5, às 03:50: eclipse penumbral termina.

Serviço

Programação especial do Planetário Ibirapuera  Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana, São Paulo/SP – Próximo ao Portão 10. Quando: de domingo, 15 de maio, a partir das 19h, à segunda-feira, 16 de maio, até as 3h “Tem uma sombra na Lua”, às 19h e 21h. Gratuita. “O céu do Eclipse Lunar”, às 22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30, 3h. E custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Observação com telescópios: das 22h, do dia 15, até as 3h, do dia 16 de maio. Gratuitas. Projeção do eclipse na fonte do lago Ibirapuera: a partir das 22h. Gratuita. Aulas de ioga: à 00h20 e 1h20.

Ver a Lua refletida em um lago não é algo raro. Uma projeção dela sobre a água, por outro lado, não é algo comum. Quem visitar o Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 15, vai ter essa oportunidade. A programação especial devido ao eclipse lunar total do final de semana do Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital, começa às 19h e se estende até as 3h da segunda-feira, 16. O espaço também contará com sessões na cúpula acompanhadas por astrônomos (gratuitas e pagas), observação do satélite natural com o auxílio de telescópios e aulas de ioga.

Projeção de eclipse lunar no Planetário do Parque do Ibirapuera em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Entre a noite deste domingo e a madrugada de segunda, a Lua entra na sombra da Terra e cria um eclipse lunar total - o primeiro desde maio de 2021. O ápice será por volta da 1h11, quando o satélite natural fica vermelho, fenômeno conhecido como "Lua de Sangue". 

"Esse avermelhado é justamente o mesmo efeito do pôr do sol. A gente vê a luz solar tangenciado a Terra e a atmosfera vai espalhar o avermelhado", explica o astrônomo João Fonseca, diretor do planetário.

O próximo eclipse lunar total acontece só em novembro, conforme a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. No entanto, Fonseca destaca que ele será mais curto e não poderá ser visto do Brasil. 

Espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A projeção do eclipse na fonte do Lago Ibirapuera começa às 22h. Será possível ver a transmissão ao vivo. Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto, com a ajuda de uma ocular. Também ao redor do lago, ocorrerão duas aulas de ioga, à 00h20 e à 1h20. Todas essas atrações são gratuitas. 

Mais cedo, na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse. Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro. A projeção de pontos luminosos mostra um céu estrelado muito realístico. É quase impossível lembrar que se está dentro de um prédio fechado.

Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto no próximo domingo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses e sua importância cultural na história da humanidade. Serão duas sessões gratuitas de 40 minutos, às 19h e às 21h. Os ingressos são gratuitos mediante agendamento pelo site.

Na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Já “O Céu do Eclipse Lunar” vai ter apenas 15 minutos. A ideia é nortear a observação do eclipse dos visitantes, apresentado, por exemplo, as constelações estarão visíveis. As sessões vão ocorrer com intervalos de 30 minutos (22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30 e 3h). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Planetário.

Essa é a primeira vez que o planetário apresenta sessões tão curtas. "A gente vai testar essa forma de sessão rápida", fala Fonseca. "Queremos ver a receptividade de sessões dinâmicas."

Fonseca, porém, destaca que o astro da noite será a própria Lua. "Você não vai precisar de uma projeção." Então vale levar um tapete ou esteira para observar o eclipse em meio à calmaria do Parque do Ibirapuera. 

"As efemérides astronômicas servem justamente para nos reconectar à natureza", diz Fonseca. "É uma forma de a gente voltar a olhar para o céu, para pararmos de olhar para nossa telinha preta debaixo e reconectar com a telinha preta lá de cima."

A astrônoma Mirian Castejon Molina, do planetário, destaca que a observação docéu já foi vital e ajudou a desenvolver a humanidade. "No passado, as pessoas observavam o céu, tentavam descobrir, entender alguns padrões, por questão de sobrevivência."

Projeção de eclipse lunar na fonte do lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Quem não estiver em São Paulo ou não puder ir até o Ibirapuera, é possível assistir ao eclipse embaixo das cobertas. O Observatório Nacional (ON/MCTI) vai transmitir o fenômeno no Youtube, a partir das 23h15. A Nasa também fará transmissão como de costume.

Eclipse lunar 

Eclipses lunares ocorrem somente durante a fase de lua cheia, quando esse satélite natural e o Sol estão em lados opostos da Terra, por isso são efemérides bastante visíveis a olho nu. Ao contrário dos eclipses solares, que exigem óculos especiais, para evitar lesões, e só podem ser vistos por breves minutos, um eclipse lunar total pode durar mais de uma hora e não exige proteção ocular. 

Eclipses são efemérides que sempre instigaram os seres humanos. No passado, as pessoas tinham medo. Os incas achavam que, quando estava tendo eclipse, um jaguar estava atacando a Lua. A Lua ficava vermelha representando o sangue. 

Cientificamente, eles também são muito importantes. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles percebeu que as sombras projetadas na Lua durante eclipses eram redondas. Isso foi um indicativo que a Terra seria um esferóide. 

Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Planetário

A história do astrônomo Fonseca, de 38 anos, é marcada pelo planetário. “Virei um cientista por conta deste planetário.” A memória daquele que ele acha ter sido sua primeira visita, por volta dos 5 anos, ainda é vívida. “Fiquei com medo do céu. Achava que ia cair”

Hoje, na direção do planetário, ele está cheio de idades e de vontade de trazer mais gente para ocupar o espaço. Ele pensa em trazer aulas de ioga e batalhas de rap para o céu estrelado da cúpula, por exemplo. “O planetário tem que transbordar.”

O Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957. Com reabertura em setembro - ficou fechado em boa parte dos dois primeiros anos da pandemia -, o local fica aberto ao público nas sextas (com sessões às 13h, 15h, 17h e 19h), sábados (13h, 15h, 17h e 19h) e domingos (11h, 13h, 15h e 17h).

Quatro são os espetáculos apresentados: “Da Terra ao Universo” (viagem através do espaço e do tempo), “Planetas do Universo” (fala da importância sobre estudar a possibilidade de vida fora da Terra), “Olhar o céu de São Paulo outra vez” (mostra o céu paulistano de 1957, que não é visto mais da mesma forma) e “O Projeto Científico” (infantil). 

Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Hora a hora do eclipse

  • 15/5, às 22h32: começa o eclipse penumbral, pouco visível. Lua entra na penumbra da Terra (parte externa da sombra).
  • 15/5, às 23h27: começa o eclipse parcial. Lua começa a entrar na umbra (sombra interna) da Terra. A olho nu, uma sombra vai deixando uma “mordida” no satélite natural conforme entra na umbra.
  • 16/5, às 00h29: eclipse total começa. Lua fica avermelhada.
  • 16/5, às 01h53: totalidade termina.
  • 16/5, às 02h55: eclipse parcial termina.  
  • 16/5, às 03:50: eclipse penumbral termina.

Serviço

Programação especial do Planetário Ibirapuera  Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana, São Paulo/SP – Próximo ao Portão 10. Quando: de domingo, 15 de maio, a partir das 19h, à segunda-feira, 16 de maio, até as 3h “Tem uma sombra na Lua”, às 19h e 21h. Gratuita. “O céu do Eclipse Lunar”, às 22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30, 3h. E custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Observação com telescópios: das 22h, do dia 15, até as 3h, do dia 16 de maio. Gratuitas. Projeção do eclipse na fonte do lago Ibirapuera: a partir das 22h. Gratuita. Aulas de ioga: à 00h20 e 1h20.

Ver a Lua refletida em um lago não é algo raro. Uma projeção dela sobre a água, por outro lado, não é algo comum. Quem visitar o Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 15, vai ter essa oportunidade. A programação especial devido ao eclipse lunar total do final de semana do Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital, começa às 19h e se estende até as 3h da segunda-feira, 16. O espaço também contará com sessões na cúpula acompanhadas por astrônomos (gratuitas e pagas), observação do satélite natural com o auxílio de telescópios e aulas de ioga.

Projeção de eclipse lunar no Planetário do Parque do Ibirapuera em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Entre a noite deste domingo e a madrugada de segunda, a Lua entra na sombra da Terra e cria um eclipse lunar total - o primeiro desde maio de 2021. O ápice será por volta da 1h11, quando o satélite natural fica vermelho, fenômeno conhecido como "Lua de Sangue". 

"Esse avermelhado é justamente o mesmo efeito do pôr do sol. A gente vê a luz solar tangenciado a Terra e a atmosfera vai espalhar o avermelhado", explica o astrônomo João Fonseca, diretor do planetário.

O próximo eclipse lunar total acontece só em novembro, conforme a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. No entanto, Fonseca destaca que ele será mais curto e não poderá ser visto do Brasil. 

Espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A projeção do eclipse na fonte do Lago Ibirapuera começa às 22h. Será possível ver a transmissão ao vivo. Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto, com a ajuda de uma ocular. Também ao redor do lago, ocorrerão duas aulas de ioga, à 00h20 e à 1h20. Todas essas atrações são gratuitas. 

Mais cedo, na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse. Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro. A projeção de pontos luminosos mostra um céu estrelado muito realístico. É quase impossível lembrar que se está dentro de um prédio fechado.

Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto no próximo domingo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses e sua importância cultural na história da humanidade. Serão duas sessões gratuitas de 40 minutos, às 19h e às 21h. Os ingressos são gratuitos mediante agendamento pelo site.

Na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Já “O Céu do Eclipse Lunar” vai ter apenas 15 minutos. A ideia é nortear a observação do eclipse dos visitantes, apresentado, por exemplo, as constelações estarão visíveis. As sessões vão ocorrer com intervalos de 30 minutos (22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30 e 3h). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Planetário.

Essa é a primeira vez que o planetário apresenta sessões tão curtas. "A gente vai testar essa forma de sessão rápida", fala Fonseca. "Queremos ver a receptividade de sessões dinâmicas."

Fonseca, porém, destaca que o astro da noite será a própria Lua. "Você não vai precisar de uma projeção." Então vale levar um tapete ou esteira para observar o eclipse em meio à calmaria do Parque do Ibirapuera. 

"As efemérides astronômicas servem justamente para nos reconectar à natureza", diz Fonseca. "É uma forma de a gente voltar a olhar para o céu, para pararmos de olhar para nossa telinha preta debaixo e reconectar com a telinha preta lá de cima."

A astrônoma Mirian Castejon Molina, do planetário, destaca que a observação docéu já foi vital e ajudou a desenvolver a humanidade. "No passado, as pessoas observavam o céu, tentavam descobrir, entender alguns padrões, por questão de sobrevivência."

Projeção de eclipse lunar na fonte do lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Quem não estiver em São Paulo ou não puder ir até o Ibirapuera, é possível assistir ao eclipse embaixo das cobertas. O Observatório Nacional (ON/MCTI) vai transmitir o fenômeno no Youtube, a partir das 23h15. A Nasa também fará transmissão como de costume.

Eclipse lunar 

Eclipses lunares ocorrem somente durante a fase de lua cheia, quando esse satélite natural e o Sol estão em lados opostos da Terra, por isso são efemérides bastante visíveis a olho nu. Ao contrário dos eclipses solares, que exigem óculos especiais, para evitar lesões, e só podem ser vistos por breves minutos, um eclipse lunar total pode durar mais de uma hora e não exige proteção ocular. 

Eclipses são efemérides que sempre instigaram os seres humanos. No passado, as pessoas tinham medo. Os incas achavam que, quando estava tendo eclipse, um jaguar estava atacando a Lua. A Lua ficava vermelha representando o sangue. 

Cientificamente, eles também são muito importantes. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles percebeu que as sombras projetadas na Lua durante eclipses eram redondas. Isso foi um indicativo que a Terra seria um esferóide. 

Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Planetário

A história do astrônomo Fonseca, de 38 anos, é marcada pelo planetário. “Virei um cientista por conta deste planetário.” A memória daquele que ele acha ter sido sua primeira visita, por volta dos 5 anos, ainda é vívida. “Fiquei com medo do céu. Achava que ia cair”

Hoje, na direção do planetário, ele está cheio de idades e de vontade de trazer mais gente para ocupar o espaço. Ele pensa em trazer aulas de ioga e batalhas de rap para o céu estrelado da cúpula, por exemplo. “O planetário tem que transbordar.”

O Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957. Com reabertura em setembro - ficou fechado em boa parte dos dois primeiros anos da pandemia -, o local fica aberto ao público nas sextas (com sessões às 13h, 15h, 17h e 19h), sábados (13h, 15h, 17h e 19h) e domingos (11h, 13h, 15h e 17h).

Quatro são os espetáculos apresentados: “Da Terra ao Universo” (viagem através do espaço e do tempo), “Planetas do Universo” (fala da importância sobre estudar a possibilidade de vida fora da Terra), “Olhar o céu de São Paulo outra vez” (mostra o céu paulistano de 1957, que não é visto mais da mesma forma) e “O Projeto Científico” (infantil). 

Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Hora a hora do eclipse

  • 15/5, às 22h32: começa o eclipse penumbral, pouco visível. Lua entra na penumbra da Terra (parte externa da sombra).
  • 15/5, às 23h27: começa o eclipse parcial. Lua começa a entrar na umbra (sombra interna) da Terra. A olho nu, uma sombra vai deixando uma “mordida” no satélite natural conforme entra na umbra.
  • 16/5, às 00h29: eclipse total começa. Lua fica avermelhada.
  • 16/5, às 01h53: totalidade termina.
  • 16/5, às 02h55: eclipse parcial termina.  
  • 16/5, às 03:50: eclipse penumbral termina.

Serviço

Programação especial do Planetário Ibirapuera  Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana, São Paulo/SP – Próximo ao Portão 10. Quando: de domingo, 15 de maio, a partir das 19h, à segunda-feira, 16 de maio, até as 3h “Tem uma sombra na Lua”, às 19h e 21h. Gratuita. “O céu do Eclipse Lunar”, às 22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30, 3h. E custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Observação com telescópios: das 22h, do dia 15, até as 3h, do dia 16 de maio. Gratuitas. Projeção do eclipse na fonte do lago Ibirapuera: a partir das 22h. Gratuita. Aulas de ioga: à 00h20 e 1h20.

Ver a Lua refletida em um lago não é algo raro. Uma projeção dela sobre a água, por outro lado, não é algo comum. Quem visitar o Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 15, vai ter essa oportunidade. A programação especial devido ao eclipse lunar total do final de semana do Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital, começa às 19h e se estende até as 3h da segunda-feira, 16. O espaço também contará com sessões na cúpula acompanhadas por astrônomos (gratuitas e pagas), observação do satélite natural com o auxílio de telescópios e aulas de ioga.

Projeção de eclipse lunar no Planetário do Parque do Ibirapuera em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Entre a noite deste domingo e a madrugada de segunda, a Lua entra na sombra da Terra e cria um eclipse lunar total - o primeiro desde maio de 2021. O ápice será por volta da 1h11, quando o satélite natural fica vermelho, fenômeno conhecido como "Lua de Sangue". 

"Esse avermelhado é justamente o mesmo efeito do pôr do sol. A gente vê a luz solar tangenciado a Terra e a atmosfera vai espalhar o avermelhado", explica o astrônomo João Fonseca, diretor do planetário.

O próximo eclipse lunar total acontece só em novembro, conforme a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. No entanto, Fonseca destaca que ele será mais curto e não poderá ser visto do Brasil. 

Espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A projeção do eclipse na fonte do Lago Ibirapuera começa às 22h. Será possível ver a transmissão ao vivo. Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto, com a ajuda de uma ocular. Também ao redor do lago, ocorrerão duas aulas de ioga, à 00h20 e à 1h20. Todas essas atrações são gratuitas. 

Mais cedo, na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse. Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro. A projeção de pontos luminosos mostra um céu estrelado muito realístico. É quase impossível lembrar que se está dentro de um prédio fechado.

Estarão disponíveis dois telescópios para que as pessoas possam observar a Lua mais de perto no próximo domingo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O espetáculo mais longo será o “Tem uma sombra na Lua”, em que, durante 40 minutos, uma astrônoma vai explicar mais sobre eclipses e sua importância cultural na história da humanidade. Serão duas sessões gratuitas de 40 minutos, às 19h e às 21h. Os ingressos são gratuitos mediante agendamento pelo site.

Na cúpula do planetário, dois espetáculos vão ajudar os visitantes a melhor entender e observar eclipse Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Já “O Céu do Eclipse Lunar” vai ter apenas 15 minutos. A ideia é nortear a observação do eclipse dos visitantes, apresentado, por exemplo, as constelações estarão visíveis. As sessões vão ocorrer com intervalos de 30 minutos (22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30 e 3h). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Planetário.

Essa é a primeira vez que o planetário apresenta sessões tão curtas. "A gente vai testar essa forma de sessão rápida", fala Fonseca. "Queremos ver a receptividade de sessões dinâmicas."

Fonseca, porém, destaca que o astro da noite será a própria Lua. "Você não vai precisar de uma projeção." Então vale levar um tapete ou esteira para observar o eclipse em meio à calmaria do Parque do Ibirapuera. 

"As efemérides astronômicas servem justamente para nos reconectar à natureza", diz Fonseca. "É uma forma de a gente voltar a olhar para o céu, para pararmos de olhar para nossa telinha preta debaixo e reconectar com a telinha preta lá de cima."

A astrônoma Mirian Castejon Molina, do planetário, destaca que a observação docéu já foi vital e ajudou a desenvolver a humanidade. "No passado, as pessoas observavam o céu, tentavam descobrir, entender alguns padrões, por questão de sobrevivência."

Projeção de eclipse lunar na fonte do lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

Quem não estiver em São Paulo ou não puder ir até o Ibirapuera, é possível assistir ao eclipse embaixo das cobertas. O Observatório Nacional (ON/MCTI) vai transmitir o fenômeno no Youtube, a partir das 23h15. A Nasa também fará transmissão como de costume.

Eclipse lunar 

Eclipses lunares ocorrem somente durante a fase de lua cheia, quando esse satélite natural e o Sol estão em lados opostos da Terra, por isso são efemérides bastante visíveis a olho nu. Ao contrário dos eclipses solares, que exigem óculos especiais, para evitar lesões, e só podem ser vistos por breves minutos, um eclipse lunar total pode durar mais de uma hora e não exige proteção ocular. 

Eclipses são efemérides que sempre instigaram os seres humanos. No passado, as pessoas tinham medo. Os incas achavam que, quando estava tendo eclipse, um jaguar estava atacando a Lua. A Lua ficava vermelha representando o sangue. 

Cientificamente, eles também são muito importantes. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles percebeu que as sombras projetadas na Lua durante eclipses eram redondas. Isso foi um indicativo que a Terra seria um esferóide. 

Planetário Aristóteles Orsini - mais conhecido como Planetário Ibirapuera -, na zona sul da capital Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Planetário

A história do astrônomo Fonseca, de 38 anos, é marcada pelo planetário. “Virei um cientista por conta deste planetário.” A memória daquele que ele acha ter sido sua primeira visita, por volta dos 5 anos, ainda é vívida. “Fiquei com medo do céu. Achava que ia cair”

Hoje, na direção do planetário, ele está cheio de idades e de vontade de trazer mais gente para ocupar o espaço. Ele pensa em trazer aulas de ioga e batalhas de rap para o céu estrelado da cúpula, por exemplo. “O planetário tem que transbordar.”

O Planetário Aristóteles Orsini foi o primeiro do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957. Com reabertura em setembro - ficou fechado em boa parte dos dois primeiros anos da pandemia -, o local fica aberto ao público nas sextas (com sessões às 13h, 15h, 17h e 19h), sábados (13h, 15h, 17h e 19h) e domingos (11h, 13h, 15h e 17h).

Quatro são os espetáculos apresentados: “Da Terra ao Universo” (viagem através do espaço e do tempo), “Planetas do Universo” (fala da importância sobre estudar a possibilidade de vida fora da Terra), “Olhar o céu de São Paulo outra vez” (mostra o céu paulistano de 1957, que não é visto mais da mesma forma) e “O Projeto Científico” (infantil). 

Dentro da estrutura, o jogo de luzes de um projetor óptico proporciona uma imersão em poucos segundos, quando o olho se acostuma com o escuro Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Hora a hora do eclipse

  • 15/5, às 22h32: começa o eclipse penumbral, pouco visível. Lua entra na penumbra da Terra (parte externa da sombra).
  • 15/5, às 23h27: começa o eclipse parcial. Lua começa a entrar na umbra (sombra interna) da Terra. A olho nu, uma sombra vai deixando uma “mordida” no satélite natural conforme entra na umbra.
  • 16/5, às 00h29: eclipse total começa. Lua fica avermelhada.
  • 16/5, às 01h53: totalidade termina.
  • 16/5, às 02h55: eclipse parcial termina.  
  • 16/5, às 03:50: eclipse penumbral termina.

Serviço

Programação especial do Planetário Ibirapuera  Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana, São Paulo/SP – Próximo ao Portão 10. Quando: de domingo, 15 de maio, a partir das 19h, à segunda-feira, 16 de maio, até as 3h “Tem uma sombra na Lua”, às 19h e 21h. Gratuita. “O céu do Eclipse Lunar”, às 22h, 22h30, 23h, 23h30, 0h, 1h30, 2h, 2h30, 3h. E custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Observação com telescópios: das 22h, do dia 15, até as 3h, do dia 16 de maio. Gratuitas. Projeção do eclipse na fonte do lago Ibirapuera: a partir das 22h. Gratuita. Aulas de ioga: à 00h20 e 1h20.

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